domingo, 30 de março de 2014

Androginia


“O andrógino existe, e está presente em cada um de nós.
Mas como podemos descrevê-lo?
É como se as moléculas do nosso ser dançassem juntas sem se tocar.
Para alguns, isso pode parecer uma ideia nova; para outros, é tão antiga quanto a dança mística do Homem-Mulher-Deus, Shiva, que actua no meio do círculo ígneo como o Destruidor daquilo que envelheceu e já foi preservado por tempo demais, rumo ao caos primordial do qual brotará sempre algo novo da sua criação.

Alguém poderia perguntar: e como nos tornamos andróginos? 
A resposta é que nós não nos tornamos andróginos; nós já somos andróginos. 
Basta sermos nós mesmos. Não é necessário aprender como. 
Isso pode parecer a coisa mais fácil do mundo mas, para uma sociedade que se tornou perita em manipular, forçar e condicionar a psique a adaptar-se a um mundo que aparentemente exige essa adaptação, talvez haja muito a desaprender no processo “.

(...)

O Andrógino está em contacto com a enormidade de energia que existe e se move dentro de nós e em toda a nossa volta.
Ele ou ela sabe como é assustador permitir que essa energia flua de qualquer maneira, sem tentar direccioná-la para um canal preestabelecido; sem saber se, na busca do outro, ela assumirá forma espiritual ou sexual; sem conhecer seus limites ou sua direcção; e sem saber se ela é forte ou fraca.
Quão mais fácil não seria pensarmos em energia como algo limitado que, se usada aqui, não pode ser usada lá! Mas isso seria produto de racionarmos em termos de sistemas fechados, e um ser humano não é um sistema fechado.
Todo o organismo tem uma dupla interface cósmica: com o universo maior e com o átomo: A energia flui não só dentro do sistema, mas também entre sistemas.
O Andrógino está ciente de que todo o evento no interior do corpo humano afecta todos os outros aspectos do indivíduo, seja numa perspectiva fisiológica, seja numa perspectiva psicológica." (...)

in, ANDROGINIA - Rumo a uma Nova Teoria da Sexualidade



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