Merecimento é uma palavra reconhecida por qualquer um de nós.
Todos sabemos que os mais valiosos retornos são fruto dos maiores esforços.
A Kaballah chama mesmo aos retornos sem esforço de "Pão da vergonha".
Acredito mesmo que as "sortes" ou aparente abundância de que muitos desfrutam não é mais do que essa mesma experiência do "pão da vergonha" como Yehuda Berg exemplifica no seu livro no exemplo do menino que antes do jogo começar, lhe é entregue a taça da vitória.
Podemos facilmente observar o mesmo fenómeno nos mais variados artistas de Hollywood que num tempo curto e à custa de publicidade se vêem como figuras publicas, afundados num excesso de exposição e fama sendo muitas vezes visto como pessoas fantásticas / perfeitas mas que nada corresponde ao seu estado de maturidade mental ou emocional. O fosso entre a imagem e a realidade é de tal maneira gigante, o custo de manter a imagem perfeita é tão elevado e exigente na anulação da própria identidade que não são poucos os que escolhem acabar com a vida .. quem sabe esta desilusão se junta a outras do passado, às tantas outras personagens em nós que depois de vidas de pobreza a acreditar que o dinheiro traria a liberdade e a felicidade, se juntem à presente para de vez aprender a lição e equilibrar a energia dos valores.
Um dia ouvi "Quando Deus quer castigar os homens, satisfaz-lhes os desejos".
.. e assim é ... aquilo que por vezes nos parece uma bênção, sorte e abundância, esconde por trás uma enorme falta de identidade, um apego ao material desmedido e um vazio emocional 1000 vezes maior do que o mais comum do ser humano...
Como diz Paulo Coelho,
"Não podemos desfrutar do oásis sem antes termos atravessado o deserto."
Conclusão:
Não façamos comparações.
Ou melhor, comparemo-nos sim com quem um dia já fomos, com a pessoa que éramos, com os padrões que carregamos das vidas passadas. Essa é a única comparação válida, equilibrada e justa. Comparações com os outros apenas nos descentram principalmente quando a escala de evolução de um para o outro não se mede de maneira absolutamente nenhuma.
Sendo assim, amem apenas o vosso caminho, a pessoa que são hoje, os desafios escolhidos, as bênçãos recebidas, as conquistas interiores em termos de humildade, amor incondicional, fé e alegria.
O Merecimento será verdadeiro e será assim a energia essencial para fazer não só atrair a verdadeira abundância como sentirmo-nos bem a recebê-la.
Muitos ainda não perceberam que esses retornos ou recebimentos não são imediatos ou virão sequer da pessoa a quem demos algo. Eles virão no seu tempo das maneiras mais imprevisíveis. Tal como quando damos agua e luz a uma semente e ela nos dá uma fruta uns meses depois.
Quando sentirmos que estamos a dar para sacos sem fundo aos quais não podemos fugir, aproveitemos para dar então com amor, plantando o que temos de melhor para quando vier a colheita ela ser feita de cabeça erguida, e não recebida como "pão da vergonha".
Vera Luz
Muitas vezes na vida nos questionamos por que tudo precisa ser tão difícil.
O livro da minha mestra Karen Berg, "Deus Usa Batom" oferece uma resposta cabalística relacionada a um conceito chamado "pão da vergonha".
Pão da vergonha significa uma sensação desagradável que se sente ao receber alguma coisa boa, sem porém ter feito nada para merecer aquilo. Embora seja agradável receber, algo fica faltando.
Por que é tão difícil, afinal?
Na realidade, não íamos gostar se não fosse assim.
Algo na natureza humana nos faz querer fazer por merecer aquilo que recebemos. Gostamos de um desafio. O golfe seria prazeroso se você fizesse um hole in one toda vez que desse uma tacada? Onde estaria o prazer? Em pouco tempo você enjoaria do jogo.
Costumo contar uma história sobre Bonnie, do infame casal-criminoso, Bonnie e Clyde.
Nesta história, Bonnie é morta naquele famoso tiroteio na era da depressão. Ela vai para o céu e se encontra com um porteiro – um anjo, digamos.
Ele é exclusivamente dela, e está ali para prover todas as suas necessidades.
"O que você quer?" ele pergunta educadamente.
"Quero ir para o sul da França num iate particular", responde Bonnie. "E quero pessoas para me servir."
"Feito", diz o anjo.
Num piscar de olhos, Bonnie está navegando pelo Mediterrâneo, cercada de criados que atendem a cada capricho seu. Mas ao final da primeira semana na Riviera ela está completamente entediada.
Ela chama seu anjo:
"Estou cansada disto", reclama. "Preciso fazer alguma coisa excitante. O que eu quero mesmo é assaltar bancos". "Tudo bem", ele responde entusiasmado. "Qual banco? Em que cidade? A que horas?" Eles se sentam e planeiam o assalto.
Bonnie chega à cidade na hora planeada. Que choque. As portas do banco estão escancaradamente abertas. Aliás, o cofre está bocejando para ela, pronto para expelir suas riquezas. Os caixas entregam o dinheiro a ela com um sorriso. Não há nem um único guarda a postos para detê-la. Ela pode caminhar para fora sem despentear nem um fio de cabelo. Não há ansiedade, nem preocupação. Bonnie fica furiosa.
"Espere aí", reclama ao anjo. "Onde é que está a perseguição? Onde é que estão os policiais? Está fácil demais. Onde está o desafio?"
"Desculpe," ele diz, "mas aqui não há desafio".
"Mas então eu detesto este lugar".
Bonnie exclama:
"Não há ação. Nada aqui me satisfaz. Não quero ficar no céu. Mande-me para o inferno," ela exige.
"E onde você pensa que está?" pergunta o anjo.
Shmuel Lemle
Baruch Hashem por estes ensinamentos valiosos.
ResponderEliminarNão podemos comer o pão da vergonha. Assim como Avraham que ganhou mas ele relutou e pagou pela sepultura façamos também.
Grata pela visita, Wagner!
ResponderEliminarGrato pelo texto. Me ajudou bastante.
ResponderEliminarTão bom saber que ajudou!
EliminarGrata pela visita!