ANDOK TAMAS
Uma rigorosa fuga ao vazio,
isto que nos fala, como se em cada objecto
abandonado sobre a terra habitasse ainda
um desmedido sonho.
Um pouco adiante irias comparar mitologias,
a mesma vontade de memória, o mesmo repetido gesto
que em ti recusaste ocultamente.
Uma árvore dobra-se, única imagem possível
no esquecido mapa onde desenhas todo o movimento.
Uma árvore sem espessura, próximo do canto, dobrando-se
sob a luz que julgáramos ausente.
Não lamentes o abandono, a viagem sem regresso.
Uma rigorosa fuga ao vazio interpela-nos.
Luís Quintais
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