O fenómeno dos espelhos vai aos poucos sendo entendido, embora claro está, ainda faz muita confusão principalmente a quem ainda não o entende correctamente.
Se por exemplo eu sou uma pessoa pacífica e insegura que nunca levantou a voz ou a mão para ninguém, é de facto desafiante entender porque tive uns pais que foram autoritários, agressivos, ditadores que me criaram um ambiente instável e de violência logo desde a infância.
O fenómeno dos espelhos revela-se na materialização da nossa energia no mundo e nas pessoas à nossa volta. A lei da atração diz que somos magnéticos e logo responsáveis pelo que atraímos. A lei da ressonância diz que vibrações idênticas se atraem.
E a lei do karma diz que nos serão devolvidas as consequências das ações passadas.
A lei do equilíbrio diz que iremos atrair não o que queremos mas o que precisamos para o nosso equilíbrio.
Estas e outras leis universais, regem a nossa encarnação e toda a viagem espiritual, quer estejam conscientes delas ou não. Não conhecê-las faz-nos acreditar que vivemos num mundo aparentemente caótico, cheio de injustiças onde vivemos à mercê da sorte e do azar. No entanto, conhecer as leis universais, permite-nos observar que a realidade material é muito mais inteligente e ordenada do que possamos imaginar.
Mas para sermos capazes de ver essa magia, teremos que tirar os velhos óculos da vítima impotente perante as “injustiças” do mundo e trocar pelas lentes da sabedoria capazes de ver em todos os movimentos lá fora, as leis universais em pleno funcionamento.
O fenómeno dos espelhos, quando compreendido, tem o poder de nos mostrar mensagens sagradas, memórias do passado, visões do futuro, consciência de quem somos, pistas essenciais para que possamos cumprir o nosso caminho pessoal.
Sabendo que a nossa existência não começou na vida presente e que já nascemos com uma bagagem, o fenómeno dos espelhos ajuda-nos a perceber o nosso passado e o nosso futuro, ou seja, torna mais nítida a rota pessoal e única, escolhida pelo nosso espírito. Por estar exageradamente focado na realidade presente, sem sabedoria própria e habituado a lidar com o imediato, o olho do ego ilude-se facilmente e é por isso incapaz de observar esses movimentos espirituais, inteligentes e evolutivos da vida. Independentemente se conseguimos perceber o fenómeno ou não, ele irá acontecer na mesma, ou seja, iremos sempre materializar e fazer atrair as energias que carregamos em nós.
Só dando início ao processo de desenvolvimento pessoal e espiritual é que começamos a perceber o quanto somos e sempre fomos regidos pelas leis universais. O quanto já tivemos infinitas experiências tanto positivas como negativas, conscientes ou inconscientes que geraram as suas respectivas consequências. O quanto somos responsáveis por tudo o que atraímos para a nossa realidade. O quanto a nossa história não começou na vida presente e já trazemos connosco energias do passado e são precisamente essas que irão alimentar o fenómeno dos espelhos.
Somos seres duais a fazer a experiência dos opostos. Procurar o equilíbrio dessas duas energias em nós é uma das grandes propostas da viagem terrena e o que irá um dia permitir que possamos materializar esse mesmo equilíbrio lá fora no mundo, num mundo mais equilibrado do que o que temos no momento.
As várias vidas irão permitir então que experienciemos esses opostos pois só dessa maneira poderemos ansiar e encontrar o equilíbrio. É muito natural então que oscilemos entre vidas de abusos e faltas. De excessos e carências. De exageros e ausências. De apegos e solidão. De imaturidade e maturidade. De fragilidade e violência. De medo e coragem, e muitos mais outros opostos que poderia assinalar. Se fores dentro de ti com consciência, estão lá todos. Com os olhos certos poderemos vê-los em manifestação o tempo todo lá fora no mundo, nas notícias diárias, na nossa realidade pessoal.
O mundo material é um palco de experiências para o espírito. É um imenso laboratório onde viemos experimentar a nossa dualidade, ou seja, TUDO, luz e sombra. Para isso a vida deu-nos a mais bela e poderosa das ofertas; o nosso Livre Arbítrio. Para que o livre arbítrio não gere caos, as leis universais trazem ordem às experiências pessoais de cada um e acompanham a viagem do espírito ao longo das suas várias vidas de maneira a que as aprendizagens sejam feitas.
Deste ponto de vista, o exemplo acima da pessoa pacífica e insegura que nunca levantou a voz ou a mão para ninguém, irá um dia perceber que o desempoderamento que sente no presente se deve a um abuso de poder no passado. A agressividade atraída é a lei do karma a devolver as consequências das acções passadas. A lei da atração fê-la atrair quem melhor a podia ajudar no seu processo de consciência. A lei do equilíbrio veio pedir-lhe que harmonizasse o excesso de poder do passado com a falta de poder do presente. Que mesmo nascendo na vida presente com uma proposta nova, a energia de poder do passado ainda lá está, projetada e espelhada na vida presente pelos pais.
O desafio é então percebermos o fenómeno dos espelhos:
- Tornarmo-nos responsáveis por criá-lo.
- Aprender a reconhecê-lo na nossa vida.
- Usá-lo com as pessoas à nossa volta.
- Pô-lo em prática com quem nos rodeia.
- Distinguir o espelho positivo do negativo e descobrir o papel de cada um em cada qual.
Este é um dos caminhos para a consciência de quem és e para a responsabilidade pessoal, caso estejas de facto comprometido com a tua evolução espiritual.
Caso contrário, é muito mais simples vitimizarmo-nos constantemente e projetarmos a “culpa” nos outros..
Embora o fenómeno dos espelhos seja desafiante de aceitar por si só, a Astrologia Karmica e a Numerologia ajudam na confirmação das informações dos espelhos, mostrando por exemplo no mapa da pessoa acima referida, uma vida passada de abuso de autoridade.
A proposta é então mantermos uma mente aberta.
Considerarmos novas visões da mesma realidade onde possamos aprender a ver a magia que nos rodeia e onde seja possível libertarmos-nos das velhas, deprimentes, vitimizadoras e julgadoras visões do mundo.
Vera Luz
Nós somos a ponte entre quem um dia já fomos e quem ansiamos ser. Não há um destino final a atingir, um lugar confortável pelo qual ansiar, um tempo e um espaço que assinale o fim da ponte. A travessia é a viagem e implica movimento permanente, uma aventura maravilhosa cheia de experiências, crescimento e aprendizagens, a ser vivida em pleno espírito de liberdade.
Vera Luz
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