segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Dragonheart - You Will Believe


Género: Aventura, Fantasia.
Direcção: Rob Cohen
Elenco: Dennis Quaid, Sean Connery, David Thewlis, Jason Isaacs, Julie Christie, Dina Meyer.

Sinopse: 
Durante uma revolta o príncipe Einon é ferido e fica à beira da morte.
A rainha, para salvá-lo, recorre a um dos poucos dragões existentes, que dá metade do coração ao príncipe, em troca da promessa de que ele será um rei bom e justo.
Porém Einon torna-se um rei ainda mais tirano que seu pai e seu antigo mentor, acreditando que o coração do dragão modificou o jovem, decide vingar-se, tornando-se um matador de dragões, até encontrar o último dragão, Draco.



No filme, "Dragonheart",o dragão Draco, foi o primeiro personagem inteiramente computorizado que conversa com outros personagens, interpretados por actores de carne e osso.




“Coração de Dragão” apresenta um universo ambientado numa época medieval (984 A.D.), comum à nossa em aspectos que sabemos ser reais – como a estruturação da forma de poder, por exemplo.
Há uma revolta de camponeses contra a tirania do rei Freyne.
No combate, o rei é morto por um dos revoltosos, enquanto seu filho, o príncipe Einon, faz um duelo com o mentor, o nobre cavaleiro Bowen. 
Na abertura do filme, Bowen adverte o jovem príncipe: 
“lute com a cabeça, não com o coração”.

Ao ver o pai gravemente ferido no combate, o príncipe corre até ao campo de batalha, contrariando os conselhos do cavaleiro.
No leito de morte do rei, o príncipe clama a sua coroa:
“Morra! Ela é minha!”.
Porém, este mal tem tempo para desfrutá-la: é ferido, justamente no coração, por uma camponesa que o espreita no local.

A rainha recorre à última possibilidade para salvar seu filho: acompanhada do cavaleiro Bowen, leva o príncipe até uma caverna onde roga a um ser sobrenatural que o salve.
A criatura, que não aparece para os espectadores no momento, mas que, pelos diálogos travados, sabe-se ser um dos poucos dragões restantes, pede que o futuro príncipe jure que será um rei bom e justo, ao contrário do seu pai, que além de tirano era um matador de dragões.
Feita a promessa, o dragão dá metade de seu coração ao príncipe, dando-lhe assim não apenas a vida, como uma meia-imortalidade.
No entanto, logo na cena seguinte vemos o novo rei prestes a cegar com brasa os olhos do camponês que matou o seu pai.
Ele é impedido pelo cavaleiro Bowen, que o questiona sobre os códigos de honra que o ensinou, relembrando ainda a promessa que fez para ter a vida salva.

Acreditando que o coração do dragão foi o culpado pela mudança no comportamento do jovem, Bowen dirige-se a caverna onde o dragão esteve e jura que irá matar todos os dragões que encontrar até achá-lo e vingar-se pelo que aconteceu ao seu aprendiz.
Dessa forma, abandona seu posto ao lado do rei para se transformar num matador de dragões.

Há então uma passagem no tempo, e enquanto Bowen segue matando dragões, o rei Einon pratica mais um acto cruel.
Kara, filha do camponês que matou o rei Freyne – e a quem Einon mantém prisioneiro – pede ao rei que liberte seu pai, pois ele está velho e já pagou pelo crime cometido.
Ignorando os apelos da camponesa, Einon dispara uma flecha, que atinge o peito do velho, matando-o e dizendo: 
“A morte não é castigo: é libertação!”.

Quando o filme  mostra Einon a praticar actos cruéis, serve para criar no espectador a dúvida: 
ele é mau por natureza, ou mudou por conta do coração do dragão, como Bowen acreditava? 
Afinal, logo no início do filme, vemos o personagem a clamar a coroa do pai, e não exactamente a lamentar a sua morte.
Neste ponto, porém, o filme deixa de lado a personalidade de Einon, para apresentar o verdadeiro protagonista da história: o elemento sobrenatural, como característico. 
Neste caso, o último dragão existente, a quem Bowen enfrenta – e ao qual chamará “Draco”.




