"Acredito que as palavras matam a magia.
Olhando retrospectivamente para vinte anos de trabalho, tudo me parece ter sido uma longa e estranha viagem.
Da inocência juvenil, à consciência da meia-idade.
Um diário com contactos que reflecte felicidade e dor.
Ao longo destes anos tenho andado à procura de respostas.
Mas só tenho recolhido algumas visões e montes de dúvidas. Cada vez mais perguntas.
Viajei pelos Estados Unidos e América do Sul à procura de sensações fortes. Percorri o mundo Árabe em busca da espiritualidade e da renúncia.
Trabalhei na Europa, escavando o passado e interrogando o futuro.
Ansiei pela serenidade no Extremo-Oriente.
O mundo vai-se tornando mais pequeno à medida que olho para o meu velho Atlas.
Às vezes canso-me de viajar, mas sei que o conforto é uma armadilha mortífera. Não tenho escolha.
A fotografia atrasa a morte. Mantém-me vivo. A preto branco."
Paulo Nozolino
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