sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Compreender o nosso Caminho



"Querer compreender o nosso Caminho, o nosso Processo e em simultâneo controlar as experiências é uma contradição...
Pois só podemos ir compreendendo e libertando, pela vivência, pela experiência... e se estamos a controlar o método , a melhor ferramenta, estamos a controlar o resultado...
Porque queremos um resultado que seja satisfatório, que nos devolva segurança...
Verdadeiramente não queremos percorrer o caminho sem rede de segurança, e o resultado não será de descoberta de Nós próprios, mas sim o controle da descoberta sem riscos...
Não estou a condenar esta dinâmica, mas sim a trazer à consciência, pois neste momento este mecanismo está a devolver frustração, mal estar...

É tempo de velejar sem leme de controle de segurança, é tempo de arriscar sem nada saber e entregarmos-nos à vida...
Sinto-me mal?... mas eu não sou esse mal estar...
Estou triste?... mas eu não sou esta tristeza...
Deixar que os novos ventos nos trespassem até a Alma e nada mover para contrariar... esta é a verdadeira mestria de este momento agora...
Permanecer... sem crenças...
Criar... sem controlar...

... e eis que quando julgava que começava finalmente a encontrar o MEU Caminho, descubro que ainda tenho de descascar mais umas quantas camadas, para conseguir chegar ao núcleo; à essência...

Acho que estou mais zangada que frustrada: dei-me conta que não faço ideia de quem possa ser, tal é a desformatação que já fiz e a que ainda tenho de fazer; sinto que passei a vida toda a jogar com dados viciados, e que por mais e melhor que os lançasse, o resultado estaria sempre decidido à partida...
Se calhar deveria sentir-me aliviada, pois dei-me conta que as minhas pequenas grandes vitórias não foram conquistas pessoais, mas derrotas do extenso programa personalizado com que me identifiquei toda a vida...
Aliviada pois com toda a formatação que trazia, consegui o pequeno grande milagre de muito fazer a partir do (quase) nada...
Mas ao mesmo tempo não consigo deixar de me sentir algo cansada de tantas curvas e contra-curvas...
E como conclusão desta disparidade de emoções coloca-se a questão: quem sou EU?!?

Em tempos escrevi algo do género...
...quando vamos ao exterior ver quem tocou a campainha, desdenhamos o nosso interior e somos molestados severamente, agudamente, de forma evitável... no nosso íntimo sabemos que a Natureza não tem chaves, não precisamos de sentir a segurança de ter a chave para trancar a porta, se nunca sequer olhamos para lá da janela... é tempo de descobrir... tempo de nos reinventarmos... tempo de desenharmos o nosso trilho sem contemplar fechaduras... tempo de auto conhecimento e tempo de aceitarmos quem somos e essa é a grande ajuda que podemos dar de dentro para fora. Fazer ver às pessoas que a segurança coíbe a descoberta interior de cada um.
Estamos na vida para sermos testados... questões de outrora que trazemos por resolver... só nos entregando à nossa escolha plena podemos, com clareza, sair de casa, trancar a porta, abrindo caminhos de escolhas e descobrir o "admirável mundo novo" que temos perante nós."

Desconhecido

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