sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Portugal a arder para alimentar tachos e parasitas!



Não vou por aqui fotos dos fogos, porque sou contra.
É o que os pirómanos querem...é ver o espectáculo!

Mas, isto é tão vergonhoso, e já é do conhecimento público há tantos anos a industria que existe à volta dos incêndios, que resolvi falar aqui de alguns factos.

Empresa dos meios aéreos - EMA, que em 3 anos tinha 15 departamentos sem incluir a administração, e os salários andavam pelos 6.600 euros, entretanto foi extinta e substituída pela empresa Everjets.
Curiosamente, esta Everjets está agora debaixo de olho da Justiça.
Segundo noticiou a TSF em Janeiro 2016: PGR e PJ confirmam suspeitas de crimes nos contratos aéreos.

"As buscas efectuadas na empresa Everjets estão relacionadas com a investigação a vários crimes na contratação de meios aéreos para combate a incêndios. Há suspeitas de corrupção, participação económica em negócio, falsificação e prevaricação",
indicou em comunicado a PGR.


AS EMPRESAS PÚBLICAS NÃO PARAM DE SE EXPANDIR.

"São milhares de empresas assim criadas porque cada vez há mais amigos e mais corruptos inúteis, incompetentes e sem moral, a quem é preciso dar tacho, carro, telemóvel, seguro de saúde, cartão de crédito, etc, pois jamais seriam capazes de pagar tudo isso com o seu próprio dinheiro, chular o contribuinte é sempre tão mais fácil.

O NEGÓCIO DE INCÊNDIOS É MAIS UM EXEMPLO DE CORRUPÇÃO.
Portugal CONTINUARÁ A ARDER ENQUANTO PAGAREM PARA QUE ASSIM SEJA.
Os Bombeiros recebem por hora, quanto mais tempo andarem nos fogos, mais ganham, as empresas dos aviões são pagas por incêndio e privadas...
Portanto haja fogo que a malta precisa é de dinheiro?
Claro que, em primeira instância, a gestão destes processos competiria aos corpos de bombeiros, cujo desempenho seria avaliado e remunerado em função das áreas que mantivessem livres de incêndios e nunca, como hoje, pelo número de horas de combate.
Em vez de andar a pagar fogos, o Estado deveria, pelo contrário, premiar a sua inexistência.
Ouvi as declarações do ministro da defesa a afirmar que vai cumprir os contratos (privados) com EMA - Empresa de Meios Aéreos ....... até 2018!!!!!!!!!
Então até 2018 tem que haver sempre grandes incêndios. Bom, mesmo que não haja, se arder tudo antes do fim do contrato, deve estar qualquer coisa no contrato que assegura uma compensação."

Paulo Morais



"Enquanto houver dinheiro para os privados, haverá fogos gigantescos. Ponham a Força Aérea a combater incêndios e verão se não diminuem drasticamente!"
Zita Paiva





A INDUSTRIA DOS INCÊNDIOS, por José Gomes Ferreira:

"A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.

Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos:
1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?
Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências?
Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair?
Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis?
Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios?
Pode o país dar-se a esse luxo?

2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada mesmo após ser queimada pela passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios...

3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei.

4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre.

5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade.


Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime. 

Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:
1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar.

2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas).

3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores.

4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei.

5- Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível.

6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios.
Embora as nossas "muito bem" intencionadas "autoridades" nos tenham descansado relativamente à inexistência de interesses económicos nos fogos florestais, é legítimo explorar o tema relativamente a quem, bem intencionado, tem lucrado com o problema.

Eu deixo aqui algumas perguntas, algumas já colocadas, outras não:
- A Industria da madeira e celulose lucram, acidentalmente, com os incêndios?
- As Associações Humanitárias de Bombeiros lucram com o problema, nomeadamente com as transferências compensatórias da ANPC, indemnizando as mesmas pela participação no combate?
- Existirão postos de combustível "seleccionados" para abastecimento dos GRIF e CRIF?
- Os bombeiros, na sua grande maioria bem intencionados e humanos, tem interesse em participar nas ECIN e ELAC's?
- O lobby do equipamento de combate a incêndios lucra com o problema?
- Justifica-se a existência da Empresa de Meios Aéreos?
- Será justo pensar que as florestas não são aliviadas de material combustível porque essa prática não é rentável para os proprietários?
- Será possível considerar o crime de incêndio como um acto terrorista?
-Para que serve aquele "mamarracho" à esquerda de quem segue de Lisboa para Sintra no IC 17, a AUTORIDADE PORTUGUESA DO AMBIENTE?
- Como é que surgem incêndios com várias frentes, com várias zonas diferentes que surgem a arder?
Os bombeiros seguem numa direcção, e surgem fogos na direcção oposta. Será que o fogo é inteligente? Tem consciência própria? Ou existem alguns sacanas no terreno a atear fogos e a fazer manobras de distracção?

