O medo tem um significado evolutivo.
Ele é uma sobrevivência da nossa errância
antiga de predadores perfeitos.
Inadaptados, caminhamos hoje na cidade,
ecologia de cuidados e atributos sublimados,
e o medo serve a sem métrica
dos gestos agramaticais.
Cada perturbação da fala
devolve-nos esse canto escuro,
o molde incompleto que nos define.
Vivemos no medo. Ele é a nossa casa.
De nós exige um desvelo permanente.
Num combate corpo a corpo
lutamos com as paredes da casa.
LUÍS QUINTAIS
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