sábado, 13 de agosto de 2016

Este é o Planeta Terra, não é o Planeta Paraíso!




Esta é uma frase que me apanho a repetir 
para todos os que ainda insistem 
em negar a dualidade, 
em rejeitar o lado sombra da vida 
e insistem na ilusão de querer encontrar
 relacionamentos perfeitos 
e de atingir uma vida perfeita.



O Planeta Terra é o plano ou a dimensão onde a nossa essência Una consegue experienciar-se na dualidade. O masculino e o feminino, a luz e a sombra, a tristeza e a alegria, etc, separadamente.

Desde sempre que as mais antigas filosofias do mundo nos tentaram ensinar sobre a dualidade e em como ela é uma realidade tanto dentro como fora de nós. 
Todos os grandes Mestres que passaram pela Terra tentaram ensinar que o equilíbrio atingido quando seguimos as leis universais era a passagem secreta para viver em abundância.

Mas porque temos o livre arbítrio de experienciar a dualidade, os dois lados da moeda estarão sempre disponíveis. E logo tanto estaremos expostos ao que ressoa com a verdade e com o que não ressoa. 
Em todo o lado iremos ver a luz e a sombra e só usando o nosso filtro interior poderemos ir escolhendo.

Até que consigamos render-nos a esta visão, enquanto estivermos presos à ilusão, iremos sentir sempre um litígio entre o que está dentro e o que está fora. Entre aquilo que gostaríamos de ser e o que a sociedade espera de nós. Entre o que o ego nos tenta e o que a alma anseia. Entre a rudeza do mundo material e a sensibilidade do mundo interior.

Onde, como ou com quer que estejamos, a dualidade anda atrás de nós pois nós somos essa mesma dualidade e a nossa viagem aqui é precisamente para experienciá-la.

Ansiar então apenas por alegria, saúde, riqueza, abundância, sabedoria e paz é uma ilusão e jamais terão o seu verdadeiro valor se não estamos preparados para lidar com os opostos da tristeza, da doença, da pobreza, da carência, da ignorância e do litigio.

A paz interior que tanto ansiamos não será nunca o fruto do fim deste litígio. 
Não irá acontecer quando todo o “mal” desaparecer das nossas vidas.

Ela é sim a rendição à dualidade e que afinal tudo o que está na nossa vida conspira para o nosso equilíbrio. 

Paz interior é a capacidade de aceitar que TUDO faz parte e que todas as experiências são essenciais na nossa viagem, fazem parte da nossa história, foram atraídas pela nossa energia.
O sofrimento é então resultado da incapacidade de ver a realidade dual.
É a projecção da nossa sombra no exterior.
É ainda a ilusão de querermos ver apenas lado positivo da vida, resistindo a aceitar e integrar o lado negativo. 

Fazemo-lo connosco próprios na incapacidade de nos amarmos incondicionalmente e de valorizarmos a pessoa única que somos.
Fazemo-lo também com o mundo quando julgamos os comportamentos dos outros sem percebermos que os outros são agentes de transformação da nossa vida e espelhos de sombras que carregamos.

O que mais nos inspira nos grandes Mestres que caminharam na Terra não são apenas os actos extraordinários que fizeram, mas muito mais o estado pacificado e rendido em que viveram.
Até que consigamos ver esta realidade, estamos presos algures num qualquer polo da dualidade. 
Ou estamos iludidos no polo positivo à procura da vida perfeita e do amor em tudo e em todos ou estamos iludidos no polo negativo a ver medo, violência e negatividade em tudo.

A chave da paz interior é então a busca das lentes que nos permitem rendermo-nos a TUDO.
É a capacidade de vermos magia em todas as danças.
É a aceitação de que tudo e todos somos peças de um gigante puzzle sagrado.
É percebermos que não há nada a conquistar ou a atingir fora de nós, mas sim e apenas, o trabalho de rendição ao Divino interior.


Vera Luz


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