"Não falo com a minha mãe há anos."
"Preferia não falar da minha mãe."
"A minha mãe é culpada da minha infância miserável."
"Se não fosse a minha mãe eu era feliz."
"Não me identifico de todo com a minha mãe".
e quem diz mãe, diz pai ou não raras vezes, os dois.
- Sempre o julgamento a impedir que vejamos nos nossos criadores (pais), os mesmos dilemas que se escondem na criatura (sim, nós próprios)!
- Sempre a projeção no outro, daquilo que nos recusamos a ver em nós.
- Sempre o idealismo que espera do outro a perfeição, a santidade, o sacrifício, o exemplo ou modelo daquilo que "EU QUERO!" que o outro seja.
- Sempre a ilusão e respetivas desilusões de olharmos para o mundo como gostaríamos que ele fosse, mas incapazes de o ver perfeito como ele é pela lente das leis universais e das aprendizagens que cada um de nós vem fazer.
- Sempre a ignorância sobre as leis. A da atracção que nos fez nascer na família que temos, e a do Karma que nos fez viver através da mãe ou do pai ou de ambos, consequências de velhos formatos de conduta que vêm agora ser curados e transformados.
- Sempre a incapacidade de reconhecer que atraímos o que precisamos e não o que queremos. O que os pais não deram, cabe-nos a nós encontrar.
- Sempre a deprimente vitimização que continua a ter mais aplauso e atenção do que o trabalho de terapia, consciência, responsabilidade e transformação pessoal.
- Sempre a falta de consciência e responsabilidade pessoal sobre o estado da nossa energia pessoal e de tudo o que ela atrai, manifesta e precisa manifestar para libertar a densidade que carrega e atrai.
- Sempre a cegueira quanto aos padrões que nos rodeiam e que nos impedem de ver que o pior que vejo no outro também está em mim.
- Sempre o julgamento a impedir que percebamos que quem admiramos nos mostra os nossos padrões já curados, e quem nos desafia representa os nossos padrões por curar.
Todos os dias lido com uma ou várias destas vertentes quando ouço as pessoas a relatarem a sua realidade, principalmente na sua relação com os pais.
Independentemente se estão vivos ou já partiram, se estão presentes ou distantes, se há violência ou não há contacto nenhum, a cura acontece não propriamente com os pais mas sim com as representações internas que temos deles.
Com as ilusões e expectativas irrealistas que tivemos em relação a eles de serem os pais perfeitos. Com os espelhos que eles representam que nos levam à nossa própria cura.
Com a nossa incapacidade de os vermos como humanos com o seu próprio percurso evolutivo.
Não é raro ouvir pessoas dizerem que precisam de perdoar, ou que já perdoaram os pais.
Perdoar implica que alguém falhou.
A antiga sabedoria oriental diz que:
"Tudo está certo, no tempo certo, com a pessoa certa."
A cura não acontece de fora para dentro, mudando os outros ou as circunstâncias.
A cura é a pacificação com a realidade, partindo do princípio que a realidade é inteligente e representa as condições perfeitas, os eventos e pessoas que irão incentivar a nossa evolução.
Deixo então a questão:
Já fizeste
as aprendizagens e as pazes
com a realidade que atraíste?
Vera Luz
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