segunda-feira, 27 de julho de 2015
Só a morte desperta os nossos sentimentos
Não amaremos talvez insuficientemente a vida?
Já notou que só a morte desperta os nossos sentimentos?
Como amamos os amigos que acabam de deixar-nos, não acha?!
Como admiramos os nossos mestres que já não falam, com a boca cheia de terra!
A homenagem surge, então, muito naturalmente, essa mesma homenagem que talvez eles tivessem esperado de nós, durante a vida inteira.
Mas sabe porque nós somos sempre mais justos e mais generosos para com os mortos?
A razão é simples!
Para com eles, já não há deveres.
É assim o homem, caro senhor, tem duas faces. Não pode amar sem se amar.
Observe os seus vizinhos, se calha de haver um falecimento no prédio. Dormiam na sua vida monótona e eis que, por exemplo, morre o porteiro. Despertam imediatamente, atarefam-se, enchem-se de compaixão. Um morto no prédio, e o espectáculo começa, finalmente.
Têm necessidade de tragédia, que é que o senhor quer?,
É a sua pequena transcendência, é o seu aperitivo.
É preciso que algo aconteça, eis a explicação da maior parte dos compromissos humanos.
É preciso que algo aconteça, mesmo a servidão sem amor, mesmo a guerra ou a morte.
Vivam, pois, os enterros!
Albert Camus
in, "A Queda"
Estas últimas quatro noites, sonhei sempre com a morte.
De formas diferentes, mas sempre com a morte.
Mas acordo sempre tranquila...como se soubesse que a mensagem destes sonhos, é que se está a encerrar um ciclo longo, e que em Setembro se iniciará um novo ciclo.
Acordo sempre a sentir esse fechar de ciclo.
6 anos se passaram...6 anos muito intensos...grandes mudanças se avizinham...de novo...
Tal como senti em 2003, senti em 2009...e estou a sentir de novo agora...
Já morri por 3 vezes nesta vida...e todas elas valeram bem a pena!
Está na hora de ajustar os azimutes de novo!!!
Enquanto assim for, sinto-me viva!
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