terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Doze trabalhos de Hércules








Hércules cujo nome na mitologia grega é Héracles, filho de Júpiter e de Alcmene, é um dos heróis mais populares da mitologia clássica.

Reza a lenda que Júpiter (Zeus) assumiu o corpo de Anfitrion, marido de Alcmene, e desta união com Alcmene nasceu Hércules e também o seu irmão gémeo Íficles, este último, filho verdadeiro de Anfitríon. Ao descobrir o acontecido, o esposo decidiu queimá-la numa pira, porém Zeus interveio e impediu que isso acontecesse. Esse fato despertou ainda mais o ciúme de Hera, mulher de Zeus. 

Júpiter proclamou que a criança que ia nascer seria um dia o rei da Grécia. 
Por esta razão, a despeitada Juno(Hera), esposa de Júpiter(Zeus), provocou o nascimento de Euristeu, primo de Hércules, retardando o nascimento dos filhos de Alcmene. 

Euristeu tornou-se, assim, rei da Grécia, e Hércules ficou obrigado a obedecer-lhe. 

Hércules foi perseguido por Hera desde seu nascimento, tendo que livrar-se desde muito cedo das armadilhas da deusa. A primeira delas foi enviar duas serpentes para matar Hércules ainda no seu berço, porém o bebé semi-deus conseguiu estrangular ambas com suas próprias mãos. 
Já adulto, Hera ainda não se considerava totalmente vingada da infidelidade de Júpiter e, depois de muitas tentativas mal sucedidas para matar Hércules, provocou-lhe, então, uma raiva tão grande que o enlouqueceu, temporariamente, fazendo com que matasse a própria mulher, Megara, e os filhos.

Quando Hércules recupera a sensibilidade, ele percebe o que fez à sua família e é dominado pela tristeza. Hércules se voltou para o Oráculo Apolo, um deus que podia oferecer cura, conhecimento e profecia. Apolo disse a Hércules que ele deveria servir a Euristeu por 12 anos, rei de Tirinto, para compensar seus erros.
Euristeu era o homem que ele mais odiava, por haver herdado o seu direito de nascença. 

Em seguida, como Hércules queria deixar Argos, Euristeu, a mando de Hera, só o deixava partir após realizar 12 tarefas como penitência pelas mortes. Hera, ainda determinada a erradicar Hércules do mundo, sugeriu a Euristeu que ordenasse a Hércules que realizasse doze trabalhos impossíveis. Hera acreditava que Hércules morreria tentando completar esses trabalhos que finalmente o erradicariam do mundo.  
Estes feitos ficaram conhecidos como “Os 12 Trabalhos de Hércules”. 

Mas, antes de chegar a Micenas, Héracles foi submetido à primeira prova: 
Numa encruzilhada surgiram duas mulheres. 
Por um caminho veio Kakia – a indolência, volúpia ou vício, que lhe chamava para uma vida de prazeres e ociosidade.
Pelo outro chegou Aretê – a virtude, que conclamava para que ele seguisse um caminho repleto de atribulações, privações, perigos, mas ao final da jornada encontraria a Glória.
Héracles preferiu o caminho da Virtude e continuou seu caminho até Micenas.


Em seus trabalhos, Hércules teve sempre a companhia do seu sobrinho adolescente, Iolau, filho do seu irmão gémeo Íficles. Embora ele devesse inicialmente realizar apenas dez trabalhos, este auxílio fez com que ele tivesse de realizar dois a mais, já que Euristeu não contou o trabalho da Hidra, porque Iolau o ajudou, ou os estábulos de Augias, pelo qual recebeu pagamento pelo trabalho, e que foi realizado pelas águas de um rio.

Depois de se libertar da servidão de Euristeu, Hércules teve muitas outras aventuras. 
Quando morreu, foi recebido por Júpiter (Zeus), no Olimpo, onde se reconciliou com Juno (Hera) e, casou com a filha desta, Juventa (Hebe), vivendo a vida feliz dos deuses imortais.

