Muitos são os que ainda acham que
seguir o coração ou ser espiritual é garantia de que
tudo irá 'Fluir' e correr bem!
Não é verdade...
O ideal é claro, que tanto a agenda social como a agenda interior andem em sincronia, embora infelizmente isso seja ainda bastante raro.
Esse maravilhoso estado de harmonia connosco e o mundo que tanto ansiamos, esse patamar mais elevado onde a nossa harmonia já é conscientemente a co-criadora da nossa abundância, requer um trabalho de profunda transformação interior.
Quase que me atrevo a dizer que além de violento, implica inclusive uma pequena morte, tal como a lagarta tem que deixar de ser lagarta e se transformar completamente para ser borboleta.
Mas se a borboleta não tem escolha e se rende por completo ao processo, o ser humano tem a liberdade de resistir, obviamente com as respectivas devastadoras consequências.
Enfrentar os nossos medos e demónios interiores e resgatarmos a nossa fragilidade e amor próprio não é um trabalho para fracos e o ser humano vai evitá-lo o mais que puder. Até ao dia em que finalmente percebe o que a Anais Nin explica tão bem na frase:
“A dor de ficar
é mais violenta
do que a dor de mudar”.
Não é difícil perceber no mundo quem já fez este processo e quem ainda lhe resiste através das pessoas que mais nos inspiram ou que mais nos violentam.
Todos iremos passar por este processo algures na nossa história e sem duvida que colaborarmos com ele, embora não evite a dor, poupa-nos muito sofrimento.
Muitos são os que ainda acham que seguir o coração ou ser espiritual é garantia de que tudo irá 'Fluir' e correr bem!
Não é verdade...
Como com qualquer outro caminho, o bem e o mal farão parte da viagem.
A diferença é que quando ainda vivemos na resistência, desalinhados com o nosso centro, nada faz sentido, o bem é visto como sorte e o mal como azar ou certamente culpa de alguém. As pistas e sinais são quase invisíveis ou inexistentes, o caminho torna-se turvo, difícil e cheio de obstáculos.
Quando já nos entregámos ao processo e vivemos mais alinhados, o caminho é mais claro, a magia é permanente, os obstáculos são identificados e sabemos interna ou intuitivamente que resposta pedem nossa. As bênçãos são aceites e reconhecidas, iluminando o nosso percurso e trazendo a tão maravilhosa validação.
É então importante identificarmos onde se escondem os maiores obstáculos à aceitação deste processo e um dos que tenho observado é:
As opiniões, os conselhos e julgamentos dos outros
Sempre que mexemos no nosso caldeirão interior, ele irá causar ondas na nossa vida e consequentemente nas reacções dos outros. Num instante a nossa dualidade interna logo irá encontrar representantes externos para se fazer ouvir e é por isso importante que percebamos que as opiniões dos outros não passam disso mesmo.
Para chegarmos a uma positiva decisão final respeitemos então todos os que chegam a nós, ouçamos ambos os lados para que possamos perceber bem a diferença tanto do que nos prende como do que nos apoia internamente pois o conselho do aventureiro nunca vai ser o mesmo que o conselho do medroso, certo?
É neste processo de filtragem que é essencial a nossa liberdade de escolha e a noção de que a decisão final será sempre nossa pois seremos nós a colher as consequências dela.
A questão é então, quem é que te rodeia?
- Quem são as vozes dos teus medos e quem são as vozes da tua coragem?
- Qual delas te inspira e te arranca um sorriso maravilhoso e te enche a alma de esperança?
- Em que estado está a vida de quem te incentiva?
- Em que estado está a vida de quem te alerta e te critica?
- Como é a vida de quem diz que é uma loucura e um disparate a mudança que anseias fazer?
- Que histórias maravilhosas têm essas pessoas para contar?
- Esses conselhos vêm de alguém que já atingiu a felicidade e abundância interior?
- As suas vidas são uma referência de equilíbrio interior e exterior?
Não nos esqueçamos que os outros são espelhos nossos.
São vozes de um longínquo passado que não queremos mais para nós, assim como mensageiros de um futuro ainda não atingido.
São o holograma exterior da dança interior.
São as vozes da nossa dualidade.
E porque a realidade 3D é um filme de câmara lenta, podemos perfeitamente distinguir o bem do mal, o medo do amor, a alegria da tristeza e a partir daí então, escolher com a qualidade que a consequência exige.
Porque este Verão vem trazer muitos convites destes a cada um de nós, será um tempo de deixar ir mais umas partes de nós, e de chegarmos mais perto ainda do estado de borboleta.
Vera Luz
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