"As emoções destrutivas ligadas à cultura,
matam em nós mesmos a harmonia e a paz de nossa sabedoria primordial".
Pierre Weil
"O poder castrador de nossa sociedade não é de ordem sexual, como afirmava Freud, mas sim, espiritual e seu nome é: normose - a patologia da normalidade.
Ela impõe a sociedade, uma cultura do sucesso, sendo que o fracasso e o ostracismo são uns dos maiores medos do normótico, que busca por segurança em estados temporários e ilusórios, nos objetos exteriores, em conquistas e sucessos efémeros não sabendo que a verdadeira segurança é uma condição subjetiva, resultado de uma experiência transpessoal, que se revelará de forma espontânea e natural no momento do despertar da verdadeira consciência.
O desastre é eminente para o normótico que faz depender a sua segurança das parafernálias externas e não da paz da vida interna, a qual não depende das circunstâncias da vida externa.
O normótico vive fazendo investimentos e seguros para sua vida, mas não investe na espiritualidade, sendo esperto por alguns momentos, mas um tolo a longo prazo, pois leva muito tempo para ele constatar que o acumular de riquezas, prestígio e poder é apenas uma troca, e não o fim, da sua falta de segurança.
Em sua busca insana pela segurança financeira, o normótico perde sua saúde para depois pagar de bom gosto tudo o que conquistou para ter novamente sua saúde física, mental e emocional.
Na tentativa de conquistar a "pseudo-segurança" para a sua vida, o normótico esquece de vivê-la e como resultado vive num desespero silencioso, precisando às vezes chegar ao topo da escada do sucesso, para amargamente descobrir que a mesma estava encostada na parede errada.
É justamente neste desespero silencioso que uma fração de sanidade pode romper as paredes da normose e levá-lo ao questionamento do tipo:
Espelho, espelho meu, será que algum dia eu já vivi?"
Pierre Weil
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