sexta-feira, 16 de outubro de 2020

E SE, AFINAL, FOR TUDO AO CONTRÁRIO?








E se, afinal, o uso de máscaras não só não for benéfico, como for prejudicial?

E se, afinal, as máscaras mais não forem do que armazéns húmidos, a 37º C, de gotículas de bactérias e vírus circulantes que nelas se vão depositar, através das quais, nós e os nossos filhos somos obrigados a respirar, vezes sem conta, ao longo do dia?

Tal explicaria porque o número de infectados com SARS-CoV-2 não pare de aumentar, apesar do uso obrigatório de máscaras em espaços públicos fechados e do seu uso crescente, pela população, em espaços públicos ao ar livre.

Tal explicaria porque países como a Espanha, onde o uso generalizado de máscaras em espaços públicos, abertos e fechados, que se iniciou, de forma obrigatória, há já vários meses, tenha um dos maiores números de infectados na Europa, de infectados graves em UCI e de mortes.

Tal explicaria porque em Portugal, em que todos andámos sem máscara nas praias, mesmo estando estas cheias de gente, os números de infectados diários tivessem diminuído drasticamente e agora, no Outono, mesmo com temperaturas estivais, o número de infectados não pare de aumentar.

E se as máscaras funcionarem como reservatórios de tecido, húmidos e quentes, de vírus e outros agentes infecciosos que andam no ar, em circulação, bem como reservatórios dos micróbios que saem de dentro de nós e que a elas se fixam?

E se ao colocá-las à frente do nosso nariz e da nossa boca, horas a fio, por imposição legal e através das quais temos de respirar vezes sem conta, estivermos apenas a aumentar a probabilidade de nos infetarmos com maior número de vírus e bactérias?

Que lógica há, em mandar arejar salas de aula se, depois, se obriga a colocar à frente da boca e do nariz de alunos e professores obstáculos de tecido que impedem a normal ventilação do ar e agregam em si múltiplos micróbios?

Já repararam na humidade de uma máscara após várias horas de utilização e no seu cheiro? Já imaginaram a porcaria que é?

E porque é que nunca obrigaram a usar máscaras nos habituais surtos de gripe sazonais, que todos os anos ocorrem no Inverno? Porque dos múltiplos estudos efetuados ao longo de vários anos, o uso de máscara nunca conseguiu provar ser eficaz, ou ter qualquer influência na prevenção da transmissão da gripe.

E se, afinal, for ao contrário e a utilização sistemática de álcool gel nas mãos, mais não fizer do que diminuir a eficácia do nosso sistema imunitário, a única arma de valor de que atualmente dispomos para lutar contra a Covid-19?

E se a utilização de álcool gel, de forma obrigatória e repetida por nós e pelas nossas crianças, servir para a destruição  do contributo que as mãos fornecem ao nosso sistema imunitário, através do seu microbioma habitual, para que o mesmo reconheça agentes infecciosos e os destrua, sem que eles tenham que, obrigatoriamente, nos infetar?

E se ao destruirmos com álcool gel a camada lipídica da pele, que permite mantê-la impermeável a vários agentes infecciosos e tóxicos, mais não estamos a fazer do que permitir que passem através dela muito mais micróbios do que quando não usávamos álcool gel, aumentando a nossa suscetibilidade às infecções?

E se estivermos a contribuir para diminuir a capacidade que as nossas crianças têm para se defenderem das doenças infecciosas?

E se, afinal, o distanciamento social que determina que filhos e netos não possam abraçar e beijar os seus idosos criando, desde há sete meses, uma tristeza crescente em todos, mais não faça do que também diminuir a eficácia do nosso sistema imunitário, como, aliás,  já foi demonstrado em relação a doenças como a depressão, em que a tristeza se associa ao aumento de probabilidade de contrair doenças infecciosas?

E se, com este distanciamento obrigatório nos lares, estivermos apenas a aumentar a probabilidade dos nossos idosos, quando adoecerem, adoecerem logo com doença grave (seja esta, ou qualquer outra) por se encontrarem profundamente deprimidos?

A diminuição da eficácia do sistema imunitário não só facilita o aparecimento de infecções, como diminui a capacidade do mesmo para reconhecer células cancerígenas e eliminá-las, contribuindo assim para o aumento do surgimento de cancros e para o aumento da mortalidade associada aos mesmos.

E se o tão falado confinamento, mostrado como o nosso último recurso de salvação, mais não faça do que colocar no mesmo espaço fechado, sob o mesmo teto, confinados, uma série de seres humanos impedidos de andar ao ar livre, promovendo de forma exponencial a propagação e gravidade da doença entre os confinados, como, aliás, se verificou nos países que tiveram confinamentos mais obsessivos e mais prolongados, como Itália e Espanha, onde a doença foi mais grave do que nos outros países?

Que lógica encontraríamos nós, em confinarem-nos num espaço exíguo dias, meses a fio, com indivíduos infectados, por exemplo, com tuberculose? Estaríamos à espera que ela desaparecesse por artes mágicas, ou estaríamos à espera que, ao fim de pouco tempo, o número de infectados fosse cada vez maior?

Não verificámos, que durante o período de confinamento português, em que quase não podíamos respirar ar puro, foi a altura em que houve mais doença grave, com maior número de indivíduos em cuidados intensivos e maior número de mortes?

Já pensaram que a melhor maneira de nos vacinarmos contra esta doença seria fazê-lo da forma mais natural possível (uma vez que até agora não há outra forma), expondo-nos a quantidades mínimas de vírus, permitindo que o nosso sistema imunitário os reconhecesse e os aniquilasse?

Ao retirarem de circulação os assintomáticos infectados (obrigando-os a ficarem em casa isolados, dias ou semanas a fio) – assintomáticos esses, habitualmente, com baixos níveis de vírus circulantes e que são exatamente as pessoas com quem seria benéfico irmos todos contactando para criarmos a nossa própria imunidade – estão a permitir que o nosso contacto com o vírus seja, sobretudo, com pessoas com a doença, com níveis muito mais elevados desse mesmo vírus, aumentando a probabilidade de adoecermos também, quando poderíamos contactar com o vírus através de indivíduos assintomáticos, situação em que aumentaríamos a probabilidade de ficarmos imunes sem adoecermos.

Tantas medidas tão sem fundamento, tão sem validade científica, todas obrigatórias. Tantas medidas que só têm feito mal à restante saúde das populações e à economia. Tantas medidas que nada fazem à Covid-19, como se pode observar pelo número de casos positivos que não param de aumentar nos países que as adotaram (alguns, já com maior número de casos do que em Março e Abril).

E se, além de nada fazerem para nos protegerem da doença, as medidas contribuírem, ainda, para a sua maior propagação? 

E se, afinal, for ao contrário e tudo isto mais não faça do que nos prejudicar?

E se, afinal, tudo o que nos fizeram e continuam a mandar fazer, para nosso suposto bem, estiver errado?

E se, afinal, a vida que sempre levámos, mais felizes, mais fortes imunologicamente, seja o segredo para nos irmos imunizando contra a Covid-19, tal como o temos feito, ao longo dos anos, para as outras doenças virais respiratórias?

E se, afinal, for tudo ao contrário? 


Margarida Abreu 
Médica, especialista em Medicina Geral e Familiar




Sem comentários:

Enviar um comentário