segunda-feira, 13 de abril de 2015
A verdade que escondemos uns dos outros
Ainda não conseguimos inventar umas lentes que mostrassem o estado dessa amálgama de pensamentos, ideias, crenças e emoções, tanto positivas como negativas que é afinal a nossa energia. Infelizmente a densidade que ainda carregamos no estágio da nossa evolução não nos permite por enquanto, mas um dia lá chegaremos...
Escondida atrás das nossas roupas, da nossa postura física e das nossas expressões faciais está a verdade de quem somos:
Pacotes de luz, ou seja, energia condensada de maneiras únicas em permanente busca da harmonização dos opostos energéticos que a compõem.
No entanto, logo desde que nascemos a nossa identificação irá focar-se maioritariamente no nosso exterior, no nosso corpo, no nosso nome, no nosso estatuto, nas nossas conquistas, méritos e prémios.
Seremos reconhecidos menos pela nossa energia, frequência e vibração mas mais pelas nossas roupas e posses materiais, pelos nossos comportamentos, atitudes e reacções aos outros e ao mundo. Principalmente se elas estão de acordo com a agenda social, pois quando não estão, regra geral seremos rejeitados como doentes, desequilibrados, rebeldes e desajustados.
Aos poucos o nosso imenso mundo interior, a maravilhosa máquina que dá afinal vida à personalidade começa a ser escondida, abafada, negada em prol de mantermos a fachada perfeita.
Por causa deste fenómeno invisível e practicamente inconsciente para a maioria de nós, vivemos confundidos, baralhados e iludidos sempre que nos analisamos a nós próprios e aos outros.
Por exemplo nem sempre é fácil gerir interiormente as sensações advindas de pessoas densas, arrogantes e materialistas que deslumbram o mundo com os seus luxos e posses perante pessoas doces, amorosamente disponíveis, capazes de demostrações de humanidade e empatia enorme mas a quem tantas vezes tudo falta a nível material.
Chegou o tempo de começarmos a perceber que somos seres duais, que temos um mundo interior e um papel exterior, que tanto somos intuitivos como práticos, tanto somos físicos como energéticos e como tal uns momentos estamos com o foco no nosso papel exterior, outros estamos com o foco no nosso papel interior.
Ideal mesmo seria a harmonia dos dois.
Usar o físico para servir o energético pois essa é a definição de paraíso na terra.
Embora a agenda social a que o ego responde seja altamente exigente e nos cobre a liberdade e a alegria de sermos quem na realidade somos em troca de um papel socialmente reconhecido e bem remunerado, será sempre a agenda espiritual que a irá boicotar em prol de uma existência equilibrada e baseada na verdade, na transparência e na fidelidade à nossa história espiritual.
Somos então seres duais servindo dois mestres bem diferentes que lutam por agendas bastante diferentes.
Se tivéssemos as ditas lentes veríamos então nitidamente essa realidade e iríamos perceber como as aparências iludem..
Com as lentes da verdade conseguiríamos ver como atrás das máscaras se escondem verdadeiros e maravilhosos seres humanos, todos a travar as mesmas lutas. Por exemplo:
Atrás da cara mais sorridente esconde-se na maior parte das vezes o coração mais vazio.
A postura mais séria e resistente esconde uma criança perdida.
Disfarçado de agressivo e violento está a pessoa mais rejeitada a sofrer de solidão profunda.
Os luxos e excesso de bens materiais apenas disfarçam a falta de amor próprio e baixa valorização pessoal.
Corpos perfeitos e caras bonitas com que nos cruzamos no ginásio compensam inseguranças e desequilíbrios que tanto oscilam entre o abuso de poder e autoritarismo e a submissão e cobardia.
Figuras publicas, chefes, figuras de autoridade e poder, professores ou políticos, todos estes talvez mais do que a maioria de nós, travam lutas internas com a crença de que não se podem fragilizar ou mostrar qualquer vulnerabilidade.
E quantas vezes umas máscaras têm o poder de influenciar outras.
Por exemplo, a máscara do poderoso autoritário, que afinal apenas esconde uma criança rejeitada e desamada, mas que acaba por influenciar quem o rodeia que não raras vezes identificada com o papel da insegura vitima, sob determinadas situações limite, revela uma força imensa que nem sabia possuir e muito para além do seu ilusório “carrasco”.
Procurar respostas fora é então na maior parte dos casos e numa primeira fase, uma ilusão precisamente porque estamos a ver os outros com os olhos terrenos e limitados que não têm o poder de mostrar o mundo energético que escondemos.
Só depois de iniciado o processo de auto descoberta interior, só depois de percebermos que afinal o outro nada mais é do que um espelho do que ainda não havíamos descoberto em nós, poderemos então descobrir mais de nós através do outro.
Ou seja o outro deixa de ser um fim para passar a ser um meio.
Já todos ouvimos algures que o mundo físico é uma manifestação material do nosso mundo energético, certo?
E que o que vem individualmente para à nossa realidade pessoal, trás fortíssimas mensagens pessoais do que ainda circula inconsciente em nós, verdade também?
E também que cada um carrega em si o potencial de mudar a sua vida exterior, simplesmente mudando a sua energia interior, concordas também??
Então sejamos nós próprios o que gostaríamos de encontrar lá fora.
Não apenas a pessoa socialmente correcta pois esse papel de alguma maneira já todos fomos preparados desde a infância, mas sejamos sim a mais elevada versão de nós mesmos.
O que o mundo precisa é de referências de sensibilidade, referências de humanidade, referências de abertura e transparência, referências de atitudes nobres, amorosas e humanitárias.
Cada desafio, evento, encontro traz um convite de resposta.
Não de reacção automática e reactiva sem inteligência mas sim, um convite de resposta ponderada, escolhida com qualidade e amor e consciência das consequências.
Podemos então dividir as respostas em duas formas diferentes:
- expansiva
- implodida
Sempre que te for pedida uma resposta, considera se estás a fazer um movimento expansivo ou seja, aberto, transparente, fluido, verdadeiro, amoroso, elevado, iluminado e que eleve as energias de ambas as partes envolvidas.
Ou se pelo contrario é ainda um movimento fechado, implodido, controlado, abafado, escondido, tenso, complexo e medroso em que ambas as partes envolvidas serão tentadas a manter a vibração baixa ou a descer ainda mais.
É natural que as diferentes situações provoquem diferentes respostas mas mais do que projectar as nossas dificuldades nos outros é importante reconhecermos a nossa própria dificuldade em abordar ainda certos momentos como gostaríamos.
Repara que tipo de pessoa puxa de ti a resposta positiva e aberta e qual puxa de ti movimentos tensos e controlados?
Questiona a tua própria responsabilidade nessa dança, pergunta-te o que poderias fazer diferente para provocar a mudança no outro e criar uma dança mais aberta?
Independentemente da reacção do outro, foca-te apenas no que de ti sai pois essa sim é a tua única responsabilidade.
Sejamos então tolerantes e persistentes sempre que sabemos não estar ainda à altura do amor incondicional e sejamos entusiastas sempre que já reconhecemos a nossa capacidade de emanar o bem maior.
Sejamos fieis à verdade que somos e tenhamos a coragem de a levar ao mundo.
Pouco mais importa do que isto....
Vera Luz
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