 

A “Jornada do Herói”

A “Jornada do Herói” é um conceito de vivência cíclica presente em mitos, de acordo com o antropólogo Joseph Campbell. Esta ideia explica sua ubiquidade por meio de uma mescla entre o conceito junguiano de arquétipos, forças inconscientes da concepção freudiana e a estruturação dos ritos de passagem por Arnold van Gennep.

A jornada está dividida em três seções: 
Partida ou Separação, Iniciação e Retorno. 
  1. A Partida lida com o herói aspirando à sua jornada; 
  2. a Iniciação contém as várias aventuras do herói ao longo de seu caminho e 
  3. o Retorno é o momento em que o herói volta a casa com o conhecimento que adquiriu ao longo da trajetória.

Os doze trabalhos de Héracles podem ser considerados como uma jornada do herói grego em busca de sua redenção. Nos faz lembrar do mito do Ouroborus, a serpente que morde a própria cauda, indicando que o encerramento de um ciclo é o início de um outro em uma escala mais elevada.

Os doze trabalhos de Hércules  são uma série de episódios arcaicos ligados entre si por uma narrativa contínua, relativa a uma penitência que teria sido cumprida por um dos maiores heróis gregos, Héracles, mais conhecido em português pela romanização Hércules. 

Os antigos gregos atribuíam o estabelecimento de um ciclo fixo de doze trabalhos a um poema épico, a Heracleia, já perdido, escrito por Peisandro de Rodes, e que dataria de 600 a.C.

Da maneira em que são conhecidos atualmente, os trabalhos de Hércules não são contados num único lugar; foram reunidos a partir de fontes diferentes. De acordo com os mitólogos Carl A. P. Ruck e Blaise Daniel Staples, não há uma maneira específica de interpretar os trabalhos; pode-se inferir apenas que seis deles se passam no Peloponeso. Outros seis levaram o herói até terras mais distantes, quase sempre lugares relacionados à deusa Hera, além de entradas para o Hades, o mundo inferior, habitado pelos mortos. 

Todos os trabalhos seguiam o mesmo modelo: 
Hércules era enviado para matar, subjugar ou buscar uma planta ou animal mágico para Euristeu, representante de Hera.

Uma célebre descrição dos trabalhos na arte grega se encontra nas métopes do Templo de Zeus em Olímpia, que data do século V a.C.


Vários autores estabeleceram relações entre os doze trabalhos e o doze signos do Zodíaco, sendo que não podemos deixar de mencionar o livro “Os Trabalhos De Hércules” da autora Alice A. Bailey no qual ela apresenta uma visão da Astrologia Esotérica sobre o tema.

Quais foram os 12 trabalhos de Hércules?

 

1º  Trabalho - As Éguas Devoradoras de Homens
    2º  Trabalho - O Touro da Ilha Sagrada               
      3º  Trabalho - Colhendo as Maçãs de Ouro       
        4º  Trabalho - A Captura da Corça                      
          5º  Trabalho - A Morte do Leão de Neméia               
            6º  Trabalho - Os Estábulos do Rei Augias              
              7º  Trabalho - O Cinturão de Hipólita                        
                8º Trabalho - Erguendo a Hidra de Lerna         
                  9º Trabalho - Os Pássaros Devastadores           
                    10º Trabalho - O Gado Vermelho                      
                      11º Trabalho - O Javali de Erimanto                     
                        12ºTrabalho - A Captura de Cérbero                      

                        Cada Trabalho traz uma lição a ser aprendida 
                        e uma experiencia a ser realizada. 

                        O Mito de Hércules simboliza a alma humana na sua eterna busca pela evolução e cada um dos doze trabalhos de Hércules simboliza os aprendizados em cada um dos signos do zodíaco, como escadas de um evolução ascendente, lembrando que estes signos são experiencias vividas por todos nós, independente do nosso signo. 

