quinta-feira, 8 de junho de 2017
Atribuir poder a certas pessoas ou entidades
Nós que ainda estamos ancorados na compaixão temos de aprender a ser consequentes.
Não no sentido de poderosos, mas no sentido de deixarmos de querer seja o que for daqueles que nada têm para dar.
É a calamidade interior, a necessidade inadmitida de nos fazermos amar pelo inimigo, que impossibilita lidarmos de forma consequente com o Mal.
Quando os adeptos deste reclamam a nossa comiseração, não temos de mostrar-lhes que os amamos. O que está por detrás de tal altitude é o desejo deles nos amarem, e esse torna-se a nossa desgraça por queremos algo deles.
É este o ensinamento mais duro, porque sempre estamos dispostos a acreditar que toda a gente é capaz de sentir o amor. Mas na realidade há gente que está separada de si a tal ponto que o nosso desejo de grandeza se nos torna fatal.
Não lhes entregarmos o poder, privamo-los do amor por não o esperarmos deles, é o antídoto com que podemos vencê-los.
Quando eles deixarem de poder jogar com as nossas expectativas, terão perdido o seu poder sobre nós e nós podemos dedicar-nos à construção do mundo, em vez de passarmos o tempo a consertar o rasto de destruição que eles vão deixando atrás de si.
Arno Gruen
in, Falsos Deuses
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