Claro que se tem medo que alguém nos entre pelos olhos.
Mas podes arder.
Para a tua temperatura sou mercúrio, linhas de mão, lábio e sopro.
Atravesso-te porque me atravessas
e onde somos corsários rendemo-nos ao encanto da devolução.
Tu e eu à porta de um lugar que vai fechar tudo numa árvore.
Aqui onde os minutos são a rua
em que nos sentamos toda a tarde à espera do silêncio,
onde o teu corpo pesa a medida exacta do meu desejo.
Sou um animal.
Necessito diariamente da transfusão
de uma enorme quantidade de calor.
Tocas-me?
Vasco Gato
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