A MÃO CRIMINOSA!!!
Em Dezembro de 2004, a compra de seis aviões Canadair para o combate aos incêndios florestais, decidida pelo Governo do PSD, constituiu mais um bom negócio para a SLN. A OMNI, do grupo de Dias Loureiro, representante exclusiva em Portugal daquelas aeronaves, já era responsável pelo aluguer de aviões à Protecção Civil. A decisão correspondeu a um contrato de 150 milhões de euros, assente num estudo pedido pelo MAI de Daniel Sanches a uma consultora, a Roland Berger. Pormenor relevante: a OMNI foi a única empresa do sector contactada no âmbito daquele estudo. Loureiro alegou desconhecimento de qualquer assunto relacionado com a OMNI. A mudança de Governo acabaria por bloquear o negócio, mas a posição dominadora da SLN nesta área, e, em particular de Dias Loureiro, continuou sob suspeita. Em Setembro desse ano, Francisco Louçã acusou-o de promover um negócio assente na continuação dos incêndios. Loureiro apelidou o bloquista de terrorista político e anunciou que o ia processar. Ainda hoje Louçã aguarda a notificação.

MAI DECIDE PRIVATIZAR...
Por outro, urgem esclarecimentos face às possibilidades de entrega dos helicópteros adquiridos pelo Estado português a empresas privadas, porque não podem os cidadãos portugueses pagar helicópteros para benefício de empresas privadas. Impõe-se, assim, saber se o Governo tenciona privatizar a operação dos 9 helicópteros, e como.

As possibilidades que, ao que consta, estão sobre a mesa são:

a) a empresa Heliportugal, pertencente a um grupo francês, que vendeu em 2006 os 10 helicópteros ao Estado, que tem um contrato de manutenção com custos muito acima do mercado e cujo litígio daqui decorrente com a EMA foi recentemente resolvido a seu favor; esta empresa aparenta ter hoje um estatuto particularmente favorável, quer na resolução do litígio com a EMA, quer na alocação dos 15 helicópteros ligeiros no combate a incêndios em que a mesma ditou um adiamento da adjudicação devido a dívidas à Segurança Social;
b) a Helisul, empresa pertencente a um grupo espanhol (INAER), e detentora de 5 helicópteros alugados ao INEM, já no passado condenada por cartel nos contratos de combate a fogos florestais;
c) a OMNI, empresa integrada na holding Sociedade Lusa de Negócios e em cuja administração se encontra como vogal o dr. Dias Loureiro."


José Gomes Ferreira



"CORPORAÇÕES DE BOMBEIROS ENVOLVIDAS NO INCÊNDIO DO ALGARVE RECEBERAM CERCA DE 154 MIL EUROS DE ADIANTAMENTO"



Porque há tantos incêndios em Portugal?

"A defesa do território português deve ser uma prioridade de todos e, no que diz respeito aos incêndios florestais, só será possível debelar esta série de calamidades com uma efectiva política de prevenção, que deveria envolver as forças armadas e de segurança, bem como os serviços do inútil Ministério da Agricultura.

Claro que, em primeira instância, a gestão destes processos competiria aos corpos de bombeiros, cujo desempenho seria avaliado e remunerado em função das áreas que mantivessem livres de incêndios e nunca, como hoje, pelo número de horas de combate. Em vez de andar a pagar fogos, o estado deveria, pelo contrário, premiar a sua inexistência.

A origem primeira dos fogos florestais não está na escassez de meios para o seu combate, mas na falta de prevenção, na ausência de um programa nacional de manutenção das matas.

Como se financiaria o sistema?

Desde logo, com o que já se gasta nas campanhas de combate a incêndios, que incentivam os próprios incêndios, ao enriquecerem as empresas que se alimentam deste negócio. 
A que deveria acrescer a receita obtida com a comercialização da biomassa resultante da limpeza das matas. 
E também os lucros que o estado português teria com o acréscimo de absorção de carbono pela floresta, aumentando assim as contrapartidas nacionais no mercado mundial de emissões de carbono.
Por último, com uma parte do imposto sobre os combustíveis. Pois é à floresta, que absorve parte da poluição produzida, que devem ser consignados os impostos de quem polui, como consagra o princípio do poluidor pagador.

