terça-feira, 13 de setembro de 2022

Mito de Édipo

 





Édipo, é um herói da 
mitologia grega que 
matou o pai, 
resolveu o enigma da esfinge 
que atacava a cidade grega de Tebas, e 
desposou a mãe. 
Em função deste incesto, 
foi ao mesmo tempo 
pai e irmão de 
Etéocles e Polinices
Ismênia e Antígona.



Édipo era descendente de Cadmo, fundador de Tebas. 
Seu bisavô foi Polidoro e seu avô Lábdaco, também reis da cidade.

Édipo é a personagem central da tragédia grega Édipo Rei, escrita pelo dramaturgo Sófocles (496 a.C. - 406 a.C.), como parte de uma trilogia que contém ainda os dramas Antígona e Édipo em Colono.

A lenda de Édipo foi recontada em muitas versões e foi usada por Sigmund Freud para nomear e dar um precedente mítico ao complexo de Édipo.

O complexo de Édipo
termo criado por Freud e inspirado na tragédia grega Édipo Rei, designa o conjunto de desejos amorosos e hostis que o menino enquanto ainda criança experimenta com relação a sua mãe, e embora seja muito discutido na área da psicologia e psicanálise, não é uma teoria cientificamente aceita por carecer de evidências.
Freud em seu livro "A Interpretação dos Sonhos" deixa claro que aquele que sofre deste mal tem plena consciência de quem são seus pais. Mas o Édipo literário assassina o pai e tem filhos com sua própria mãe sem ter consciência de suas identidades. Podemos concluir então que o Édipo literário não sofria de complexo de Édipo. 
A tragédia antiga expõe a “céu aberto” o que o inconsciente reluta em dizer.

O suposto fenómeno psíquico também ocorre nas meninas com relação ao pai, mas a este se dá o nome de Complexo de Electra.

O Complexo de Electra, 
define-se como sendo uma atitude emocional que, segundo algumas correntes psicanalíticas, todas as meninas têm para com a sua mãe; trata-se de uma atitude que implica uma identificação tão completa com a mãe que a filha deseja, inconscientemente, eliminá-la e possuir o pai. 
Sigmund Freud referia-se a ele como Complexo de Édipo feminino, 
tendo Carl Gustav Jung dado o nome "Complexo de Electra", baseando-se no mito grego de Electra, filha de Agamemnon, a qual quis que o irmão se vingasse da morte do pai de ambos matando, por fim, sua mãe Clitemnestra. 
Freud rejeitava o uso de tal termo por este enfatizar a analogia da atitude entre os dois sexos. 
O complexo de Electra é, muitas vezes, incluído no complexo de Édipo, já que os princípios que se aplicam a ambos são muito semelhantes.

Em ambos os sexos, 
o mecanismo de defesa fornece resoluções transitórias do conflito entre: 

1 - as motivações do id
 que designa na teoria psicanalítica uma das três estruturas do aparelho psíquico. O id seria a fonte da energia psíquica (libido). É formado pelas pulsões - instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Funciona segundo o princípio do prazer (em alemão Lustprinzip), ou seja, busca o que produz prazer e evita o que é aversivo. 
O id não faz planos, não espera, busca uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e não conhece inibição. Ele não tem contato com a realidade. Busca satisfação na fantasia e pode ter o mesmo efeito de uma ação concreta para atingir um objetivo. 
O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral. É exigente, impulsivo, cego, irracional, antissocial e egoísta.
Id é uma palavra latina com o significado de ele, isto.
De acordo com alguns autores, o id é inconsciente.

2 - as motivações do ego.
O Ego designa, na teoria psicanalítica, uma das três estruturas do modelo triádico do aparelho psíquico: Id, Ego e Superego. 
O ego desenvolve-se a partir do Id, na medida que o bebê vai tomando consciência de sua própria identidade, com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. 
É esse princípio que introduz a razão, o planeamento e a espera no comportamento humano. 
A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas.
O Ego é lógico e racional. Sempre cumpre a função de lidar com a realidade externa (faz um meio campo entre o mundo interno e externo), lidando com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Assim, o ego atua como mediador entre o id e o mundo exterior, tendo que lidar também com o superego, com as memórias de todo tipo e com as necessidades físicas do corpo. 
A sua energia é extraída do Id. 


