domingo, 24 de maio de 2015
Filhas da Lua
"Há muitas vidas, quando as mulheres eram reconhecidas na sociedade por sua sabedoria e sua capacidade curadora, nos sentávamos em grandes círculos cada lua cheia para falar sobre os problemas das nossas comunidades.
Intercambiávamos plantas e saberes, todos eram os nossos filhos e todas eram nossas irmãs.
Nessa altura, reconhecíamos uma energia feminina que nos guiava, uma grande mãe, podíamos vê-la manifestada na lua ou na terra.
Nos referíamos a ela como "a Deusa", o princípio feminino e nutridor.
Também reconhecíamos a força masculina, a energia do sol e a acção, ambas sagradas por igual.
Nós nos costumávamos chamar filhas da lua.
Saíamos juntas a colher plantas e a semear.
Dentro da comunidade tinhamos cantoras, mulheres medicina, cozinheiras, tecedoras, contadoras, ceramistas, bailarinas, pintoras, também existiam " as sábias " que podiam ter acesso ao mundo do espírito e " as sonhadoras", que podiam enviar mensagens através dos sonhos.
Ainda me lembro dos aromas das ervas a secar na cozinha dos lares, executado por enforcamento do tecto em pequenos ramalhetes.
Lembro-me das mulheres da minha família sentadas junto ao fogo numa noite fria, com um caneco de sopa na mão, a contar histórias que ouviram de seus avós.
Há muitas vidas, quando soubemos que todo esse conhecimento iria adormecer, que vinham tempos de mudança e de escuridão, comprometemo-nos a recordar, nos agendamos biologicamente para despertar quando o perigo tivesse passado."
in, Luna Celta
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