"Para que um adulto fique satisfeito, todo o seu ser - cabeça, coração e genitais - deve estar participando dos seus relacionamentos importantes.
A satisfação atingida por essa totalidade é experimentada com maior nitidez no tipo de orgasmo que desfruta.
Este conceito de satisfação orgásmica foi proposto por Wilhelm Reich em 1924.
Entretanto, a maioria dos analistas rotulavam toda a descarga das mulheres, conquanto mínima e toda a ejaculação, independente dos sentimentos envolvidos, como orgasmo.
Muitas pessoas ainda hoje falam de orgasmo do mesmo modo e há muitos sexólogos que defendem a sua posição mas equacionar a experiência do orgasmo com o termo descarga é violar uma sensação profunda e íntima de que o orgasmo é algo especial.
Reich tinha em mente o tipo de resposta que envolve o corpo todo em ondas de convulsão de prazer. No auge do orgasmo, o ego é tomado de assalto e desaparece sob um mar de sensações.
Uma profunda sensação de contentamento, satisfação e bem-estar segue-se a essa reacção.
Durante uma resposta orgásmica total, o si-mesmo desaparece numa fusão com o objecto amado.
Nessa medida, o amor alcança a sua meta final, a união dos opostos.
Em muitos casos, existe a sensação de união com o universo pulsando.
Essa sensação endossa a ideia de Reich de que no orgasmo a pessoa sente a sua identificação com os processos cósmicos.
Certa mulher disse que se sentia como uma gota no oceano.
Um homem descreveu a sua sensação dizendo que parecia estar nas estrelas."
in "Amor, sexo e o seu coração"
Alexander Lowen
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