Desafiamos a lei  da natureza deixando as matas ao abandono e desafiamos e lei  da lógica, pagando à hora aos que combatem os fogos. Temos assim o quadro ideal para incendiar Portugal!?Supostamente deveríamos apagar fogos... mas é mais rentável pagar fogos???

Há, no entanto, excepções, florestas onde raramente há incêndios:

É o caso do Pinhal de Leiria ou das zonas sob a protecção da Portucel que se destinam à produção de pasta de papel; também não consta que haja problemas nos terrenos detidos por fundos de investimento imobiliário florestal; são ainda escassos os fogos em zonas de produção de cortiça. 
Os privados gerem estes largos milhares de hectares de floresta apostando mais na precaução e não tanto em meios de combate a incêndios. Já a nível da gestão pública, a incompetência domina. Falta um cadastro florestal, não há prevenção, não se procede à limpeza sistemática das matas. Falta investimento em centrais de biomassa, que poderiam servir, em simultâneo, os propósitos de rentabilidade e de manutenção das florestas.

Entretanto, morrem bombeiros. Gastam-se fortunas num combate a incêndios desprovido dos meios necessários, descoordenado e ineficaz. Desperdiçam-se os muitos milhões de euros que seriam gerados directamente pela actividade florestal. E degrada-se o ecossistema. 
Só será possível debelar esta série de calamidades com uma efectiva política de prevenção, que deveria envolver as forças armadas e de segurança, bem como os serviços do inútil Ministério da Agricultura. 
Claro que, em primeira instância, a gestão destes processos competiria aos corpos de bombeiros, cujo desempenho seria avaliado e remunerado em função das áreas que mantivessem livres de incêndios e nunca, como hoje, pelo número de horas de combate. 
Em vez de andar a pagar fogos, o Estado deveria, pelo contrário, premiar a sua inexistência.

A Força Aérea pode assumir o combate aéreo aos incêndios, o recurso aos militares no combate aos fogos seria uma opção mais barata, conclui um estudo da Força Aérea que está a ser avaliado pelos ministérios da Defesa e da Administração Interna. 
Apesar do investimento inicial, o documento conclui que esta seria rapidamente uma solução mais barata do que a actual, em que helicópteros e aviões são geridos por uma empresa pública. 
Para isso é preciso extinguir a EMA - Empresa de Meios Aéreos, numa solução que baixaria os custos das operações. Os meios desta empresa pública passariam para a tutela da Força Aérea. Entre eles, os helicópteros pesados, Khamov, mas também outras aeronaves mais pequenas"


Paulo de Morais




Esta proposta da Força Aérea foi feita em 2012...
A EMA realmente foi extinta em 2014, e substituída pela empresa Everjets.
Que está neste momento a ser investigada pela PJ.

De acordo com a PJ, em causa está a eventual prática dos crimes de corrupção, participação económica em negócio e falsificação de documentos.

Com a extinção da Empresa de Meios Aéreos (EMA) em Outubro de 2014, a ANPC (Autoridade Nacional de Protecção Civil) ficou responsável pela gestão dos contratos de operação e manutenção dos meios aéreos próprios do Estado.
A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um inquérito relacionado com problemas detectados nos helicópteros Kamov, mas ainda sem conclusão.

A abertura do inquérito da IGAI surge após a ANPC ter detectado problemas "graves no estado das aeronaves" durante o processo de transferência dos Kamov da Proteção Civil para a Everjets, que aconteceu em Março de 2015.

A investigação dirigida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, denominada "CROSSFIRE", aconteceu a 29 de Janeiro de 2016.


Marta Soares lembrou que, 
98% dos fogos florestais têm mão humana 
e que desses, 75% serão de origem criminosa. 


"No final do século passado, enquanto o combate aos incêndios florestais foi uma “Missão”, a Força Aérea Portuguesa operava os meios aéreos em Portugal, mas quando esse combate passou a ser um “Negócio” arrumaram-se os C-130, os kit MAFFS para os equiparem ficaram a apodrecer, os bombeiros exaustos, os meios de substituição não aparecem e….o flagelo continua.
Quais as vantagens?
A centralização dos meios aéreos na Força Aérea com custos reduzidos para o erário público, bem como a poupança em termos de manutenção (dado o background existente) e uma logística dos meios incomensuravelmente mais rápida e operacional.
Parece que, conforme noticiado em 09jun2016, o MAI recusou entregar à Força Aérea, a gestão e operação dos meios aéreos de combate a incêndios, bem como os de emergência médica, optando por manter o actual estado de coisas, com várias entidades, várias frotas, cada uma no seu “interesse” e custos acumulados para todos, incluindo contratação dentro e fora do país.
Espanha, EUA, Grécia, Croácia, Marrocos, são exemplos de países onde os meios aéreos de combate a incêndios são operados pela Força Aérea local. 
Parece impossível…"


