sábado, 26 de junho de 2021

Solstício De Verão com Lua cheia em Capricórnio

 





Ainda em plena energia de lua cheia

Dou graças ao Capricórnio, a essência da minha infinita paciência, pela capacidade de organizar, pelo dom de criar as estruturas para dar forma aos meus sonhos. Pela capacidade de assumir a responsabilidade pela minha jornada 

“Eu estou imerso na luz suprema 
e a esta luz dou as costas”

Capricórnio representa a realização através do esforço, da disciplina, do foco. 

Realização que emergiu da consciência do que verdadeiramente acredito, valorizo e quero ver realizado no mundo. É o símbolo da conquista do sucesso conseguido após a responsabilização pela escalada da nossa montanha pessoal. Não há crescimento sem raízes sólidas a sustentá-lo. Nenhuma árvore dará bons frutos senão tiver as raízes bem cuidadas e nutridas. 

É em Caranguejo, signo oposto e, portanto, complementar, que cuidamos das raízes, do nosso mundo emocional. Talvez esteja aqui o equívoco na forma como filtramos a energia capricorniana – ligamo-la ao sucesso, à carreira, ao reconhecimento social... e retiramos o coração. Realizamos através de Capricórnio o que não obtivemos em caranguejo. Enquanto o sentimento de pertença, o sentimento de ser amado só porque existe, sem condições, não for preenchido por cada um de nós e através de cada um de nós , procuraremos sempre que alguma coisa ou alguém o faça.

O signo da cabra montanhesa é indissociável do seu planeta regente, Saturno, que é a estrutura necessária que precisamos desenvolver para nos diferenciarmos. Parte de nós que quer controlo, previsibilidade para chegar ao perfeito. Parte castradora... e não há maior castrador e julgador que o interno. Transformamo-nos para ser aceites, aprovados pelo mundo. Passamos a identificarmo-nos com a máscara que criámos, a ser qualquer coisa que não nós. Saturno obriga a aprender que disciplina, força de vontade, trabalho, perseverança fazem parte do desenvolvimento da espiritualidade.

Não há individualidade, liberdade, espiritualidade…. 
Sem que assumamos a responsabilidade por 
sermos quem somos e pelo caminho que seguimos.


Como Campbel diz, na vida há 3 caminhos:

O da Aldeia, o do Deserto e o da Jornada. 

A maioria de nós faz o caminho seguro da aldeia, onde sempre tudo foi e será assim, onde fazes tudo para te adequares e seres reconhecido - sentes-te ilusoriamente amado. O amor é tremendamente condicional.

Muitos estarão no Deserto, fora da aldeia. Têm um medo terrível de ser confundidos com os aldeãos. És do contra, rebelde e isso também te dá identidade e um senso de Amor e pertença. Muitas vezes, traz também a ilusão de estares na jornada, principalmente quando sentes que pertences ao deserto, mas vives na aldeia e mascáras esta incongruência com um sentido de missão.

A Jornada poucos fazem. Talvez porque percas todas as identificações. Talvez porque, para  fazeres a jornada, tens de aceitar o chamado, Conscientemente aceitar o chamado e atravessar o portal - o limiar entre aquilo que sempre foi, a forma como sempre te identificaste, aldeão ou rebelde, e o desconhecido. Na jornada enfrentas, não os demónios externos mas os internos. E terás a certeza que guardiões também estarão presentes. Na Jornada há apenas a certeza do incerto. Não há controlo e sabemos disso. Nunca há controlo mas, na aldeia e no deserto há essa ilusão. 

A maioria das pessoas não tem este Eixo do Poder, 

Caranguejo-Capricórnio, 

consciente e integrado. 

Isto mantêm-nos na aldeia ou no deserto. 

De vez em quando iniciam pequenas jornadas que servem apenas para tornar a voz interna menos audível. Sabem, lá no fundo sabem, que não é possível realmente viver sem dizer sim à Jornada

E quando passas o grande portal, não tem volta. 

Há que aproveitar estes dias para reflectir.



Vera Braz Mendes




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