Albert Cossery (Cairo, 1913–2008) foi um escritor egípcio em língua francesa.
Considerado um mestre do escárnio,
Albert foi também um profeta do prazer e da preguiça.
Publicou oito livros, quase todos ambientados no Egipto.
"Um progresso espiritual, sim, mas não no sentido religioso.
Espiritual, quer dizer no espírito.
É muito difícil e é por esse facto que a humanidade não avançou nem um centímetro desde há milénios.
Hoje vemo-lo um pouco por todo o mundo: as pessoas odeiam-se, entram em guerra, matam-se".
- "Qual é a arte de viver?"
- "Desprender-se de tudo o que nos ensinam, de todos os valores e dogmas".
- "O que é que caracteriza a arte de viver das personagens que criou?"
- "Em primeiro lugar, a falta de ambição. O que mata as pessoas é a ambição. E também esta tendência para a sociedade de consumo.
Quando vejo publicidade na televisão, digo para mim próprio: podem apresentar-me isto anos a fio que nunca comprarei nada daquilo que mostram.
Nunca desejei um belo automóvel.
Nunca desejei outra coisa senão ser eu próprio.
Posso caminhar na rua com as mãos nos bolsos e sentir-me um príncipe.
Não é a posse de bens materiais que pode satisfazer um homem inteligente, que compreendeu o mundo em que vive".
- "O que lhe dizem os seus leitores mais frequentemente?"
- "Os meus leitores nunca me dizem: escreveu um belo romance, como acontece com muitos escritores; dizem-me: salvou-me a vida.
Muitos jovens vão para o Egipto - Cairo - porque leram os meus livros.
E muitos ficaram por lá".
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