Coronel João Manquito 
Conselho Nacional da Associação dos Oficiais das Forças Armadas




OS KAMOV

"Os helicópteros comprados à Rússia em 2006 tornaram-se polémicos desde o início. E em vez de servirem para poupar, serviram para gastar.
Desde que os seis Kamov foram comprados pelo governo de José Sócrates – era António Costa ministro da Administração Interna –, as polémicas têm-se sucedido. O negócio foi celebrado em 2006, quando o Estado decidiu comprar aeronaves para combater os fogos florestais. À época, Portugal não tinha meios aéreos próprios e o objectivo era poupar, evitando o recurso constante ao aluguer.
A Heliportugal, empresa escolhida para trazer os seis Kamov da Rússia por 42,1 milhões de euros, não entregou os helicópteros dentro do prazo estabelecido no contrato, o que obrigou, segundo uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC), a gastos adicionais com o aluguer de outras aeronaves.
Em Julho de 2014, o TdC fez uma auditoria às contas da Empresa de Meios Aéreos (EMA), criada em 2007 para gerir a frota de helicópteros do Estado, por ocasião da sua extinção. E as conclusões foram arrasadoras. Os juízes chegaram mesmo a “censurar” a actuação do antigo subsecretário de Estado da Administração Interna, o socialista Fernando Rocha Andrade, no processo de compra dos Kamov. Rocha Andrade, segundo o TdC, alterou e “aligeirou” o contrato com a Heliportugal num momento em que empresa já estava em incumprimento para com o Estado, não tendo “acautelado o interesse público”. Face a estas conclusões, o Tribunal de Contas enviou a auditoria para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). Mas, um ano e meio depois, ainda não houve qualquer decisão.
As horas nunca voadas além de ter intermediado a compra dos Kamov, a Heliportugal ficou responsável pela operação e manutenção dos helicópteros russos. E a auditoria do TdC também arrasa os contratos de manutenção programada que o governo aceitou assinar. Por, segundo os juízes, preverem um número mínimo de horas de voo “exageradas e em média quase o dobro das horas voadas”, elevando os custos com a manutenção. 
Os contratos eram celebrados sempre da mesma maneira: era pago pelo Estado um valor fixo anual que incluía um conjunto de horas de voo, findas as quais era preciso pagar um valor adicional por hora voada. Mas o Estado comprava pacotes com horas a mais.
Em 2008, por exemplo, a EMA pagou por 2312 horas de voo, mas os helicópteros só voaram 1269 horas – gastando-se assim 5,4 milhões de euros a mais. 
E até 2013, o Estado pagou sempre demasiadas horas.
Em sete anos, os Kamov voaram 9562 horas, mas foram pagas à Heliportugal 14 531 – o que representou uma despesa de 22 milhões em horas nunca voadas. 
A 10 de Maio de 2007, a seis dias de abandonar o cargo de ministro da Administração Interna para se candidatar à Câmara de Lisboa, António Costa dava aval positivo ao memorando.
A Heliportugal, que ainda não tinha entregue sequer o primeiro Kamov, foi a empresa escolhida para receber a maior fatia do ajuste directo: quase 700 mil euros (sem IVA). 
Meses depois, em Dezembro de 2007, o Tribunal de Contas enviou um ofício à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) questionando “por que razão não foi lançado, atempadamente, o procedimento concursal exigido”. Os juízes consideravam que houve tempo para fazer concursos normais, dado que já se sabia desde 2006 que os Kamov não chegavam a tempo da fase Bravo. A ANPC justificou-se dizendo que tinham sido feito “contactos informais” com a Heliportugal, obtendo garantias de que os Kamov chegariam antes do tempo previsto no contrato.
Mas o acórdão 35/2008 do TdC concluiu que não houve “motivos de urgência imperiosa”: o Estado já sabia, desde o ano anterior – quando assinou o contrato com a Heliportugal –, que não ia haver aviões para a fase Bravo.
“É absolutamente incompreensível do ponto de vista do interesse público que, no contrato de aquisição de aeronaves, celebrado a 22 de Maio de 2006, o Estado [...] não tivesse tido em conta os prazos de obtenção de licenças necessárias às aeronaves no espaço nacional, nem à necessidade de formação de operadores para as mesmas”, lê-se no acórdão, que continua no mesmo tom:
“É absolutamente incompreensível” que o Estado “tenha alimentado expectativas de que as aeronaves seriam entregues antes dos prazos contratualmente definidos [...] através de contactos informais” que nunca tinham sido “reduzidos a escrito” e, como tal, “podiam não ser cumpridos”. 
Ou seja, o Estado deveria ter-se precavido e poderia ter lançado concursos públicos para outro tipo de helicópteros que pudessem abastecer-se de água em períodos de seca.