O primeiro, o id, tem como mecanismo de defesa a repressão, o bloqueio de memórias, os impulsos emocionais e as ideias da mente consciente; mas a sua ação não resolve o conflito Id-Ego. 
O segundo, o Ego, tem como mecanismo de defesa a identificação, pelo qual a criança incorpora, ao seu (super)ego, as características de personalidade do pai do mesmo sexo. 
Ao se adaptar, o menino diminui sua ansiedade de castração, porque a sua semelhança com o pai o protege da ira do pai na sua rivalidade materna; 
Ao se adaptar, a menina facilita a identificação com a mãe, que entende que, sendo do sexo feminino, nenhuma delas possui um pênis, e, portanto, não são antagonistas.







MITO:

Édipo nasceu príncipe da cidade de Tebas, filho do rei Laio e da rainha Jocasta. 

Quando Jocasta estava grávida, Laio foi consultar o Oráculo de Delfos onde foi profetizado que 
"o filho que nascesse de seu casamento seria um dia o assassino de seu pai e o esposo de sua mãe", 
se tornaria um herói, desencadeando uma cadeia de desgraças, que causariam a ruína da casa real. Segundo as versões de Ésquilo e Eurípedes, o oráculo antecedeu a concepção, para impedir que Laio tivesse um filho; Laio desconsiderou o aviso, e o menino nasceu.

Aterrorizados e querendo frustrar a profecia, Laio e Jocasta resolveram encarregar um servo de matar a criança. O servo teve pena do bebé e levou-o para a montanha de Citerão, entre Tebas e Corinto, amarrou-lhe os pés com uma correia na altura dos tornozelos, e deixou-o lá amarrado a uma árvore, para ser devorado pelos lobos. Os gemidos do bebé atraíram um pastor chamado Forbas, que pastava as ovelhas do Rei Políbio, e levou a criança para a cidade de Corinto. 
Ao chegar, Forbas entregou o bebé a Peribeia, mulher de Políbio, Rei de Corinto.
A rainha tinha recentemente gerado um natimorto, e decidiu trocar os bebés, dando-lhe o nome de Édipo, que em grego quer dizer "pés inchados". 
Édipo cresce como príncipe em Corinto, acreditando ser um filho legítimo.

Anos mais tarde, Édipo mal fazia catorze anos e já os oficiais da corte tinham tido várias ocasiões de admirar-lhe a força e a destreza. Vencedor em todos os jogos do ginásio, excitou de tal maneira o ciúme de seus jovens companheiros que um, entre eles, para mortificá-lo, disse-lhe que ele não passava de uma pobre criança enjeitada, um filho adotivo. 
Atormentado com aquela censura, Édipo começou a ficar cismado sobre a sua origem, e interrogou com ansiedade, por diversas vezes, aquela a quem sempre chamara mãe. Peribeia, entretanto, que gostava muito dele, evitava esclarecer-lhe as dúvidas. Esforçava-se, ao contrário, para persuadi-lo de que ele era seu filho.
Desejoso de obter uma certeza, Édipo procurou o Oráculo de Delfos para saber mais a respeito do seu parentesco. O oráculo repetiu a profecia, de que viria a matar seu pai e casar-se com sua mãe. 
Sem conhecer sua verdadeira filiação, Édipo acreditou que estava destinado a assassinar Políbio e se casar com Peribeia.

Procurando evitar seu destino, Édipo deixou Corinto e partiu em direção a Fócida. 
Quando chegou a Delfos, encontrou numa estrada estreita quatro homens, entre eles o rei Laio, que estava indo a Delfos consultar novamente o oráculo, pois havia sentido presságios de que seu filho estava retornando para matá-lo. Os lacaios de Laio ordenaram que Édipo desse passagem à carruagem do rei. Como Édipo se recusou, Laio bateu-lhe com seu chicote. Tomado pela fúria, Édipo matou Laio e todos os seus homens, exceto um, acreditando serem um bando de malfeitores.

Depois daquela catástrofe, que privava de seu rei a cidade de Tebas, uma calamidade desolou toda a região: era a Esfinge.
Laio, rei de Tebas e pai de Édipo, tinha-se envolvido sexualmente com outro homem (no contexto da história, esta seria a primeira de todas as relações homossexuais), e então Hera, enquanto deusa do casamento, enviou a Esfinge para vingar-se de Laio.  

