Há anos que ouço as mais variadas explicações e justificações para que o Dia do Pai não seja celebrado com o desejado sentimento de amor no coração:
- O meu pai estava muito ausente
- O meu pai era violento e batia-me
- O meu pai batia na minha mãe
- O meu pai bebia muito
- O meu pai já partiu
- O meu pai foi embora e teve outros filhos
- O meu pai abandonou-me
- O meu pai era toxicodependente
- O meu pai era autoritário
- O meu pai idealizava-me e exigia de mim a perfeição
- O meu pai gastou todo o dinheiro da família
- O meu pai sofria de depressão
- O meu pai era um ditador
- O meu pai estava sempre a trabalhar
- Nunca conheci o meu Pai
Mas se ainda não sabemos ler as sombras do Sol, Marte e Saturno no nosso mapa natal
e se a ignorância sobre as razões que nos levaram a escolher aquele pai ainda nos levam a julgá-lo e a sentirmo-nos superiores e vítimas dos seus actos e escolhas,
- é sinal de que ainda não conquistámos o nosso equilíbrio interior,
- ainda não nos pacificámos com a nossa história,
- ainda estamos a negar a nossa ancestralidade e logo o nosso karma de família,
- ainda não percebemos a enorme lição que se esconde por trás deste encontro Karmico com o pai.
O mesmo vale para a Mãe e a posição da Lua,
pois Sol e Lua são a nossa Essência no nosso mapa, são Pai e Mãe
e precisamos de ambos para relembrar o enorme trabalho de transformação da vida presente.
A dor que vejo na maior parte das histórias nasce na maioria dos casos, desta ignorância,
- de não percebermos qual o real papel do pai (ou mãe),
- da expectativa ilusória de esperar do pai, o pai perfeito
- da dor de perceber que ele não é o pai perfeito.
Por consequência, esta má relação com o Pai vai esconder uma má relação com toda a energia YANG, com a autoridade interna, com a coragem, com a iniciativa.
A cura não passa pela simples capacidade de “perdoar” seja lá o que for que ele tenha feito de negativo, mas muito mais de ENTENDER porque as Leis do Karma e a Lei da Atração trouxeram à nossa realidade aquela pessoa com aqueles características.
Por essa visão podemos dizer que
temos o pai que precisamos
e não o pai que queríamos.
Precisamos lembrar que as Leis do Universo foram criadas por uma fonte de Amor, Equilíbrio, Justiça, Harmonia e Ordem Superior. Infelizmente a lei dos homens afastou-se dessas leis, levando-nos a viver num profundo desconhecimento das mesmas, a alimentar sentimentos de injustiça, revolta, culpa e comportamentos de vitimização e julgamento perante aquilo que não entendemos.
Posso assegurar que o trabalho de terapia e a leitura do mapa astrológico Karmico conseguem dar
- entendimento às dinâmicas de cada um,
- dão resposta aos eternos “porquês”,
- ajudam a curar as feridas que ficaram da infância,
- possibilitam perceber como transferimos o “padrão” do pai para outros homens da nossa vida, convidam-nos a sarar essa padrão de forma a que ele não sobreviva para as gerações futuras.
Condições essenciais ao processo de cura:
- Abrir a mente e deixar ir todas as ideias, julgamentos, emoções e crenças limitadoras sobre a própria história e sobre o pai.
- Permitir que uma nova visão da realidade mostre os laços karmicos que antes não se conseguiam ver e que serão então a ponte para a aceitação, pacificação e cura.
De acordo com a visão de Bert Hellinger,
a pacificação ou aceitação do pai que escolhemos, é essencial e o que permite que essa energia masculina flua em nós de forma saudável.
Ou seja, é reconhecer que em nós circula o mesmo ADN, uma idêntica história karmica, padrões já vividos por nós no passado e que viemos fazer evoluir e transformar em algo melhor. Aceitar o pai ( ou a mãe) é aceitá-los tal como são, permitir que eles representem esses padrões, é reconhecer que aceitámos juntamente com eles, fazer parte da cura dos mesmos.
A desilusão que muitas vezes sentimos, mais não é do que
uma consequência da ilusão que tínhamos do desejo de ter os pais perfeitos,
da expectativa que eles representassem o ideal, a ferida curada, o que obviamente não são nem nunca poderiam ser, ou sequer curar as nossas feridas e padrões Karmicos por nós.
Aceitar os pais tal como são nada tem a ver com perdão
pois se foram escolhidos, eles não falharam e o que de mal fizerem com eles fica.
Tem sim a ver com a humildade de lembrarmos que os escolhemos precisamente para contactarmos com a ferida inconsciente, representada por eles, que se escondia dentro de nós.
Vera Luz
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