Na luta, nem homem nem dragão sobressaem:
Bowen, com uma espada apontada contra o céu da boca da criatura, que por sua vez o mantém preso entre seus dentes.
E só aí o espectador visualiza a criatura fantástica, numa cena muito convincente, principalmente pelas expressões faciais do dragão.
Para resolver o impasse, o dragão sugere um acordo, uma farsa na qual o cavaleiro fingirá matá-lo, na presença dos moradores da vila. 
Em troca, o cavaleiro pedirá recompensas, e assim tanto humano quanto criatura saem a ganhar sem magoar ninguém realmente.




A voz do dragão foi dublada pelo actor Sean Connery, que também emprestou as expressões vistas em Draco, possíveis devido à captação através de várias fotos do actor fazendo caras e bocas.
O trabalho feito na construção do personagem foi realmente muito bom, mas obviamente o filme ficou datado, especialmente quando pensamos nos gigantes da fantasia e ficção científica que vieram depois.
Na época, Draco – o primeiro personagem totalmente computadorizado a interagir com personagens humanos – foi indicado ao Oscar de Melhor Efeitos Visuais e em outras quatro categorias do Saturn Awards – premio especial para os melhores filmes de ficção científica, fantasia e terror -, sendo duas delas Efeitos Especiais e Efeitos Visuais, tendo vencido em Melhor Fantasia. 

Vale mencionar que também foi vencedor no Hollywood Digital Award de Efeitos Especiais.




Além do trabalho técnico impecável realizado em Draco (com os recursos disponíveis à época), o personagem em si é adorável: engraçado, carismático e divertido, faz suas caras e bocas e ainda leva jeito para a música.
A banda sonora de “Coração de Dragão” também teve uma ampla repercussão na indústria cinematográfica, com trechos utilizados para uma projecção especial no Oscar 1997, além de faixas inseridas em trailers de diversos longas. 

O tema principal, “The World Of The Heart”, foi usado durante a transmissão norte-americana das Olimpíadas de 2004.

                                                     

Eu adoro este filme por várias razões:
- Sean Connery, claro!
- Adoro tudo o que está relacionado com dragões( como é o caso do filme "Eragon" e o seu dragão feminino, Saphira. Tive uma Dogue Alemã, a quem dei esse nome)
- A lição de carácter e sentido de honra tão presente em Bowen e em Draco.
- Draco ensina importantes lições de amizade, honra e dever, fazendo o cavaleiro Bowen voltar a acreditar no código de honra, que deixou de prezar por Einon se ter tornado exactamente o oposto do que ele imaginava.




“You Will believe” – ou “Você irá acreditar” – é o lema do filme, e faz-se valer a todo momento, principalmente quando Bowen encontra Draco.
E de facto, os personagens tem algo em que acreditar.
A rainha salva o filho porque acredita no amor, depois, quer desfazer o erro cometido, pois acredita no justo; Bowen acredita na honra; Kara, a filha do camponês morto pelo rei Einon, acredita na força da união; e Draco acredita, principalmente, na palavra.

Assim, apesar de marcado pelo tempo, “Coração de Dragão” mantém-se como uma importante referência do género fantasia, unindo além dos elementos técnicos característicos, à altura da sua data, um bom roteiro e um bom elenco, construindo uma história sólida, agradável e convincente, tanto visual quanto narrativamente.



A título de curiosidade:
parte do elenco voltou a encontrar-se num dos “Harry Potter”, uma das sagas de fantasia e aventura de maior sucesso dos últimos tempos.
Coincidência ou não, tanto David Thewlis (Rei Einon), Jason Isaacs (Lord Felton) e Julie Christie (Rainha) deram vida a personagens nos filmes.
Eles foram Lupin, Lucius Malfoy e Madame Rosmerta, respectivamente.

E as coincidências não param por aí:
o personagem de Isaacs em “Coração de Dragão” se chama Lord Felton, mesmo sobrenome do actor Tom Felton, que na saga “Harry Potter” interpreta seu filho, cujo nome é… Draco.

Outra curiosidade:
Draco (Abreviatura: Dra), o Dragão, é uma constelação do hemisfério celestial norte, próxima do polo celeste norte.
O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Draconis.
As constelações vizinhas são Ursa Minor, Camelopardalis, Ursa Major, Boötes, Hercules, Lyra, Cygnus e Cepheus.




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