"Não sei a mulher que sou,
mas sei a mulher que não sou.
Não sou a mulher que se esconde nos tachos,
a mulher que se cala nas horas,
que se entrega ao embuste da segurança,
à fraude suportável de ver passar o tempo.
Não. Não sou.
Não sou a mulher do fado e das lágrimas,
a mulher do enfado e das rotinas,
dos sonhos que se arrastam pelas esquinas.
Não. Não sou.
Não sou mulher de sorrisos quando existe a gargalhada,
de aldeias quando existe o mundo.
Não sou nem um milímetro menos do que aquilo que posso ser,
e se um dia cair,
foi porque tentei saltar,
e não porque preferi aceitar."
Pedro chagas Freitas
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