                        A medida que a Terra gira, a natureza repete estas influências diariamente, mensalmente e anualmente formando um ciclo permanente de evolução, iluminando nossas fraquezas e nos dando oportunidade para trabalhar estes aspectos dentro de nós.

                        Cada trabalho representa simbolicamente um estágio ou aspecto da evolução humana, que pode ser facilitada pela compreensão e aplicação na vida cotidiana dos ensinamentos que cada trabalho proporciona. Embora o estudo utilize uma linguagem simbólica, deve-se procurar traduzir o significado deste simbolismo para sua própria vida prática e como pode utiliza-lo no cotidiano da vida.


                        • Cada um dos Doze Trabalhos de Hércules pode ser aproveitado para desenvolver as virtudes humanas e evoluir internamente.
                        • Cada trabalho representa simbolicamente um Portal, um aspecto da evolução humana. Tal evolução pode ser facilitada pela compreensão e aplicação na vida cotidiana dos ensinamentos que cada trabalho proporciona.
                        • Os trabalhos têm relação direta com os signos do zodíaco e seguem a mesma contagem cronológica, respeitando as datas estabelecidas para cada signo no horóscopo que estamos acostumados.




                        Áries e a captura das éguas antropófagas – De 20 de março a 20 de abril

                        Domou as éguas de Diomedes, filho do deus Ares e Pirene, rei da Trácia. 
                        Ele era possuidor de quatro éguas carnívoras chamadas Podargo, Lâmpon, Xanto e Dino que vomitavam fogo e a quem ele dava a comer os estrangeiros que porventura viessem até o seu país.

                        O herói lutou com Diomedes e o derrotou, para depois entregá-lo à voracidade de seus próprios animais. Após devorarem o rei, saciadas, os animais se acalmaram e Herácles colocou-lhes o cabresto.
                        Em seguida as entregou a seu amigo Abderis, filho do deus Hermes, para que ele as conduzisse. Ao primeiro descuido de Abderis, as éguas o devoraram e fugiram.

                        Amargurado pela morte do amigo, Héracles tenta recapturá-las, no que se transformou num trabalho extremamente cansativo. Depois de muito tempo, ele consegue aprisioná-las, levando-as a Euristeu, que as mandou soltar no monte Olimpo.

                        Diomedes é um exemplo típico de arianos que podemos chamar de nível mais baixo, ou seja, aqueles inteiramente dominados pela vida instintiva e que se caracterizam por uma grande disposição combativa, a luta pelo prazer de lutar.

                        Os cavalos são símbolos do psiquismo inconsciente, associados sempre à impetuosidade, à força indomável dos desejos, que podem se impor à mente racional e ao amor.

                        As éguas de Diomedes são símbolo da perversidade, aquela que devora o homem, provocando a banalização, causa da morte da alma.
                        No plano astral, as éguas simbolizam os pensamentos descontrolados. É preciso capturá-los e muitas vezes recapturá-los para aprender a lidar com eles. 

                        Significado: o ariano deve ter foco no controle mental. A obtenção do autocontrole é uma das principais conquistas que deve ser buscada pelos nativos de Áries.



                        Touro e a captura do Touro de Creta - De 21 de abril a 20 de maio
                         
                        Zeus raptou Europa, uma princesa fenícia, disfarçado de um touro branco e a levou pelo mar até Creta. Então, uniu-se a ela e teve três filhos: Minos, Radamanto e Sarpedon.

                        Minos havia pedido ajuda a Poseidon para se tornar o rei de Creta em detrimento de seus irmãos. O deus dos mares enviou-lhe um magnifico touro branco que soltava fogo pelas ventas, com a condição que ele fosse sacrificado após conquistar seu objetivo.
                        Porém, o rei não teve coragem de sacrificar um animal tão bonito, tão forte e o substituiu por outro de seu rebanho. Poseidon ficou irritado e pediu a Afrodite que fizesse com que Pasifae, esposa de Minos se apaixonasse pelo animal.