A Esfinge era uma figura feminina, filha de Ortros e de Equidna ou Quimera. 
Além da cabeça humana e do corpo do leão, ela também tinha asas de águia e cauda de serpente. 

Ficava sobre uma colina, junto de Tebas, fazia parar todos os viajantes, propunha-lhes um enigma capcioso, e devorava os que não o podiam resolver. Muitos milhares, de infelizes já assim haviam perecido. 

Creonte, irmão de Jocasta, que ocupava o trono, sacrificando seu próprio interesse ao interesse público, mandou anunciar por toda a Grécia que daria Jocasta e a coroa de Tebas àquele que livrasse a Beócia daquele flagelo.
A morte da Esfinge dependia da explicação de um enigma, que era apresentado nestes termos: 
Qual é o animal que tem quatro pés pela manhã, dois ao meio dia, e três à noite? 

Édipo, cuja sagacidade igualava seu amor da glória, apresentou-se ao monstro, ouviu o enigma, e respondeu, sem hesitação: 
"Esse animal é o homem, que, em sua infância, gatinha sobre os pés e as mãos, na idade viril sobre os dois pés e, na velhice, serve-se de um bastão como terceiro pé".


A esfinge, aflita com aquela inteligência de Édipo recobra o fôlego e propõe um novo enigma: 
“São duas irmãs. Uma gera a outra. E a segunda, por seu turno, é gerada pela primeira. Quem são elas?” 

Édipo, rapidamente decifrou: 
"A Luz e a Escuridão. A luz do dia gera a escuridão da noite, que, por sua vez, precede a luz do dia."

Depois que Édipo respondeu corretamente a ambas as perguntas, a Esfinge se matou da mesma forma que fazia com suas vítimas: se devorando.


Salvador de Tebas, Édipo subiu ao trono, e tornou-se o esposo de Jocasta, da qual teve dois filhos, Eteocles e Polinice, e duas filhas, Antígona e Ismênia.

Muitos anos depois desse casamento, os tebanos foram afligidos por uma peste que atacava indistintamente homens e animais, e que resistia aos recursos da arte, às orações e aos sacrifícios.

O oráculo, refúgio habitual dos infelizes, declarou que a Beócia não seria libertada daquele flagelo senão quando o assassino de Laio fosse descoberto e banido do reino. 
Édipo, que ignorava o nome e a qualidade do ancião que outrora matara em Fócida, ordenou, para descobrir o assassino de Laio, as buscas mais escrupulosas.

Tais buscas trouxeram à luz do dia três fatos horríveis: 
  1. que o próprio Édipo era o assassino designado pelo oráculo, 
  2. que Laio era seu pai e 
  3. Jocasta sua mãe. 
A essa revelação esmagadora, estalou nele um desespero sem limites, e, julgando-se indigno de ver a luz do dia, Édipo arrancou os próprios olhos, com a ponta de sua espada.
  
Expulso de Tebas por seus dois filhos, encaminhou-se para a Ática, destituído de tudo, dormindo sobre o chão duro, e mendigando seu pão de porta em porta. 
Antígona, sua filha mais velha, fazia-lhe companhia. Guiava os passos incertos do velho cego, e adoçava, com as mais ternas carícias, o horror de sua situação.

Chegaram junto de Colona, burgo vizinho de Atenas, a um bosque consagrado às Eumênidas, e cuja entrada era proibida aos profanos. Alguns habitantes, surpreendidos por verem ali o rei criminoso, quiseram constrangê-lo a sair. E talvez tivesse ele perecido sob seus golpes se Antígona não os conquistasse pela sua doçura e pelas suas lágrimas.

Édipo foi conduzido a Atenas, para junto de Teseu, que o recebeu com humanidade, e deu-lhe refúgio hospitaleiro, onde ele passou o resto de seus dias.

Entretanto, quando abandonara sua pátria, Tebas, Édipo havia lançado suas maldições sobre as cabeças de seus filhos Eteocles e Polinice, e pedido ao céu que aqueles ingratos brigassem à mão armada, disputando um ao outro o cetro que lhe arrancavam.
  
