“O cérebro trabalha como um laboratório.
É um arquitecto.
Desenha modelos e junta as peças.”
Joe Dispenza
O Ser Humano já explorou o fundo dos oceanos, as luas dos planetas, desenvolveu todos os tipos de tecnologias, mas o cérebro continua a ser um mistério.
Os cientistas são persuadidos a levar os efeitos quânticos, a complexidade teórica e os modelos holográficos para os seus modelos teóricos para explicar coisas básicas como a Percepção, Consciência e a Memória.
Calcula-se que haja mais conexões possíveis
num cérebro humano
do que átomos no Universo inteiro.
Os modelos tradicionais comparam o cérebro a um supercomputador.
Mas esse tipo de comparações são mecânicas, e o cérebro não é assim; é um órgão bem vivo, plástico e flexível, capaz de aprender, compreender e renovar as próprias ligações de forma dinâmica, baseado nas nossas necessidades.
Ainda falta compreender muita coisa mas, o que se sabe é que:
- A estrutura do cérebro é a mais complexa do planeta.
- Comanda e regula todas as actividades do nosso corpo, desde o batimento cardíaco, à temperatura, digestão e função sexual até à aprendizagem, memória e emoções.
“O cérebro é capaz de milhares de coisas diferentes. No meio de tantas coisas, pode fazer tantas coisas por nós e ajudar-nos a aprender, compreender, alterar e adaptar, pode tornar-nos melhores seres humanos ajudando-nos a transcendermo-nos a nós próprios. Pode levar-nos a nível mais elevado de existência, onde conseguimos compreender o mundo e as suas relações com as coisas e pessoas de uma forma mais profunda. Pode ajudar-nos a tirar um maior sentido de nós próprios e do mundo que nos rodeia. Há um lado espiritual no nosso cérebro; um lado onde todos podemos aceder.”Andrew Newberg
- Mas, qual a estrutura e processamento do cérebro?
- E como essas estruturas interagem na nossa experiência quotidiana do mundo e de nós próprios?
- O cérebro é pelo menos 1000 vezes mais rápido que o supercomputador mais rápido do mundo.
- O cérebro tem tantos neurónios quantas as estrelas da Via Lactea – cerca de 100 mil milhões.
- Número de Sinapses no córtex cerebral – 60 triliões.
- Um pedaço do cérebro do tamanho de um grão de areia contém 100 mil neurónios e mil milhões de sinapses.
- O cérebro está sempre ligado – nunca se desliga nem descansa ao longo de toda a nossa vida.
- O cérebro refaz as suas ligações ao longo de toda a nossa vida.
NEURÓNIOS
O cérebro é feito de cerca de 100 mil milhões de pequenas células nervosas chamadas de neurónios. Cada neurónio tem entre 1000 a 10 mil sinapses, ou locais onde se ligam a outros neurónios, formando redes entre si, as chamadas Redes de Neurónios.
Cada rede representa um pensamento, uma memória, uma habilidade, uma informação, etc.
Estas redes de neurónios estão todas interligadas, e é essa interligação que forma ideias complexas, memórias e emoções.
Toda a gente tem a sua colecção de experiências e capacidades, representadas nas redes de neurónios dos seus cérebros. Todas essas experiências, incluindo as boas e as traumáticas formam, neurologicamente, o tecido do que está a acontecer na nossa percepção e no nosso mundo. E quando recebemos estímulos do meio ambiente, certos aspectos dessas redes de neurónios vão entrar em funcionamento, o que vai causar alterações químicas no cérebro. Estas alterações químicas por sua vez originam reacções emocionais, formam as nossas percepções, e condicionam as nossas respostas às pessoas e eventos das nossas vidas.
NERVOS
As células nervosas que disparam em conjunto, ligam-se em conjunto.
Se fizer uma coisa uma vez, uma série de neurónios soltos irão formar uma rede em resposta, mas se não repetir o comportamento, não irá ficar gravado no cérebro. Quando se pratica uma coisa vezes sem conta, essas células nervosas desenvolvem uma ligação cada vez mais forte, tornando-se cada vez mais fácil disparar a rede. É assim que se criam hábitos, que ficam cada vez mais enraizados no cérebro e mais difíceis de mudar. Isto pode ser uma vantagem (para aprender), como uma desvantagem ( fica difícil de alterar padrões de comportamento indesejáveis).
As células nervosas que não disparam em conjunto, não se ligam em conjunto.
Perdem a sua relação antiga. Cada vez que interrompemos um processo físico ou mental habitual reflectido numa rede de neurónios, as células nervosas e os grupos de células ligadas umas às outras começam a quebrar a relação.
Por exemplo, quando passamos muito tempo com uma pessoa (por ex, companheiro de quarto da faculdade) e nos separamos no fim da experiência, prometemos entrar em contacto uma vez por mês, enviar mensagens, manter a amizade. Mas, à medida que o tempo passa, começamos a enviar mensagens só no Natal e a relação começa a enfraquecer e a desaparecer.