                        Afrodite determinou que seu filho Eros alvejasse o coração de Pasifae e ela imediatamente se apaixonou pelo touro. Então ela determinou que Dédalo, o arquiteto da corte, fizesse uma vaca de madeira recoberta de couro.
                        Em seguida ela entrou dentro da vaca e o touro teve relações com ela. Desta união nasceu o Minotauro, um ser com corpo de homem e cabeça de touro, que se alimentava de carne humana.

                        Minos horrorizado, ordena que Dédalo construa um labirinto, onde o estranho ser foi trancafiado. Depois disto, Poseidon enlouqueceu o touro, que passou a aterrorizar o povo da ilha, fazendo terríveis devastações.

                        Hércules procurou pelo animal guiado pela estrela cintilante que brilhava em sua testa e encontrando-o, agarrou-o pelos chifres. Depois de uma intensa luta o dominou, para depois montá-lo e sobre seu dorso voltou para Micenas, onde o entregou a Euristeu.

                        Neste trabalho, fica evidente a questão da posse relativa ao signo de Touro. 
                        Minos quis ficar de posse do touro divino descumprindo um acordo com o deus Poseidon e este fato teve consequências graves, como o nascimento do Minotauro.

                        Outra questão é a do erotismo, do desejo pelo qual Pasifae foi tomada e terminou por se relacionar com o touro divino através de artimanhas construídas pela criatividade de dédalo, o arquiteto real.

                        Devemos estar cientes do uso correto da função sexual, permitindo a troca energética entre dois seres que se amam, que os leva a um estado de êxtase.  Assim poderemos eliminar a paixão, a luxúria, a infidelidade e outros desvios causados pela volúpia.

                        Neste trabalho, Hércules tinha a tarefa de capturar o touro. Esse trabalho tem uma ligação forte e expressiva ao corpo físico. O domínio da sensualidade é um dos principais destaques que deve ser dado a este trabalho. 

                        Significado: O touro representa o desejo animal e descontrolado, o fato de conseguir montar no animal significa conseguir controlá-lo. Os nativos de Touro devem ter atenção e cuidado ao controlar seus desejos mais profundos e intensos.




                        Gêmeos e os pomos de ouro de Hespérides – De 21 de maio a 20 de junho

                        Colheu os Pomos de Ouro do Jardim das Hespérides, que eram três irmãs, Egle, Eritia e Aretusa. Ele não sabia onde se localizava tal jardim, e perguntou às ninfas do rio Erídano, que o aconselharam a procurar Nereu, um deus marinho primitivo, filho de Ponto e de Gaia, que tinha o poder da metamorfose e conhecia todos os segredos.
                        Héracles o amarrou enquanto dormia e falou que só o soltaria se ele dissesse onde ficava o jardim das Hespérides. O velho do mar se transformou em leão, serpente e labaredas sem conseguir assustar o herói, então, contou onde ficava o jardim.

                        Dali ele rumou para a Líbia, onde lutou contra o gigante Anteu, filho de Poseidon e Gaia. Ele tinha uma força prodigiosa que vinha justamente de sua mãe Gaia, a Terra. Percebendo isto, Héracles o levantou do solo e o venceu.
                        Passando pelo Egito, quase foi morto pelo seu rei Busiris, que havia sido aconselhado a sacrificar anualmente um estrangeiro. Nosso herói foi amarrado e levado ao altar de sacrifícios, mas conseguiu desvencilhar-se e matou a todos os presentes.

