sexta-feira, 6 de junho de 2014

Algumas batalhas têm de ser travadas dentro de nós


Não podemos ser o super-herói de alguém que está perdido.
Não podemos curar alguém que está partido.
Não podemos completar alguém que está incompleto.
Não podemos realmente salvar alguém.
Por muito grande e sincera que seja essa vontade de o fazer.
Tomar para nós essa tarefa é uma luta inglória, da qual dois seres saem exaustos e confusos. Algumas batalhas têm de ser travadas dentro de nós.
Não podemos salvar alguém, podemos apenas amar alguém.
Amparar a queda, secar as lágrimas, oferecer o calor de um abraço… e esperar que essa pessoa encontre em si, um dia, a vontade de se curar.
Podemos apenas amar alguém… e esperar que aprendam a amar-se também.

Tenho muita pena, mesmo.
Mas infelizmente foi assim...

Querer ser amiga de alguém só porque esse alguém foi antes demasiado maltratado.
E ser amigo ou, simplesmente querer-lhe bem não é mudá-lo, não é ser justiceiro do seu passado, mas recuso que seja recusar acompanhá-lo no Presente que é mútuo, por nos querermos.
Amizade, Gostar, Querer não é contemplação!
É acariciar com respeito por cada um de ambos, e pelo ambos!

Impotência, é o que sinto...
Mas, ao mesmo tempo, um sentimento de dever cumprido.


"Convencido de que não faço mal a ninguém, 
tão-pouco quero fazer mal a mim próprio 
e não estou disposto a reconhecer contra mim que sou digno de castigo, 
indo ao ponto de me sentenciar a uma pena qualquer. 
Só se fosse por medo, mas de quê?"

in, "Apologia de Sócrates"
Platão

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