Este efeito é um reflexo exacto do que se passa dentro do cérebro.
À medida que pensamos menos no companheiro de quarto, as redes começam a afrouxar até não haver qualquer ligação. O que acontece é que as frágeis dendrites que saem da célula para se ligarem às outras células se soltaram e estão agora disponíveis para se ligarem a outras células nervosas, abandonando velhos padrões e formando potencialmente outros novos.
“O cérebro humano é um instrumento precioso no Universo, para sentir a Unidade Nuclear e para a viver. E se olharmos para a estrutura do cérebro humano em pormenor, observamos que está especificamente desenhado e cuidadosamente construído de forma a sentir o Campo Unificado, para sentir a Unidade da Vida.”John Hagelin
APRENDIZAGEM
O cérebro aprende de duas formas principais:
A primeira é através de dados factuais, intelectuais, que compreendemos e memorizamos (estudar, memorizar dados e datas, etc…)
A segunda, e mais poderosa, é através da experiência (podemos ler como se anda de bicicleta mas, é apenas quando andamos de bicicleta que a informação é integrada.)
Independentemente do tipo de método, a aprendizagem consiste essencialmente na integração de neurónios para formar novas redes. Aprender verdadeiramente é construir novas estruturas baseadas em estruturas anteriores. Quantas mais relações diferentes forem examinadas, mais bem compreendidos são os conceitos.
É por isso que, reexaminar ideias enraizadas e crenças muda a vida das pessoas.
Ao reexaminar, revemos todas as ligações e encontramos conjecturas enterradas que estão a desencadear as nossas reacções através do processo chamado Memória Associativa.
MEMÓRIA ASSOCIATIVA
Com mais ligações de neurónios possíveis do que átomos há no Universo, o cérebro tem um grande problema:
Como encontrar a Memória?Como é que o cérebro encontra a memória rapidamente em situação de perigo?As emoções ajudam-no!
As emoções, que são em parte uma rede de neurónios, estão ligadas a todas as outras redes. Estas ligações permitem ao cérebro encontrar as memórias mais importantes em primeiro lugar. Também asseguram que uma coisa importante, como não por a mão no forno quente, não se esquece facilmente.
É por isso que todos se lembram onde estavam e o que faziam quando as torres gémeas caíram no 11 de Setembro.
A memória associativa afecta o nosso comportamento e reacção, ao que nos rodeia, e ao mundo.
Mas, para além de as emoções serem, em parte, redes de neurónios; a outra parte é que as redes das emoções estão ligadas a um pequeno órgão no cérebro, o Hipotálamo.
O Hipotálamo pega nas proteínas e sintetiza-as em neuropeptídeos ou neuro-hormonas. E todos sabemos o que as hormonas fazem. Preparam o corpo para a Acção!
Se aparecer um tigre esfomeado, o hipotálamo segrega químicos para preparar o corpo para correr. O sangue deixa o cérebro e a parte central do corpo e vai para as extremidades. É fuga ou luta! As emoções avaliam a situação rapidamente, sem sequer pensar nisso, e enviam mensageiros químicos para fugir ou lutar, sorrir ou franzir o olho.
O lado negativo da memória associativa é que, como percepcionamos a realidade, e tratamos as novas experiências baseados nos dados mentais e neurais armazenados do passado, é difícil ver o que realmente está lá fora nesse momento. A tendência, pelo contrário, é fazer referência a experiências passadas.
E quem reage a situações baseadas no passado?
O conjunto de redes vastamente integrado a que temos chamado de Personalidade!
Tal como todas as células do corpo se unem e inter-relacionam umas com as outras para originarem um organismo que funciona, também as redes de neurónios se inter-relacionam e associam de forma a produzir essa entidade que consideramos a nossa Personalidade.
Todas as nossas emoções, memórias, conceitos e atitudes estão codificados neurologicamente e se interligam, resultando no que chamamos de Ego, o Eu menos elevado, o Humano, a Personalidade.
“Isso quer dizer que as emoções são boas ou más?Não! As emoções destinam-se a reforçar quimicamente algo na memória a longo prazo.É por isso que as temos.”Joe Dispenza
Torna-se então clara a razão pela qual um cérebro com ligações enraizadas, resulta numa personalidade enraizada, inalterável e rígida. E embora a personalidade possa passar por alterações, elas podem mudar comportamentos mas não mudam realmente a personalidade para uma nova. Há milhares de outras redes que se mantêm, mantendo-se o agregado “EU”.
Felizmente, o cérebro foi criado para levar um Espírito Encarnado até à Iluminação, sendo essa a razão pela qual tem neuroplasticidade.
NEUROPLASTICIDADE
É possível quebrar as redes ligadas do cérebro, mudar hábitos e ganhar liberdade.
Neuroplasticidade é o termo usado para definir a capacidade que o cérebro tem de formar novas ligações, ou seja, neurónios ligarem-se a outros neurónios.
