segunda-feira, 30 de julho de 2012

Yoga moderno...melhor ou pior?


Muitos praticantes de Yoga moderno estão para os yogis da antiguidade assim como alguns lutadores contemporâneos de artes marciais estão para os monjes do templo de Shaolin: os conteúdos de ambas as disciplinas têm se empobrecido muito na onda de popularização.

Confundem os fins com os meios.
Muitos yogins tem buscado erroneamente estética e muitos lutadores tem buscado ao invés do auto-domínio, a vitória, a fama e o dinheiro. Resultado, acho eu, da influência da cultura de massa contemporânea, onde a competição é um valor cultivado e enaltecido.

NO ENTANTO, estamos em franco desenvolvimento e estudo de todas as disciplinas. Continuamos aprimorando e desenvolvendo pesquisas, estudos e práticas para aperfeiçoar nossos interesses. Temos acesso a informação numa escala globalizada e hoje em dia o desafio está em separar o joio do trigo pois há excesso de informações para todos os lados.
Não podemos comparar uma banana com uma beringela.
A proposta dos monges shaolin era bem diferente do que é a proposta dos lutadores hoje em dia pq os conceitos e as filosofias das práticas tem propostas absolutamente diferentes. Podemos dizer que o vale-tudo corresponderia vagamente ao que eram as arenas dos gladiadores antigamente.

Mas não podemos ignorar os fatos: as artes marciais e as práticas do Yoga estavam, na origem, ligadas ao desenvolvimento espiritual.
No entretanto, tanto as artes marciais e o Yoga não precisam estar necessariamente atreladas a um desenvolvimento espiritual.
Assim como outras artes como a dança, a pintura e a música também poderiam estar entrelaçadas e ligadas a rituais e a cultivos da espiritualidade, nem por isso deixam de ser ricos, apenas tem uma proposta diferenciada.
Para os espiritualistas como nós, acabamos tendendo para o risco de apontar um empobrecimento ou desvirtuamento daquilo que amamos ou praticamos quando na realidade trata-se de uma expansão da força criadora e da diversidade do Universo.

Será que são os outros que "corrompem" ou "empobrecem" ou será que somos nós que estamos fechados demais na nossa própria visão do mundo?

Quem sabe quando os budistas dizem que é preciso ter desapego do próprio Budismo, coloquem no prato um ensinamento que possa ser alvo de reflexão para diversas outras filosofias. Sobre o Yoga de hoje, com a pluralidade de linhas, marcas, tecnicas, óticas, cada um poderá encontrar aquilo que vai ajustar-se melhor ao que precisa no momento.
Quando estiverem prontos para novas coisas, certamente o Universo os colocará frente ao que melhor lhes servirá.

No caso do Yoga valeu muito a pena, a quantidade de pessoas que ouvem falar de yoga, que arriscam uma prática, que eventualmente se apaixonam e estudam mais, que procuram mais cresceu muito em termos numéricos.
O que não for conseguido em uma vida, pode ser conseguido em 2, 3, 20. 
O progresso não precisa necessariamente ser terminado em uma única encarnação. 
Alguns vêm com mais sede ao pote do que outros :) 

Lembre que sua percepção foi desenvolvida na base de muita sutileza, reflexão, pesquisa, estudo, viagens, determinação, e até mesmo programação pré-encarnatória: trata-se de um conjunto de fatores que não está necessariamente presente nos outros milhoes e milhoes de habitantes do globo. 
Eu sempre gostei de artes marciais pela filosofia de integração dos corpos, me facilitou uma entrada para o Yoga.
Quem entra na arte marcial pq quer dar pancada...tá tudo bem tb...cada um tem livre arbitrio pra decidir o que é melhor para si.
Quem sabe essa pessoa um dia encontrará um mestre que a inspire a algo muito mais sutil, e quem sabe o mestre que está por perto dessa pessoa precise ter mais humildade e amor para compartilhar da sua sabedoria com ela sem precisar impor sua percepção que já alcança as estrelas quando o outro ainda apenas vê a grama do mundo.

Pedro Kupfer
( yoga Tradicional)
Louis Gabriel Watel

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