A maior parte dos problemas que temos
derivam da falta de sinceridade e de verdade entre as pessoas.
Há uma inadequação entre aquilo que somos verdadeiramente no fundo de nós mesmos, e a imagem que de nós queremos passar aos outros, e isto é especialmente verdade quanto às mulheres por elas estarem sujeitas a uma grande repressão da sua verdadeira natureza instintiva e intuitiva, e daí de facto sofrerem mais de doenças degenerativas.
Mas é igualmente verdade para os homens, embora estes não sofram tanto dessa pressão pois à partida estão mais confiantes por serem machos e acabam por ter mais confiança no seu poder…
Por isso, sinto ser um imperativo maior obedecer aos impulsos do nosso coração na busca de uma sinceridade e confiança no que somos, a fim de franquear as barreiras comuns do medo e dos complexos de superioridade ou de inferioridade que todos temos baseados no medo de não se ser amado, ou de não se ser aceite pelo que realmente somos, e consequentemente de não se poder confiar ao próximo a nossa verdade…
O maior sofrimento do ser humano advém do facto de
querer mostrar ou provar ser uma coisa que não é…
É essa sisão em nós (sobretudo em nós mulheres na divisão das duas mulheres) que provoca a curto ou longo prazo toda a espécie de distúrbios a nível emocional e psicológico, e é ainda devido a esse stress enorme e luta interior contínua, entre o que se é e o que se quer ser, digo aparentar, na maior parte das vezes de forma inconsciente, que acabamos vítimas de doenças e depressões graves…
Devíamos por isso confiar MAIS no nosso coração, no ser e não no parecer, na nossa inteligência não racional, o nosso lado intuitivo, o lado feminino do ser… devíamos deixar de ceder à essa carga infernal dos meios de comunicação e consumo e de entretenimento que nos exigem uma imagem e nos escraviza ao sistema.
A pior poluição que afecta a Humanidade é a poluição mental.
A sociedade marcha nesse ritmo acelerado para o seu fim numa cadeia cada vez maior em produzir-consumir e morrer, impelida pelos meios de propaganda e da publicidade que nos faz consumir tudo para compensar todos esses medos e complexos…
Assim, torna-se imperiosa a necessidade de uma compensação material para se ser alguém: ter a casa fantástica, o carro de marca, a roupa de estilo e o culminar no corpo ideal, mutilado e transformado até à castração (o mudar de sexo), para responder a uma imagem ou a um padrão de consumo obrigatório…
Se olharmos para as auto-estradas cheias de carros e formos a um Super-Mercado ao fim de semana, todos sentimos a asfixia e o peso da loucura a que todos nós chegámos…
Foi o que acabei de fazer, e sinto-me completamente agoniada, energéticamente esgotada.
Basta de seguir a manada como os carneiros, empurrados para abismo!
Por mim, ao contrário de muita gente, esta crise é benéfica e espero que ajude a parar a alienação global e ajude a parar a máquina infernal do consumo no mundo inteiro.
Rosa Leonor Pedro
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