Para prevenir os efeitos daquelas imprecações, os dois irmãos não quiseram governar juntos, e combinaram que, alternadamente, um deles se conservaria afastado de Tebas, enquanto o outro ali reinaria pelo espaço de um ano. 
Eteocles, que era o mais velho, subiu ao trono, mas, quando chegou o prazo convencionado, recusou descer dele. Polinice, encolerizado, correu para Adrasto, rei de Argos, que lhe deu sua filha em casamento, e ajudou-o, com um exército, a reforçar seus direitos sobre o reino. 
Foi, esse, o início de uma expedição célebre, a dos "Sete contra Tebas": Adrasto, seus genros Polinice e Tideu, o adivinho Anfiaraus, Capaneu, Partenopeu e Hipomedão.

Anfiaraus, o cunhado de Adrasto, em sua qualidade de adivinho, quis opor-se àquela empresa, pois sabia, através de sua arte, que nenhum dos chefes, com exceção de Adrasto, voltaria com vida. 
Mas Anfiaraus, casando-se com Erifila, a irmã do rei, tinha combinado que de todas as vezes que ele e Adrasto tivessem opiniões diferentes sobre um assunto qualquer, a decisão seria deixada a Erifila. Polinice, sabendo disso, deu a Erifila o colar de Harmonia, e com isso ganhou-a para apoiar seus interesses. Aquele colar fora um presente que Vulcano dera a Harmonia, por ocasião de seu casamento com Cadmo, e Polinice o arrebatara dela quando de sua fuga de Tebas. 
Erifila não soube resistir à tentadora isca, e, pela sua decisão, a guerra foi resolvida, mandando Anfiaraus ao seu destino certo. Ele suportou corajosamente sua parte na luta, mas não pôde fugir ao seu fado. Perseguido pelo inimigo, corria ao longo do rio, quando um corisco enviado por Júpiter abriu o solo, e ele, seu carro, e o condutor de seu carro, foram engolidos pela terra.

Cenas de heroísmo e de atrocidade foram muitas, naquela batalha. 
Evadne, a esposa de Capaneu, teve um procedimento que serviu de contrapeso à fraqueza de Erifila. 
Seu marido, no ardor da peleja, declarou que forçaria seu caminho para a cidade, mesmo afrontando Júpiter. Colocando uma escada contra a muralha, a ela subiu, mas Júpiter, ofendido com a linguagem ímpia que ele usara, feriu-o com um raio. Quando seus funerais foram celebrados, Evadne atirou-se à pira, morrendo com o esposo.
  
Logo no início da batalha, Eteocles consultara o adivinho Tirésias quanto aos resultados dela. 
Tirésias, em sua juventude, tinha visto, por acaso, Minerva em seu banho. A deusa, em sua cólera, privou-o da visão. Mais tarde, porém, acalmada, compensou-o dando-lhe o conhecimento dos sucessos futuros. Quando consultado por Eteocles, ele declarou que a vitória seria de Tebas, se Meneceu, o filho de Creonte, se entregasse como vítima voluntária. O heroico jovem, tendo tido conhecimento daquela resposta, deixou-se matar no primeiro encontro.

O cerco continuou longamente, com vários sucessos. 
Por fim, ambos os contendores concordaram que os irmãos decidissem sua disputa em combate singular. Lutaram, e tombaram ambos, mutuamente assassinos. 
Os exércitos recomeçaram as lutas, e por fim os invasores foram forçados a se render, e fugiram, deixando seus mortos sem sepultura. 
Creonte, o tio dos príncipes mortos, tornou-se rei, mas deixou que o corpo de Polinice jazesse ali onde estava, proibindo, sob pena de morte, que alguém lhe desse funerais.

Antígona, a irmã de Polinice, ouviu com indignação o revoltante edital que entregava o corpo fraterno aos cães e aos abutres, privando-o dos ritos considerados essenciais para o repouso dos mortos. Não se deixando abalar pelos conselhos de uma afetuosa, mas tímida irmã, que tentava dissuadi-la de sua ideia, e não podendo conseguir auxílio, ela tentou afrontar o destino, e enterrar o corpo com suas próprias mãos. Foi apanhada naquele ato, e Creonte deu ordens para que a enterrassem viva, como tendo deliberadamente infringido o edital solene da cidade. 
Seu apaixonado, Hemon, filho de Creonte, não tendo podido evitar-lhe o triste fado, não quis sobreviver à mulher que amava, e precipitando-se sobre o cadáver de Antígona, apunhalou-se.  

