quinta-feira, 16 de julho de 2015

Nunca Nos Separamos do Primeiro Amor



Já o disse em Hiroshima Mon Amour:
O que conta não é a manifestação do desejo, da tentativa amorosa. O que conta é o inferno da história única.
Nada a substitui, nem uma segunda história. Nem a mentira. Nada.
Quanto mais a provocamos, mais ela foge.
Amar é amar alguém.
Não há um múltiplo da vida que possa ser vivido.
Todas as primeiras histórias de amor se quebram e depois é essa história que transportamos para as outras histórias.
Quando se viveu um amor com alguém, fica-se marcado para sempre e depois transporta-se essa história de pessoa a pessoa. Nunca nos separamos dele.
Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmos. Amar toda a gente, como proclamam algumas pessoas e os cristãos, é embuste. Essas coisas não passam de mentiras.
Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.

Marguerite Duras 
in, "Mundo Exterior"

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