terça-feira, 6 de maio de 2014

....largar a couraça


“ A intimidade impõe o abandono da couraça que protege o nosso núcleo mais intimo, sede do pudor e da vergonha: quanto mais partilhada, mais o outro tem livre acesso às nossas coisas secretas. 
Mas só a tolerância e uma grande estima de nós próprios nos levam a viver este despirmo-nos como uma oportunidade e não como uma ameaça. 
Quem pensa que deve esconder as partes de si mesmo que mantém inconfessáveis, inevitavelmente vive a intimidade como um risco”


Willy Pasini 
in,Intimidade, O outro lado da afectividade 

Na ordem do desejo que nos liberta das habituais fronteiras entre o corpo e o espírito.
Entre nós e o outro.
Partículas de energia, numa dança, ao ritmo de termos sido capazes de nos colocarmos na sua pele sem nos perdermos, e disponíveis para o deixar entrar, sem medo de sermos devorados por ele. Alheados da fórmula que permitiu que o milagre tivesse lugar, não nos contentamos com o conforto do inesquecível encontro.
Surge a ideia insana que pode não se repetir, e a urgência de o reviver.

Ideia chave: são necessários dois processos psicológicos para que a intimidade seja possível:
– a identificação projectiva e introjectiva
- empatia e ressonância afectiva.


in, Incalculável Imperfeição

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