                        Héracles foi até os confins do mundo ocidental e chegou até ao jardim, onde um dragão cor de fogo e cem cabeças guardava os Pomos de Ouro. Ali ele avistou um gigante que sustentava a abóboda celeste, o titã Atlas.
                        Perguntou como fazer para colher os frutos e Atlas se ofereceu para ir apanhá-los, desde que nosso herói ficasse em seu lugar. Héracles sustentou o céu nos seus ombros e o titã apanhou os Pomos.
                        Porém, Atlas falou que iria pessoalmente entregá-los a Euristeu e Hércules fingiu concordar, pedindo apenas que segurasse o céu por alguns instantes para colocar uma rodilha de pano na cabeça. Inocentemente, Atlas voltou a sustentar o céu e Héracles partiu, levando os Pomos para Micenas.
                        Euristeu, sem saber o que fazer com eles, devolveu-os a Hércules, que os entregou a Palas Atena. A deusa levou os Pomos de Ouro de volta para o jardim das Hespérides, de onde nunca deveriam ter saído de acordo com as leis divinas.

                        A relação deste trabalho com o signo de Gêmeos é, em primeiro lugar, o longo caminho que teve que percorrer para atingir seu objetivo, as diversas investigações sobre a real localização do Jardim da Hespérides, que significa o Oeste, o poente.

                        Também temos os estratagemas mentais que teve que Héracles teve que utilizar para convencer Nereu e Atlas a atenderem suas solicitações, o que evidencia que neste trabalho não só a força bruta foi utilizada.

                        Só para lembrarmos de alguns atributos do signo de Gêmeos, temos os contatos humanos, a comunicação, a emissão e a recepção de mensagens, a movimentação, o raciocínio rápido, sendo que tudo isto se encontra neste trabalho.

                        Gêmeos é tido como o signo da dualidade. O signo pode ser representado por dois deuses: Nereu, o verdadeiro mestre que simboliza a alma, e Busiris, símbolo da razão -- ou pelos irmãos Castor e Pólux, onde Castor é mortal e Pólux, imortal.

                        Esse trabalho mostra que do sacrifício vem a recompensa. 

                        Significado: para os geminianos, é importante saber lidar com a totalidade de seus sentimentos e de seu próprio equilíbrio.





                        Câncer e a captura do cervo dourado – De 21 de junho a 21 de julho

                        Capturou a Corça de Cerinia, um animal magnifico, com chifres de ouro e pés de bronze trazia a marca do sagrado e assim deveria ser capturada viva. A corça, que corria com assombrosa rapidez e jamais se cansava, era Taígete, uma das plêiades, que para fugir da perseguição de Zeus foi transformada por Ártemis neste animal.

                        Como ela tinha uma velocidade insuperável, Héracles a perseguiu correndo incansavelmente durante um ano até que conseguiu capturá-la quando ela estava tentando atravessar o rio Ladon, na Arcádia.
                        O herói amarrou suas patas, colocou-a nos ombros e estava levando-a para Euristeu quando se encontrou com Ártemis, que estava muito zangada pelo atrevimento de capturar seu animal, mas quando ficou sabendo sobre os trabalhos, concordou em deixar Héracles leva-la, com a condição que fosse libertada logo após que o rei a tivesse visto.

                        O bronze em seus pés isolava o animal do mundo profano, mas, ao mesmo tempo, fazia com que se apegasse a desejos terrenos, impedindo voos mais altos. 
                        Seus chifres de ouro representavam a força da alma, capaz de preservá-la de qualquer fraqueza espiritual.

                        Este trabalho faz com que nosso herói se confronte com a delicadeza, com a representação do sublime que a figura da corça traz. A corça simboliza uma qualidade do espírito, que se contrapõe a agressividade humana.

                        O signo de Câncer nos propõe a da vida instintiva, aqui simbolizada pela corça, animal rapidíssimo, que reage de modo totalmente imprevisível às pressões que recebe. A vida instintiva opõe-se à vida consciente, é algo que se manifesta dentro de nós espontaneamente.

                        A corça é um animal dedicado a deusa lunar Artemis, a caçadora que quis se manter virgem após ver as dores do parto de sua mãe Leto no nascimento de seu irmão gêmeo Apolo, um deus solar.

