segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

....divórcio


Ando aqui há uns meses a pensar nessa coisa dos divórcios.

Tudo começou quando um casal, amigos do peito, passaram uma fase em que alguns amigos no final do ano passado se separaram, e o assunto veio à baila...depois, em Janeiro, o Miguel Leal publicou um post, a fazer uma pergunta: Porque nos dias de hoje há mais divórcios do que dantes?

Pois, o assunto dá pano para mangas...
Influência da Sociedade, da Igreja, da Família...que anularam a mulher por completo, neste sistema patriarcal que abomino, e ela tal como a Eva, ficou submissa ao homem, viveu em função do homem, e se assim não fosse, levava na "tromba", como os homens gostam de dizer, ou então "rebentava-lhe a boca toda à punhada", entre outras...
E quanto a isto haveria muito a dizer, mas fico por aqui...

Para além da mulher ser mais independente nos dias de hoje, uma outra razão para haver tantos divórcios, a meu ver, é que as mulheres aprenderam o que há de pior nos homens.
Perderam o seu lado humano, sensível e...ficaram muito racionais, frias e calculistas.

E CUIDAR...?

"O verbo a seguir ao amar devia ser cuidar.
Cuidar é a prova de amor mais bonita que se pode prestar (quando o amor presta).
Cuidar é isso mesmo, passar da paixão, aos actos.
Se quiserem, é o grande teste.
Como nos reality shows em que só continua em jogo quem tiver vencido o desafio, no amor só continua a dois quem continuar a cuidar - ou então há ali alguém que está a sofrer muito.

Quando nos submetemos ao juramento do amor eterno devíamos selar um pacto!
Não de amar para a eternidade, mas de cuidar - porque tenho concluído, quem resiste ao tempo e suas armadilhas, quem resiste a dois, é quem cuida.
Cuidar - e por muito que não queira dar a palavra aos católicos (longe de mim dar razão a quem raramente é coerente nos actos com as palavras que repete cegamente) - é permanecer nas horas boas e más, na alegria e na tristeza.

Direi até que sendo o cenário actual agreste, acredito que só os bons vão continuar juntos.
Não aqueles que se encostam e acomodam.
Cuidar é uma coisa que não se disfarça - os que cuidam não são os mesmos capazes de um embuste. Cuidar é de facto ter o coração grande, um coração que não encolhe quando o outro engorda, adoece, ou perde o fôlego.

Parece-me que maior parte de nós, hoje em dia, salta da relação antes desta parte do cuidar.
Nós vivemos o fogo da paixão (é inigualável), depois permitimo-nos ainda o amor - mas já aqui estranhamos.
E depois, já confortados e confortáveis, começamos a desconfiar do que temos.
Não só desconfiamos, como muitas vezes desdenhamos!
E é nesta altura que saltamos para fora do nosso espaço, viciados que estamos hoje em dia em procurar o novo.

Todos nos revemos nesta ideia e, no entanto, todos a rejeitamos.
Tudo seria mais simples se, de cada vez que encontrássemos a pessoa certa (ou quase certa), as campainhas soassem ou um alarme luminoso se acendesse.
Era bom que não houvesse forma de não percebermos que aquele era o amor das nossas vidas e que nunca (jamais!) o poderíamos deixar escapar, a não ser que quiséssemos.

Já agora também era bom que ficasse claro que há pessoas que cultivam o sofrimento, o seu e o dos outros.

Cuidar devia ser algo que aprendemos na escola.
Como beber leitinho com chocolate da caneca.
Como estudar a obra de Camões ou Saramago.
Cuidar, amar, devia estar nos livros, a questão é, quem é que tem moral para ensinar o amor?
(Se Saramago esperou tanto para conhecer o amor da sua vida?)

Eu entristeço quando vejo amores descuidados.
Gente que não deu o litro, nem um quarto (!)
E no entanto se atira a uma espécie de sofrimento porque a pessoa que julgava amar o abandonou.
Estas também são as pessoas que só percebem que amam na ausência.
Depois, quando tudo lhes falta (e o tudo passa a ser o outro), armam-se em MacGyvers do amor. Vão, inventam, tentam, quase morrem para salvar o amor que já se perdeu.
É tão engraçado!
E depois estas pessoas, que nada cuidaram, podem ficar anos numa espécie de luto a chorar pela pessoa que os deixou.

Durante o tempo em que o amor estava a ser vivido a dois, nunca fizeram nada para o salvar - salvaguardar.
As pessoas não cuidam e depois não podem ser cuidadas.
Depois fica um buraco enorme e elas enchem-no a qualquer preço, com saltos mortais, acrobacias várias (e perigosas) que provem ao outro que apesar de não terem estado lá nos últimos anos, agora estão, e agora é que é a sério. (Para o outro, normalmente, é tarde demais...)
Cuidar é em vida e agora, no amor vivo e presente."

Pois eu, continuo cá com a minha:
Não acredito em Almas Gémeas, na Metade da Laranja, no Testo da Panela...
O “juntos para sempre”, o excesso de fantasia, expectativa e idealização.
Não acredito em relações baseadas na carência, projecção, expectativa, cobrança,ciúme e controle.
Relações tóxicas, dependentes e doentias.

E quando ouvia as razões da separação desses casais (os tais amigos, dos meus amigos)dei por mim a opinar...
É muito comum vermos e fazermos julgamentos sobre os comportamentos de terceiros, não é?
Então achamo-nos no direito de julgar se o que o outro faz é certo ou errado, se é melhor ou pior, se é bom ou mau, e esquecemo-nos de que os nossos parâmetros são diferentes dos deles, e quando iniciamos esse processo de julgamento, usamos como base a nossa própria realidade, o nosso ponto de vista, a nossa história de vida, a nossa moral...
E tudo isso varia de um ser humano para outro, portanto, não deveríamos ser juízes de ninguém, a não ser sobre a nossa própria vida.


Persigamos o que vivemos, não o que perdemos!

Sem comentários:

Enviar um comentário