Édipo, morreu anos mais tarde, em Atenas.




Édipo e a Esfinge, c.1806-08
(Oedipus and the Sphinx, c.1806-08 )
Francois Xavier Fabre




SIMBOLOGIA DA ESFINGE:

No mito de Édipo , havia uma esfinge no deserto que fazia uma charada para todos aqueles que tentassem atravessá-lo:

“Qual é o animal que tem 
quatro patas de manhã, 
duas ao meio-dia e 
três à noite?”


Todos que falharam foram devorados. 
Apenas Édipo conseguiu desvendar a questão com a seguinte resposta: 

“O amanhecer é a criança gatinhando, 
o entardecer é a fase adulta, e 
o anoitecer é a velhice, onde usamos bengala”.



Primeiro Estágio — O homem de quatro patas
Andar em quatro patas é a simbologia do nível mais baixo de uma pessoa, o nível bestial. 
Enquanto o homem é controlado pelos seus desejos mais básicos, ele não se diferencia de um animal sem escolha alguma.
Isso é representado pelo bebê que gatinha.
Nesta fase, ainda não temos a capacidade de ir atrás dos nossos desejos. 
Somos seres dependentes e sem autoridade.

A maioria dos adultos andam em quatro patas.
É o estágio onde pensamos apenas na nossa sobrevivência e em satisfazer as nossas necessidades.

O quatro é o símbolo da segurança e da estabilidade. É onde tudo se encaixa, mas permanece estagnado, pois não vê motivos para mudar.

Nossos níveis bestiais são exatamente como símbolos que eles representam. 
São os burros teimosos, as ovelhas obedientes e os porcos sujos. 
Todos apenas obedecendo conforme a sua própria natureza de ser, imaturos quanto a percepção de uma Realidade muito superior.



Segundo Estágio — O homem de duas patas
Logo depois, ao entardecer, vem o homem de duas patas em seu estágio humano.
Aqui ganhamos independência para agir. Podemos buscar por dinheiro, poder, honra, status e conhecimento.

O dois é o símbolo da dualidade e também do surgimento do conhecimento, pois todo o discernimento é feito pelo contraste de opostos. 
Só sabemos que existe a coragem através do medo. O preto através do branco.
É o nível do homem dual, que se divide entre ter e não ter. Ricos e pobres, inteligentes e burros, bons e maus.

Aqui, de tão individualizado pela sua própria polaridade, o homem não consegue perceber que ele e o outro fazem parte de um mesmo sistema. Que os problemas dos demais também o afetam.

O homem reconhece os seus desejos, mas ainda não compreende o seu lugar no mundo.



Terceiro Estágio — O homem de três patas
Quando anoitece, entra o homem de três patas, originalmente conhecido como idoso por utilizar uma bengala.
Este é o nível do homem sábio e que está entre os dois níveis anteriores, entre o dois e o quatro.

Como idosos, voltamos a ser como bebês. Precisamos da ajuda das pessoas, mas agora já passamos por toda a experiência de ter vivido. Sabemos o que queremos, mas também reconhecemos melhor a importância daqueles ao nosso redor.

O três é o elo, o nível de ligação entre os níveis anteriores. É aquele que consegue entender o mundo além das dualidades, criando um ponto neutro para se colocar acima das polaridades.
O três é conhecido como um número perfeito e espiritual. 
Aqui o três representa uma pessoa que está acima da sua própria individualidade e alcançou um nível espiritual, ou seja, que consegue ver o mundo além do seu próprio ponto de vista.

É o homem que se conecta aos demais e que concilia paradoxos.



A ESFINGE NO TAROT:

A esfinge possui diversas simbologias dentro do ocultismo e do esoterismo.

É o exemplo do Tarot:




Na carta o Mundo, 
a esfinge representa os 4 Estados de Consciência: 
  • o Anjo (Astral)
  • a Águia( Emocional),
  • o Leão (Energia Física, Mental), 
  • o Touro (Realizações, concretizações, materialização) 

A Esfinge representa o homem em todas as suas facetas reunidas num ser só, que o sintetizaria, da mesma forma que o Mundo. 