Não foi isso que aconteceu: o governo fez um ajuste directo para a contratação de meios aéreos em meados de Junho de 2005 – em cima da época de incêndios. E o contrato foi assinado com as mesmas duas empresas, entretanto condenadas por cartel, por um valor apenas 26% mais baixo que os 7 milhões apresentados inicialmente. Assim, e em 2005, Portugal pagou mais de 30,5 milhões de euros pelo aluguer de 49 aviões. Um acréscimo, apontava o TdC no seu relatório de 2007, de 134% face ao ano anterior. "

Paulo Cunha




"Domingos Névoa, o dono da Bragaparques, comprou a Everjets dias antes da assinatura de contrato de milhões.
Concurso de 46 milhões está a ser investigado pelo Ministério Público e pela PJ.
Aquisição do dono da Bragaparques mantida em segredo.
Filho de Domingos Névoa é administrador da Everjets desde Fevereiro.
A aquisição ocorreu uns dias antes da formalização, a 6 de Fevereiro deste ano, do contrato de 46 milhões de euros, assinado em representação da Everjets pelo genro de Névoa, Ricardo Dias, piloto que já trabalhava havia algum tempo na empresa e assumiu a vice-presidência da sociedade logo no início de Janeiro.

Na altura da compra, já era conhecido que a Everjets ganhara o concurso, para operar e manter os helicópteros durante quatro anos, uma vez que a 22 de Dezembro de 2014 o presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) assinara um despacho a adjudicar a proposta à Everjets.

No final de Agosto, foram recebidas quatro propostas, tendo a Everjets ganho por ter apresentado o valor mais baixo: 46.077.120 euros. A proposta foi adjudicada em 22 de Dezembro do ano passado e assinada a 6 de Fevereiro deste ano, uns dias antes de Domingos Névoa ter comprado a empresa. A compra aconteceu entre 1 e 3 de Fevereiro.

Na altura vários concorrentes estranharam o comportamento dos responsáveis da empresa, já que estes não chegaram a levantar o caderno de encargos do concurso, não foram inspeccionar os aparelhos que queriam operar, nem tiveram qualquer dúvida sobre as regras do concurso."


Mariana Oliveira


"Muitos dos pilotos dos helicópteros de combate a incêndios, assim como os mecânicos, são oficiais e sargentos da Força Aérea Portuguesa que tiram férias afim de prestarem serviços extra a empresas privadas no combate aéreo a incêndios florestais no período BRAVO. 
Homens e mulheres preparados para situações emergentes e urgentes em qualquer situação de risco para as populações.
Mas, mais uma vez, este ano de 2016, o Ministério da Administração Interna chumbou a concentração na Força Aérea de meios aéreos do Estado para o combate aos fogos e emergência médica, uma medida que tinha sido preparada pelo anterior Executivo (PSD), com o intuito de poupar milhões de euros em apenas três meses - Julho a Setembro.

Segundo fonte da Força Aérea (FAP) estavam disponível para receber os meios, "mas com reforço dos recursos humanos e materiais, uma vez que as despesas iriam aumentar".
A titular do Ministério, Constança Cunha de Sousa, recusou, não obstante a transferência representar uma redução de custos para o ministério e continuar sem se saber quando estará a frota de Kamov toda pronta para operar. Dos cinco hélis pesados apenas voam três, o que já obrigou o MAI, em 2015, a recorrer ao aluguer de aeronaves a privados para suprir a lacuna. Um negocio feito pelos governos a empresas administradas por ex-deputados pagas pelo contribuinte.

Verbas não chegam aos bombeiros.
Todos os anos as associações de bombeiros recebem cerca de €50 por cada elemento que prestas serviço de 24 horas nos bombeiros, no período Alfa e Bravo. 
Mas, os comandos e direcções nem sempre entregam esses honorários aos elementos activos, alegando que parte da verba fica retida para melhoramentos nos quartéis de bombeiros ou aquisição de material.
Embora se saiba que tais aquisições são pagas pelas autarquias e beneméritos. 
O rasto do dinheiro é perdido.
O Ministério da Administração Interna, Ministério Publico e Protecção Civil são conhecedores deste ilícito, mas nenhum, até hoje, teve vontade de repor a legalidade. 
Os homens e mulheres (verdadeiros bombeiros) sofrem em prol do protagonismo e pragmatismo daqueles que não olham a meios para atingir os seus fins."



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