Todas as formas de violência são indesculpáveis,
disse, e as sombras tombaram sobre a mesa.
Assim é indesculpável a mudez em que rostos se fecham.
Um som vinha antecipar o sentido. A história alucina-se,
disse, e algo cedeu nas sombras tombadas.
Eu anotei, e o olhar, o meu, derrapou no vidro
do anfiteatro, procurou a transparência. Mas era inverno,
inverno também ali, inverno sempre, e os plátanos
do outro lado, ali estando, tão indiferentes,
de uma beleza de cinza, um anátema,
uma contemplação rasurada.
LUÍS QUINTAIS
Sem comentários:
Enviar um comentário