segunda-feira, 5 de março de 2018

Os Quatro Medos Básicos


Kirill Voronstov




A escala emocional mostra-nos a viagem do medo para o amor. 
Até chegarmos ao amor máximo e incondicional, o medo irá sempre fazer parte da equação em todas as situações. Não há como evitá-lo ou fingir que não existe pois ele é afinal, o grande teste que a alma vem superar. Ou seja, é a conquista do medo que nos permite subir mais um pouco rumo ao amor.

Porque não nos ensinaram que o medo é para ser superado, vivemos seus prisioneiros. 
Vidas inteiras inconscientemente condicionadas para nos mantermos ilusoriamente seguros, falsamente poderosos e iludidamente protegidos, verdadeiras teias de aranha emaranhadas e pegajosas dificílimas de nos libertarmos delas. São poderosos os infinitos e deprimentes esquemas e jogos que fazemos para evitar enfrentar o medo.

A partir do momento em que o medo se apodera da nossa mente, iremos enfrentar os mais variados esquemas de sobrevivência que nos irão impedir de seguir viagem rumo ao amor.
Através da dúvida, da descrença, do pânico, do stress, o medo irá congelar-nos e impedir a nossa evolução.


Embora sejam infinitos os medos dentro do ser humano, eu tenho observado ao longo dos anos serem 4 os que estão na raiz de todos os outros. 
Trabalhando estes 4, acredito que muitos outros se irão dissolver por si:

Medo de não ser aceite por quem sou. 
Mostro a alma e atrevo-me a ser quem sou ou vivo para alimentar a máscara e viver a altura das expectativas dos outros?

Medo de perder segurança que normalmente gera apego a bens materiais ou pessoas.
A segurança interior é um estado de ter ou um estado de SER?

Medo da rejeição e solidão tanto romântica como social.
É mais importante a ilusão do “juntos para sempre” ou investir na autonomia emocional e no amor próprio?

Medo de não encontrar sentido para a nossa vida.
É mais importante ter sucesso profissional ou resgatar os anseios da nossa alma e evoluir espiritualmente?



O medo alimenta-se principalmente da nossa cobardia, da nossa inconsciência, ou seja da nossa ignorância quanto ao papel que ele representa na nossa evolução. Acredito que todos nós temos muitos ramos em cada um destes medos básicos, que depois se escondem nas nossas rotinas e condicionam a nossa liberdade de festejarmos a vida. Mas tal como a árvore, se acabarmos com a raiz, todos acabam por morrer.



Como restaurar então a raiz da nossa árvore para que ela viva apenas de amor, fé e coragem? Investindo nas energias capazes de superar o medo; a coragem, a sabedoria e a responsabilidade. Só a partir destas posturas poderemos então afirmar:

Eu aceito-me como sou, valorizo os meus talentos e celebro a minha diferença. Rodeio-me de quem me aceita e faz sentir bem e rejeito quem me rouba energia e coloca o meu equilíbrio em causa.

Eu sou responsável pela minha segurança interior cuidando com respeito das minhas emoções e também da minha independência material.

Eu sou um ser completo e maravilhoso e não dependo de ninguém para me sentir completa ou feliz pois essa é uma responsabilidade minha.

Eu tenho a liberdade de ser quem sou e de seguir o coração e o que me faz sentido, rejeitando abafar-me atrás de papéis variados, status social ou poder financeiro.


Procura em cada área da tua vida em que estado está cada um destes medos assim como os esquemas que te mantêm preso a ele.
Reforça dentro de ti que tens o que precisas para mudar a tua vida e enfrentar os teus medos, começando primeiro com a mudança interior de os veres como um adversário a enfrentar e não como algo a evitar.

Questionar a nossa vida e predispormo-nos a enfrentar os nossos medos para sermos quem somos é um acto de coragem que por vezes espera anos ou mesmo vidas para acontecer. É o momento mágico em que finalmente dizemos corajosamente, eu enfrento os meus medos com coragem porque mereço chegar mais perto da luz. É precisamente da perspectiva da luz que iremos perceber como o medo afinal era ridículo!



Vera Luz




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