Não é o que o outro é, diz ou faz que deve ser analisado e compreendido...
É o que o outro desperta, expõe e provoca em nós através do que é,
diz ou faz que deve ser analisado e compreendido.
O outro é apenas um veículo cósmico que nos vem trazer
o recado da nossa evolução.
É um espelho para o que somos ainda incapazes de ver em nós próprios.
Somos responsáveis pela nossa célula individual no que toca à sua existência, felicidade, valor, evolução, cura, manutenção.
Tudo começa e acaba em nós.
O grau de ignorância e inconsciência desta mecânica é ainda tão forte que perdemos maior parte do nosso tempo a injectar energia nas duas posturas de fuga que em nada servem o propósito de evolução:
- Ou estamos presos à revolta a julgar e a projectar no outro a violência, abandono e frustração que negamos e precisamos sarar em nós.
- Ou estamos presos à vitimização, à lamúria e sentimento ilusório de injustiça que nos convém alimentar para nos mantermos na negação.
Os canais de televisão em geral hoje em dia servem bem de alimento a estas duas posturas.
Ou estamos a ser carrascos ou estamos a ser vitimas e em ambas as posturas uma infantil e deprimente falta de responsabilidade de reconhecermos tanto o melhor como o pior que existe em nós.
Lá chegará o dia em que o carrasco irá assumir a sua violência e perceber que um dia já foi vitima. A vitima também um dia irá perceber que um dia também já foi o carrasco.
Ou seja, ambas as energias vivem em todos nós.
Nova postura responsável e espiritualmente evoluída:
A postura do meio como nos inspirou Buda.
Ou seja, assumir que os dois lados fazem parte de nós e que o lado do amor tem a capacidade interna de pacificar o lado do medo fechando assim o circuito interno de cura e evolução.
Na práctica:
- Pacificamente confiar que tudo o que vem a nós é karmicamente atraído pela nossa vibração e como tal traz um recado de evolução para a nossa história.
- Agradecer internamente ao outro a oportunidade que ele trouxe de despertar sombras escondidas que podem agora sair da negação e ser saradas.
- Reconhecer as emoções que o outro despertou em nós.
- Libertar o outro.
- Assumir a responsabilidade pela cura dessas emoções em nós e transformação das mesmas em amor, humildade, aceitação e rendição aos processos de evolução karmicos.
- Após libertação das posturas internas da vitima e do carrasco, dá-se a integração dos dois lados como essenciais ao nosso equilíbrio e consciência.
A maturidade que todos tanto valorizamos não vem de cargos superiores, títulos ou acumulação de riqueza e bens materiais.
Ela é sim e apenas fruto de quem consciente ou inconscientemente tem a capacidade de fazer este processo de integração da luz e sombra em si.
Enquanto a integração dos dois lados não acontecer, iremos sempre atrair situações que nos vêm mostrar o estado de desequilíbrio em que insistimos em nos manter.
Vera Luz
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