sexta-feira, 24 de outubro de 2014

APREÇO PELA SOLITUDE...por um lugar tranquilo



Solitude, não é solidão.

Solidão, é uma palavra que muitas vezes aparece associada ao sofrimento, que surge quando alguém busca ardentemente uma companhia, sem encontrá-la.
Portanto, a um isolamento imposto pelas circunstâncias ou à incapacidade de estar bem consigo próprio.

A solitude, por outro lado, é um estado de recolhimento voluntário, no qual a pessoa percebe ser boa companhia para si mesma, pois está em paz.
Assim, embora não fuja da companhia de outrem, o yogi tampouco busca compulsivamente se relacionar, pois não precisa preencher carências e nenhum tipo.

Aratiḥ janasamsadi, literalmente, significa “ausência de grande desejo por companhia”.
Cabe esclarecer ainda que essa disposição para a solitude não aponta para algum tipo de desprezo ou aversão à companhia dos demais.
O yogi convive pacificamente com seus pares, mas não busca nesse convívio a razão da sua existência, e muito menos, a própria felicidade.

Desde sempre, os yogis buscaram lugares tranquilos para viver.
Até mesmo quando moramos em grandes cidades, sentimos a necessidade de sair oportunamente para passar um período em algum lugar isolado.
Quando fazemos isso, voltamos depois para o meio urbano totalmente renovados.

O valor pelo lugar tranquilo não é um fim em si mesmo, já que podemos perfeitamente ter um ataque de nervos numa ilha paradisíaca ou no lugar mais lindo do planeta.
O apreço pelo lugar solitário vale pelo tipo de moldura mental que ele produz: o pensamento tende a ficar mais harmonioso, as emoções mais calmas e a mente mais predisposta para reflectir e compreender a verdade sobre si mesmo.

 Pedro Kupfer

Sem comentários:

Enviar um comentário