Anteriormente acreditava-se que até à adolescência o cérebro já estivesse ligado para o resto da vida.
As investigações mais recentes confirmaram que o cérebro não só é muito plástico e maleável, mesmo em idades avançadas, como também cria novas células.
“Há um enorme potencial para mudar os tipos de comportamento e padrões característicos em que caímos. E o potencial para a mudança do nosso sistema nervoso, de toda a nossa psicologia, é tremendo. De facto, a nossa fisiologia é diferente do que era há tempos atrás. Essa memória foi codificada e a sua estrutura genética mudou. E enquanto antes falaríamos do sistema nervoso como uma coisa rígida com pouca capacidade de mudança, sabemos hoje que, a muitos níveis, isso não é verdade. Há uma capacidade tremenda de plasticidade, que basicamente significa capacidade de mudança no sistema nervoso.”Dr. Daniel Monti
Somos muito mais ilimitados do que achamos!
Pensar que o nosso crescimento pára na adolescência é, segundo John Hagelin, uma forma bárbara de ver o potencial humano.
Ele considera que somos capazes de desenvolver a criatividade e a inteligência durante a vida toda. Fomos concebidos para isso.
Mas para isso, temos de ter acesso à capacidade inata do cérebro, e as ferramentas, a chave, para realmente desenvolver o cérebro holisticamente, que são:
- Sentir a realidade holisticamente,
- Desenvolver o estado meditativo chamado de experiência espiritual,
- Sentir a experiência do Campo Unificado na fonte do pensamento.
LIVRE ARBÍTRIO
O factor principal que distingue os seres humanos de todas as outras espécies é o nosso Lóbulo Frontal, e o rácio desse lóbulo frontal em relação ao resto do cérebro.
O lóbulo frontal é a área do cérebro que nos permite concentrar a atenção.
- É fulcral para tomar decisões e para manter uma intenção firme.
- Permite-nos tirar informações do nosso meio ambiente e do nosso armazém de memórias, processá-las e tomar decisões ou escolhas diferentes das decisões e escolhas que já fizemos.
No entanto, muitas das nossas escolhas e decisões são condicionadas.
Muito do nosso comportamento consiste em respostas condicionadas, aprendidas ou automáticas a estímulos. Estas respostas automáticas, como ir ao frigorífico em situação de stress, são respostas automáticas habituais e inconscientes, e por isso não se consideram “escolhas”.
“Fazer uma Escolha ocorre quando conscientemente nos separamos do meio ambiente e dos seus estímulos e nos afastamos do nosso comportamento biológico habitual e nos tornamos um observador. Desse ponto de observação, podemos raciocinar cuidadosamente, baseando-nos no que sabemos… O lóbulo frontal retira informação do que desenvolvemos ao longo da vida, através da experiência e através de dados intelectuais factuais e diz:“eu compreendo esta rede de neurónios, e compreendo esta outra rede de neurónios, mas e se eu pegar nestas duas redes e integrar estes dois conceitos para construir um novo modelo, um novo ideal, uma nova realidade?””Joe Dispenza
Quando se é viciado numa coisa, e se faz essa coisa vezes sem conta, perde-se o poder de observação porque se tornou habitual. Quando recuperamos o poder de observação, podemos ver que, com as nossas escolhas, alteramos, restringimos ou mudamos o que vemos lá fora.
Quando perdemos o poder de observação, as redes biológicas de neurónios fazem as escolhas. O cérebro reage ao meio ambiente e certos aspectos do cérebro ligam automaticamente centros que fazem com que o corpo responda, como é o caso do reflexo involuntário por exemplo.Quando recuperamos o nosso poder de observador, a consciência move-se no cérebro e usa o cérebro para examinar as opções e as possibilidades. Em vez de entrar em piloto automático e nos comandar, somos nós que usamos o cérebro. A consciência começa a ter domínio sobre o corpo.
No mundo quântico:
- Temos a intenção de fazer uma pergunta acerca da realidade.
- Surgem depois as possibilidades
- Depois a observação colapsa-as em escolhas definitivas
O que o Dr Joe Dispenza diz é que é possível colapsar a escolha numa Nova Vida:
“Talvez sejamos apenas pobres observadores. Talvez não tenhamos dominado a arte de observar, e talvez seja uma arte. E talvez estejamos tão viciados no mundo externo e tão viciados em estímulos e respostas do mundo externo que o cérebro começou a trabalhar por resposta em vez de trabalhar por criação. Se nos derem conhecimento apropriado e compreensão apropriada, e instrução apropriada, deveríamos começar a ver feedback mensurável nas nossas vidas”
Mas, como traduzimos tudo isto numa Acção de Mudança e Transformação?
“O livre arbítrio reside
no nosso córtex frontal,
no lóbulo frontal.
Podemos treinar-nos
a fazer escolhas mais inteligentes
e a ter consciência
das escolhas que fazemos.”
Candance Pert
in, Afinal O Que Sabemos Nós?
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