segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

sublime sedução


Não há mais sublime sedução do que saber esperar alguém.
Compor o corpo, os objectos em sua função, sejam eles
A boca, os olhos, ou os lábios. 
Treinar-se a respirar
Florescentemente. 
Sorrir pelo ângulo da malícia.
Aspergir de solução libidinal os corredores e a porta.
Velar as janelas com um suspiro próprio. 
Conceder
Às cortinas o dom de sombrear. 
Pegar então num
Objecto contundente e amaciá-lo com a cor. 
Rasgar
Num livro uma página estrategicamente aberta.
Entregar-se a espaços vacilantes. 
Ficar na dureza
Firme. 
Conter. 
Arrancar ao meu sexo de ler a palavra
Que te quer. 
Soprá-la para dentro de ti
até que a dor alegre recomece.

Maria Gabriela Llansol

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