Precisei descer no meu inferno, para conhecer as minhas presas.
Necessitei vivenciar a minha escuridão, para encontrar dentro do meu ser a minha cura.
Vivenciei dias de frio e enxerguei que o sol poderia renascer.
Me perdi, enlouqueci, e conheci porões tão escuros que jamais imaginava encontrar.
E foram nesses porões que eu tomei consciência do que me faria feliz.
Descobri a felicidade na minha alma, na minha pele, no meu corpo.
A Felicidade que mora em mim, e se perdeu em ciladas que eu mesma me colocava para não sair da zona de conforto...
Essa que me amedrontou, entristeceu, me rasgou.
E só consegui enxergar o quanto essa zona de conforto não era assim tão confortante, quando me dei conta que os frutos não tinham mais sabores, e sim já nasciam podres.
Precisei encarar-me de frente, vivenciar a minha solidão que hoje tornou-se solitude, pois com ela aprendi o quanto eu sou feliz com a vida, e comigo.
Reconheci que ninguém é responsável pela minha felicidade, e o amor vem de dentro para fora. Enquanto eu acreditava que estava fazendo o melhor para mim, estava me colocando em situações de fuga do meu próprio voo.
É mais fácil ficarmos com o conhecido, do que acreditarmos em um desconhecido maravilhoso, prospero e cheio de amor.
Nós mulheres, temos uma alma selvagem e quando nos conectamos com ela, não existe NADA que nos pare, e a conexão com essa alma, nos faz ver o que nos mata por dentro....
E a partir de então não existe porque, e nem porém que nos amedronte.
Passamos de presa, para caçadora e vamos em busca da nossa felicidade.
Quando aquela partícula decide reacender e chamar-nos de volta para casa ( para a nossa essência), como um vulcão essa alma selvagem entra em erupção e começamos um processo de percorrer caminhos que já passamos, ou ainda novos, que nos ligam novamente ao brilho da nossa alma, e isso nos torna vivas!
Vivenciar as nossas dores, o nosso inferno e descer ao nosso submundo, é reconhecer partes da nossa psique que precisam ser curadas, resgatar traumas antigos, cura-los e morrer para padrões que nos prendem a pessoas, coisas e situações que nos adoecem ao invés de nos engrandecer.
Conhecer nosso porão inconsciente nos torna mais fortes, mais sabias, e enquanto negarmos essa parte negra desconhecida da nossa psique, passaremos anos e anos em emaranhados de situações que nos colocam à mercê de miséria e migalhas, com a promessa que só seremos felizes e completas quando conquistarmos o que desejamos, e não o que necessitamos para a nossa real felicidade.
Porque enquanto nos negarmos, acreditaremos que estamos sendo caçadoras, enquanto só estamos sendo presas de psiques fragilizadas.
Carol Shanti
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