sábado, 7 de julho de 2012

Reclamar da Minha Bruxa




Magia, Sexualidade e Arte
São uma só força.
Na ancestralidade Pagã, assim era.
Nas danças rituais de transe, assim é.
Não existe, na realidade, esta diferença.

A viagem de (re)descoberta começa aqui.
A conexão começa no corpo, aqui mesmo.
Aqui pulsa o coração ao ritmo da Eternidade.
Aqui vive a Deusa!

Houve um tempo em que Arte, Magia e Medicina não se diferenciavam.
O Grande Espírito, emanente e transcendente, em cada um e no todo se manifestava. Dançando, Cantando, Curando, Amando.

Há no corpo uma voz mais poderosa do que a fala. A que se expressa por gesto, intuição, criação.
Das nossas possibilidades de gesto, usamos apenas uma parca parte.

As grandes religiões monoteístas coibiram o canto, a dança, o sexo e a magia.
As formas de expressão, relação, arte.
A força do poder puro manteve-se no entanto, oculta em tradições camponesas, em ritos simplificados, e chegam-nos ainda por vozes antigas. Vozes ancestrais que ouvimos, que buscamos,e que nos chamam não a reproduzir o que foi mas a recriar o que é, Agora.
Onde nos urbanizamos excessivamente, buscamos o corpo animal, a sabedoria selvagem e sentido de orientação intrínseco. Onde deixamos de ver a linha do horizonte infinito e nos aprisionámos em casas sem terra, buscamos a amplitude do olhar, os pés descalços em caminhos incertos. Onde temos a personalidade, abrimos asas, para o aflorar de quem somos além do que pensamos ser. Onde a vida não nos dá prazer, criamos magia, aqui, a partir de nós mesmas.

Este é o momento em que volto às minhas raízes.

Reclamo a Bruxa individual, a Criadora colectiva, o poro da pele que é o vulcão do mundo.

Reclamo a Dança, o arco Íris da percepção de cada um, unido nos céus multicolor.

Reclamo a sabedoria do gesto, do movimento e de tudo o que o corpo encerra para além da palavra e na extensão da sua relação pura e viva consigo mesmo, com o outro, com a Terra, com o Céu, com a Existência maior.

Reclamo o potencial do gesto que além do bem e do mal, do belo e do feio, do concensual e do proibido fala dos estados do coração, da saúde da alma expressa nos orgãos do corpo.

Reclamo dançar nos bosques, na noite, a céu aberto! Reclamo a viagem do Ser!

Reclamo a ancestralidade, e a visão do que virá manifestado no presente único!

Reclamo o Meu Corpo!
Reclamo-me AGORA!

BRUXIA

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