quarta-feira, 29 de abril de 2015

Libertação..............será?



Libertação ou Repressão?

A MULHER COMO OBJECTO E A ABJECÇÃO SEXUAL...

A falácia da liberdade sexual e as novas formas de dominação…

Esta falsa libertação sexual da mulher:
“ é só uma forma de nos encaixar em um novo papel pré definido em que devemos ter um determinado comportamento para receber aceitação masculina.”


“O valor da mulher ainda é completamente ligado à necessidade do homem. O mundo hoje é muito mais sobre saciar a fantasia sexual masculina de disponibilidade ilimitada de mulheres do que sobre a liberação sexual feminina de verdade – todo cara quer uma coelhinha da Playboy. Essa falsa “liberação sexual” é só uma forma de nos encaixar em um novo papel pré definido em que devemos ter um determinado comportamento para receber aceitação masculina. A gente aprende a internalizar nossa própria objectificação e confunde isso com liberdade sexual quando é só uma nova prisão – diferente da de antes, mas ainda prisão.


A jornalista do The New Yorker Ariel Levy escreveu um livro intitulado “Female Chauvinist Pigs: Women and the Rise of Raunch Culture”, em que aprofunda essas questões e critica o mundo super sexualizado em que as mulheres são objectificadas, objectificam umas as outras e são encorajadas a se  tornarem objectos.
“É a ideia de que a sexualidade feminina é sobre performance, e não sobre prazer”;  diz a autora, explicando que é comum mulheres  participarem de actividades sexuais que não expressam seus desejos individuais, mas são designadas para tornarem essa mulher desejada ou causarem prazer para o homem observador.
Se é para falar de objectificação e a violência contra mulheres que isso gera, a pornografia jamais poderia ficar de fora. 
Terreno fértil para todo tipo de violência, estatísticas e depoimentos aterradores mostram a realidade obscena dessa indústria.
Existe uma óbvia desconexão entre ser sexy  e o sexo em si.
Ser sexy é plastificado e pasteurizado, alcançável em meia dúzia de regras ensinadas pela mídia – ou melhor, pelos homens da mídia: seios grandes, cintura fina, cílios longos, muitos decotes, e o ingrediente especial, decorativismo. Uma mulher sexy, na cultura actual, não precisa ser sexual - aliás, muitas vezes é ainda melhor se não for: ela serve como objecto de apreciação, como instrumento para deixar os paus dos homens duros, não como sujeito sexual com vontades e protagonismo (isso nunca). 
Em uma das sex tapes de Paris Hilton, ela atende o telefone durante a relação sexual, escancarando a completa falta de conexão com o momento, com o sexo e com o prazer.
"O conceito dessa cultura da vulgaridade como um caminho para libertação em vez de opressão é uma conveniente e lucrativa  fantasia "

Concluindo... É claro que faz sentido: o mundo é dos homens, às mulheres, a maior parte das vezes, só resta seguir as regras deles.
Mas não se enganem: isso não é libertação, e, muito mais, isso não é feminismo.”


Andreia Cristina Serrato

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