O estado de solidão e carência
é resultado da falta de
validação pessoal e amor próprio
e torna-se ainda mais doloroso quando
ainda esperamos que seja
curado ou preenchido
de fora para dentro.
Quando estamos vazios acreditamos que nada merecemos, somos incapazes de fazer boas escolhas, aceitamos o que não tem qualidade e permitimos todo o tipo de abusos.
Infelizmente a maior parte vive inconsciente do seu próprio estado e por isso só mesmo através das experiências da vida vamos percebendo o que funciona e o que não funciona. Se estamos ou não no bom caminho.
Quem nos rodeia e o que a nós chega vai aos poucos contando a história, mostrando em que estado real está a nossa energia.
Quando estamos em estado de carência, ainda acreditando que virá alimento de fonte externa, todo o nosso foco está fora num qualquer exagero que apenas serve de compensação do vazio.
Ou está na comida como fonte de alimento emocional, ou está nos filhos como fonte de amor, ou está numa qualquer relação como fonte de segurança, ou está num emprego como fonte de estabilidade, ou está nos amigos como fonte de aceitação e apoio, ou está nas compras e no dinheiro como fonte de valor pessoal e muitos outros exemplos que poderia dar aqui. Atenção, nada de errado em ter tudo isto.
Aliás, tudo o que está fora é essencial a uma viagem maravilhosa que vem colorir as várias áreas de vida que viemos experienciar.
A questão está apenas na maneira como o experienciamos e na direcção em que a energia circula.
Ainda temos a tendência de ir buscar fora o que acreditamos precisar dentro, quando na verdade a energia trabalha ao contrário; primeiro reconhecemos, validamos e sentimos dentro para que depois se manifeste ou materialize fora.
Mesmo em rotinas algo idênticas e tão facilmente nos iludimos com quem connosco se cruza, é muito diferente a experiência interna de alguém que vive vazio e em carência e de alguém que vibra já em amor e se sente preenchido.
Há pouco tempo uma mãe desabafava comigo que todos os dias no carro depois do trabalho, sentia uma imensa vontade de chegar a casa e de dar um enorme abraço ao seu filho de 3 anos. À parte do imenso e incondicional amor que todos temos pelos nossos filhos eu deixo a pergunta:
- Escondida no seu inconsciente, sentes que esta mãe tem na verdade a intenção de ir DAR energia ao filho ou de ir BUSCAR energia ao filho?
Estamos a falar de uma mulher que se sente vazia e numa rotina sem sentido, a viver um relacionamento sem qualidade, presa a um emprego que não gosta e veio para uma consulta em busca de entender porque dá o seu melhor em tudo e se sente cada vez pior, mais vazia e mais perdida.
À parte de todas as questões práticas e externas que obviamente ela terá que enfrentar para equilibrar a sua vida, como mudar a sua rotina, investir numa nova profissão ou trabalho mais preenchedor e decidir como pretende resolver a sua questão relacional, o grande e maior problema desta mulher esconde-se na maneira como ela gere a sua energia. Esconde-se na raiz da sua própria árvore na sua incapacidade de auto-sustento emocional e por isso tudo lá fora é uma expressão da sua própria falta de energia.
Ficou algo chocada embora tenha reconhecido, quando lhe fiz ver que a única fonte de energia do momento era o filho que apenas com 3 anos estava a ter a responsabilidade de dar energia à mãe.
É importante percebermos que este mundo energético e emocional é invisível para nós e logo algo inconsciente para a maioria.
Esta mulher não tinha qualquer consciência do que estava a acontecer a nível energético.
Neste dia esta mãe percebeu a cura que teria que fazer dentro de si para que conseguisse restaurar a sua energia e ser a mãe que todas queremos ser: a verdadeira fonte de amor, principalmente para uma criança de 3 anos que ainda precisa de sentir esse suporte e é ainda incapaz de autonomia emocional.
É neste acordar, é nesta tomada de consciência que temos o poder de direcionar as nossas energias que passamos então a usá-las inteligente e conscientemente.
Quando reconhecermos o poder que temos de nos valorizarmos e amarmos a nós próprios e passamos a fazer escolhas que o expressem, aprendemos a manifestar a nossa energia de dentro para fora. Aprendemos a valorizar essa mesma energia, a sentir verdadeiro amor e carinho por ela e logo aprendemos a investi-la correctamente.
Por exemplo: se já temos consciência que temos um dom maravilhoso para lidar com crianças, que é com elas que nos sentimos "em casa", que temos uma paciência e tolerância com elas que a maioria não tem, que somos capazes de uma empatia enorme com elas, que elas são o palco perfeito onde a nossa energia flui e aumenta, seria uma má escolha, um desperdício de energia e uma traição ao que nos faz sentido(sentir) esta alma investir por exemplo numa carreira na banca, certo?
Claro que o podemos fazer mas a energia nunca irá fluir naquele ambiente austero e frio da mesma maneira que iria fluir onde temos o coração aberto e a alma feliz.
Quando lemos que somos responsáveis pela nossa energia, há que depois então manifestar essa responsabilidade nas nossas escolhas, sejam elas profissionais como o exemplo acima, sejam elas relacionais, de comida, livros, amigos, tempos livres, etc.
Há muitas maneiras de estudarmos a nossa energia. Nunca antes tivemos tantas ferramentas disponíveis para percebermos quem somos, o que trazemos das vidas passadas, e qual o nosso propósito pois só dessa consciência iremos perceber que padrões negativos ainda vivemos a alimentar impedindo-nos de atingir a nossa abundância.
Deixo-te com uma pequena ferramenta para que possas ir começando o teu processo interno:
- O nosso discurso revela muitos segredos acerca do funcionamento da nossa energia. Ou seja: Que lógica teria ansiarmos por água e pedirmos água aos outros se temos a nossa garrafa cheia?
Se no teu discurso predominam os outros, a vida dos outros, o que os outros fizeram, disseram, deveriam ter feito ou deveriam ser, se há ainda muito tema e densidade emocional em volta de acontecimentos passados ou mesmo presentes menos felizes, é sinal de que ainda não há responsabilização pelos mesmos e ainda se escondem dependências na forma de crenças de que caso os outros mudassem, a tua vida seria mais feliz.
Se o teu discurso gira à volta de ti e das tuas necessidades, dos investimentos e escolhas que queres fazer, de como queres elevar a tua energia, do que precisas fazer para te sentires bem, da responsabilidade que tens pelo que atrais, de como podes harmonizar as necessidades de quem amas com as tuas próprias, acredito que já estarás no bom caminho.
A nossa cura só pode acontecer de acordo com a consciência que temos do nosso estado.
Primeiro precisamos reconhecer que não estamos bem, que não estamos felizes, que as escolhas que fizemos não trouxeram bons resultados, que a nossa rotina é vazia de energia e sentido.
Só desta tomada de consciência virão então as oportunidades de mudar de rumo.
A todos os que se atreveram um dia olhar para o espelho e ouvir a alma e resolveram tomar uma atitude, o meu aplauso pela coragem de pedir ajuda e acreditarem que merecem melhor.
Vera Luz
A nossa energia é magnética. Metade de nós é passado, memórias de outras vidas, a outra metade futuro, o anseio de quem queremos ser. Atraímos o que dessa dualidade vive inconsciente em nós e por isso se manifesta nas características mais desafiantes ou maravilhosas das pessoas que te rodeiam. Considera por isso que a tua questão não é tanto com as pessoas, mas muito mais com o que elas representam. Faz as pazes internamente com “isso” e verás a tua realidade melhorar radicalmente. Fugir delas, irá fazer com que se recriem noutras pessoas.
Vera Luz
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