Deixem-se de fingir de heróis da esquerda,
com bancos e bancas de advogados, redacções,
editoriais, automóvel, bolsas e cátedras,
quintas herdadas, páginas literárias.
Deixem-se de uivar em defesa de ismos
que nenhum vos pertence ou a que pertenceis
a não ser para dançar a dança desnalgada
dos que não têm vergonha do povo português.
O único ismos em consonância com os arrotos
de bem comidos, e rosnidos de instalados
naquilo que criticam disfarçando-se,
é o relismo - de reles. Nada mais.
Jorge de Sena
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