Representa o Quaternário, os 4 planos de existência:
  1. Astral - Emocional - Mental - Material
  2. Ar - Água - Fogo - Terra
  3. Aquário - Escorpião - Leão - Touro
  4. Paus - Copas - Espadas - Ouros
  5. Anjo - Águia - Leão - Touro

Então, o que é o Mundo? 
Os gregos falam da Quintessência, o quinto elemento que seria a junção dos outros quatro. 
Significaria a harmonia plena. 
Simbolizado pelo Ser Andrógino dentro da coroa de louros no centro.

Para os gregos, a reunião dos quatro animais forma a Esfinge, que simboliza a síntese das quatro características que compõe o homem: 
  • a razão 
  • a emoção 
  • os instintos 
  • o poder 


A frase aparentemente terrível, “decifra-me ou devoro-te”, significa a busca pelo autoconhecimento, pois o homem que não conhece a si mesmo tende a ser destruído por um dos aspectos que não está sob seu controle: 
  1. se negar ou supervalorizar seu instinto, cairá na intemperança, excesso, desregramento; 
  2. se se curvar demais ao poder perderá sua liberdade ou se fizer uso dele de forma tirânica poderá ser destruído; 
  3. se negar a razão poderá cometer um grave erro, se a supervalorizar poderá se tornar arrogante 
  4. e se negar ou supervalorizar suas emoções, poderá cair em depressão ou ter um acesso de raiva.

O Mundo nos mostra um modelo ideal que devemos almejar, onde cada um dos nossos aspectos está em harmonia com os outros e sem polaridades: 
bem/mal, masculino/feminino, sexo/amor, emoção/razão, governante/governado, Deus/Homem. 
Se o alcançarmos em sua plenitude, teremos atingido a Iluminação.

Esse seria o fim último do homem e é inatingível, mas pode ser tangenciado. 
Por isso o Mundo não fecha o Tarot, mas o Louco. 

Quando o tangenciamos, vislumbramos uma nova jornada e o Louco seguirá novamente o caminho.
Assim, o Louco ao encontrar o Mundo, percebe que evoluiu em relação ao início da jornada, mas também percebe que ainda há mais para aprender e continua sua jornada, em busca do Mago para escolher novos caminhos, novamente tendo como base os 4 Estados de Consciência:
  • Bastões - Paus (Astral)
  • Taças - Copas (Emocional)
  • Gládios - Espadas (Mental)
  • Discos - Ouros (Material)






Na carta da Roda da Fortuna 
A Roda da Fortuna é o tear das Moiras, Cloto, Láqueis e Átropos – as deusas gregas que fiavam, teciam e cortavam o fio da vida. Trata-se de uma metáfora dos processos de nascimento, crescimento e desenvolvimento, e desencarne. O fio da vida na roca do destino. 
Fortuna também é a deusa romana da sorte, seja ela boa ou má. 
Geralmente é representada portando a cornucópia, símbolo de abundância, e o leme, que por si só já lembra a figura da Roda, acrescido do sentido de direção. 

Na imagem desse arcano, vemos uma grande Roda que se sustenta em um eixo, e no topo uma figura (geralmente uma esfinge, que simboliza os desafios), além de uma personagem subindo e outra descendo em seu arco. Não se trata da roda do dinheiro, portanto. É a roda da vida.
A evolução humana na sua transitoriedade da existência, depende do decifrar dos enigmas(desafios da vida) da Esfinge.

A esfinge é uma parte do nosso lado bestial representada pela combinação de diversos animais e do Homem. A esfinge é o nosso próprio Ego.

Todos os homens (de duas patas) que confrontavam a esfinge (quatro patas) acabavam sendo engolidos. Ou seja, enquanto o homem não descobrir a sua versão de três patas, ele continuará sendo engolido pelo Ego.

O deserto representa a individualidade, o egoísmo e a solidão. 
É um local seco onde a água não alcança.

Quando estamos afundados 
em nossa individualidade, 
o Ego se sobressai e nos questiona. 
É hora de testar 
os nossos aprendizados e evoluir, 
ou então deixar-se devorar 
pela nossa própria esfinge. 
Dessa forma, 
interrompe-se o processo 
e regredimos, 
nutrindo a nossa própria bestialidade.










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