entre posições,
quantas vezes sem poder decisório.
Arremessos de um pugnar livre,
enquanto os olhos fingem dormir
nas penas de um confortável colchão
embalado nas nuvens de escritos pluviosos.
Sonhar,
dizem ser um libertar de clausulados atípicos,
onde todas as matérias de facto,
são simples argumentos de instrução,
talvez livros de capa dura,
onde a lombada não exibe um título,
não vá o mundo acordar.
Sonhar,
dizem ser um verso incapaz de assumir uma razão.
Sonhar,
dizem ser a tangente mundial
como fronteira para um salto no imaginário.
Sonhar, diz o poeta…
apenas um libertar de maus olhados,
onde cada verso assume ser
um compêndio de gritos
algemados em aparos cinzeladores.
Ai se eu fosse sonho,
todas as manhãs tentariam seduzir-me
com alíneas doces
e leis dançantes de jurisprudências tácteis.
Mas sou apenas um enclausurado inocente,
que corrompe o brilho da parede celuar,
com atrevimentos de vida,
até que a voz me doa.
Incrédulo,
pergunto-me neste dicionário da criatividade,
se sonhar é um verbo palpável?
Ouço apenas o mar sorrir
e segredar-me - Sonhar é o outro lado da pirâmide,
nos enclaves dos impossíveis credenciados.
JOSÉ LUÍS OUTONO
in, CONTINNUM - ANTOLOGIA POÉTICA
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