terça-feira, 19 de abril de 2016
O Renascimento do Feminino
Ela foi ultrajada, despojada, incendiada e calada.
Foi plastificada, castrada, escondida e subjugada.
Foi humilhada, mutilada e esquecida.
Mas Ela se reascende, agora, inteira.
Ressurgindo de uma vaga lembrança, de um arrepio, um sopro, uma brasa, um suspiro, um gozo, um sussurro... heis que Ela renasce.
Consagrando seu sangue, honrando seu corpo, activando suas mãos, respirando profundo, abrindo o peio e sorrindo; Um sorriso cálido de quem aprendeu e agora é capaz de sustentar o que sabe, a respeito de si mesma, dos outros e das coisas do mundo.
Agora, com consciência de seu poder, Ela já não mais se isola de si mesma, não mais aceitará os rigores de uma sociedade excessivamente civilizadora.
Agora, Ela sai correndo, correndo livre em direcção a tudo que considera sagrado. Juntando pela estrada todos os sonhos que foram derramados; de si, e de suas ancestrais.
Já não há mais necessidade de excessos, atropelos, perdas, nem imposições em formas de luta e força; o Sagrado Feminino agora impera, no poder da compaixão, acolhimento, temperança e amor.
Feche os olhos e veja, Ela está em todos os lugares.
Abre os olhos e perceba, Ela é a manifestação de todos os rezos que permanecem latentes dentro de você.
Ela é a Grande Mãe, a Padroeira, Feiticeira, Parideira, a Virgem, Curandeira, Menina... Ela é a Pachamama, a Loba, a Ansiã, a Bruxa.
Ela é você. Você, é Ela.
E juntas, Somos Uma.
Morena Cardoso
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