Um dia destes, cansada que estava de carregar as minhas armaduras de Guerreira, questionei-me: Qual o Guerreiro mais corajoso?
O que tem muitas armaduras entre si e o Mundo, ou o que enfrenta o adversário de peito aberto, de Coração ao Centro?
As armaduras vão sendo colocadas a cada vez que o Coração é ferido.
Quanto mais tempo de Vida temos, tendencialmente mais armaduras coleccionamos.
E elas vão pesando e pesando e pesando…
Enferrujam, não permitem movimentos com a mesma facilidade, nada nos toca.
(repito: NADA nos toca).
Se gostavas de ter um relacionamento saudável e feliz (atenção que isto inclui desentendimentos, discussões, afastamentos temporários, dor, dissonância, saudade, etc etc) sugiro-te que explores o poder da Vulnerabilidade.
Que ganhes a coragem de expor o teu Coração.
Se não o pões cá fora da armadura estás à espera de sentir o quê?
Precisas de uma garantia?
De algo que te dê segurança?
Não existe.
O Amor é para os audazes, os loucos, os que arriscam, que se permitem entregar sem armaduras, sem chão, sem garantias (afinal de contas, não estás a comprar um electrodoméstico numa loja…).
És capaz de contar ao teu parceiro/a aquilo que tens medo?
Aquilo de que precisas?
És capaz de lhe contar os teus pensamentos mais absurdos, doentios, negativos, sombrios (sim, todos os temos)?
És capaz de mostrar quem És?
Com Verdade?
É assustador, muito assustador!
Sim, tanta coisa na vida é assustadora.. mas a recompensa pela tua coragem, se calhar, é a tua felicidade, a partilha que tanto desejas com outro Ser.
Se calhar, vale a pena experimentar.
Digo eu...
Dhyana Diana Chaves
To love someone fiercely, to believe in something with your whole heart, to celebrate a fleeting moment in time, to fully engage in a life that doesn’t come with guarantees – these are risks that involve vulnerability and often pain.
But, I’m learning that recognizing and leaning into the discomfort of vulnerability teaches us how to live with joy, gratitude and grace.”
― Brené Brown
in, The Gifts of Imperfection: Let Go of Who You Think You're Supposed to Be and Embrace Who You Are
Brene Brown estuda as relações humanas - a nossa capacidade de criar empatia, de pertencer, de amar. Numa comovente e divertida palestra no TEDxHouston, Brene Brown partilha uma visão profunda da sua investigação, que a fez mergulhar numa busca interior para se conhecer totalmente e também para compreender a Humanidade.
Caraças...esta agora fez-me pensar...
Aos 8 anos morri pela primeira vez...e nasci de novo adulta à força.
Depois dessa morte, tive mais duas, aos 29 quando me divorciei e aos 35 quando mandei tudo ao ar e decidi recomeçar tudo do zero...
Desde criança que tive de aprender a desemerdar-me sozinha.
Sempre tive uma personalidade muito forte e independente.
Quando era nova dizia sempre que não precisava dos homens.
Aprendi a ser auto-suficiente.
Depois para agravar a situação, aos 32 anos, decidi mostrar as minhas vulnerabilidades no relacionamento que tinha, porque comecei a ter necessidade de deixar de estar tão na defensiva e baixar um pouco a guarda...O problema foi que o fiz com a pessoa errada. Com essa pessoa aprendi uma das grandes lições da minha vida: Que uma traição de confiança custa mil vezes mais que uma traição de cama.
Será mesmo, que não preciso dos homens?
Hoje sei que estava tão enganada...
Depois dos 35 anos percebi que essa afirmação era fruto de uma zanga muito grande com o masculino.
E por essa razão fui criando armaduras de protecção desde muito cedo, que me impediram de sentir, de ser verdadeiramente amada, de amar de verdade e de me entregar de peito aberto.
Hoje, é fundamental para mim estar sozinha, cuidar-me, respeitar-me, amar-me, ouvir-me, aceitar-me como sou...sou dura na queda mas, adoro um abraço sentido, uns braços fortes à minha volta, um bom colo, um cafuné demorado, amar e sentir-me amada.
Hoje para mim, um relacionamento é acima de tudo uma oportunidade de crescimento e evolução mútua.
É a melhor forma de todas!
O meu homem ser o meu espelho, e eu ser o seu espelho!!!
Descobri que uma Mulher Inteira tem de ter o Masculino e o Feminino equilibrados.
É ser autónoma, independente, livre, forte, resiliente, determinada, doce, meiga, intuitiva e receptiva.
Descobri que ser autónoma inclui aceitar a interdependência humana.
É continuar a ter a minha individualidade, mas dentro de um Todo. Somos todos Um.
Deixou de ser "eu contra o mundo".
Nestes últimos 6 anos tenho vindo a aprender (devagar, confesso...) a ser vulnerável, transparente, despida de armaduras que não me permitem SENTIR...sem me sentir fragilizada, sem perder a minha autonomia, independência força e liberdade, muito pelo contrário.
Sinto-me mais forte do que nunca, porque agora não tenho medo da perda.
Uma palestra para partilhar.
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