quinta-feira, 2 de junho de 2016
....................já não durmo por dentro
Sabes que já não durmo por dentro?
Fecho os olhos e afundo-me num poço sem palavras nem espaço, continuando, sem o saberes, acordado, temendo perder-te.
E tantas vezes te perdi, tantas vezes regressei e não te encontrei, tantas vezes inquietamente te chamei e não respondeste!
Agora, a meio da noite, escuto a tua respiração na cama a meu lado, como se eu e tudo, a minha memória e os meus sentidos (principalmente os meus sentidos), fôssemos apenas um sonho de outra pessoa, provavelmente, como poderei sabê-lo?, um sonho teu.
Manuel António Pina
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