                        Neste quarto trabalho, a corça simboliza a intuição. Sempre muito intuitivos, os cancerianos costumam sofrer constantes transmutações do instinto. O trabalho refere-se à necessidade de aprender a desenvolver a intuição e trabalhar com ela dentro da realidade. 

                        Significado: Para os nativos de Câncer, é importante tomar consciência das coisas do espírito e das realidades espirituais.





                        Leão e a morte do Leão de Neméia – De 22 de julho a 22 de agosto


                        Matou o Leão da Neméia que possuía a pele invulnerável. Filho de Ortros, um cão bicéfalo e com cauda de serpente, que por sua vez era filho de Tiphon, um extraordinário monstro filho de Gaia e o Tártaro, e Equidna, outro monstro com corpo de mulher e cauda de serpente.
                        Ele causava grandes devastações na Argólida, local onde ficava um bosque com o nome de Neméia, e ninguém o conseguia matar, pois a única coisa que poderia furar o couro era a própria garra do Leão.

                        Hércules atacou-o primeiramente com flechas, o que restou infrutífero, mas conseguiu acuá-lo para dentro de uma caverna. Ele não conseguiu chegar perto do leão, pois a caverna tinha duas saídas e o animal acabava escapando pela outra saída.
                        O herói então fechou uma das saídas com pedras e avançou contra o leão com sua clava, dando-lhe tantas pancadas que o animal ficou tonto. Em seguida, agarrou o pescoço do leão e o estrangulou.

                        Após matá-lo, usou a garra do leão para tirar seu couro e passou a utilizá-lo como uma peça do vestuário, trazendo para si toda a energia do inimigo derrotado, além do couro funcionar como uma armadura.
                        Além disto o crânio do leão passou a ser seu elmo, causando pavor a quem o visse. 
                        Zeus apiedou-se do animal e o transformou na constelação de Leão.

                        O leão, considerado o rei dos animais, é um animal solar, poderoso, majestoso, usado simbolicamente desde tempos remotos para representar as qualidades superiores do ser humano.

                        Também pode ser avaliado com relação aos defeitos inerentes a todo este poder, como o despotismo, a arrogância, a vaidade, a egolatria.

                        Ao vencer o leão, Héracles passa a ser considerado um verdadeiro herói e sua vitória passou a significar a supremacia do espírito humano sobre a natureza animal.

                        Aqui o homem precisa matar o leão de sua personalidade. Relacionado ao egoísmo, a vaidade e ao instinto controlador, o leão deve ser morto para que a fraternidade tome o lugar de muitas características ruins. 

                        Significado: O domínio do eu interior é a tarefa mais difícil encontrada pelos nativos do signo de Leão.

                         




                        Virgem e Os Estábulos do Rei Augias– De 23 de agosto a 22 de setembro

                        Limpou os estábulos do Rei Augias, rei de Élida, filho do deus Helio. Os estábulos continham três mil bois e que há trinta anos não eram limpos. Estavam tão fedorentos que exalavam um gás mortal.
                        Hercules disse a Augias que terminaria a tarefa num dia, mas para isto queria 10% de seu rebanho, comprometendo-se em limpá-los em um só dia. O rei concordou com a proposta na presença de seu filho Fileu.

                        Então, Hércules desviou o curso de dois rios, o Alfeu e o Peneu, em direção aos estábulos e tudo estava limpo em poucas horas. Augias, incrédulo com o acontecido, deixou de cumprir sua promessa, e expulsou Hercules e seu filho do reino, pois Fileu testemunhara a favor do herói e contra o pai pelo cumprimento do acordo.
                        Posteriormente, Hércules organiza duas expedições militares contra Augias, tendo sucesso na segunda. Ele mata o rei e coloca Fileu no trono.

                        Os estábulos com os estrumes configuram o inconsciente com suas impurezas acumuladas ao longo do tempo. Ao passar as águas dos rios promovendo sua limpeza é uma imagem clara da purificação.

                        O rio é uma imagem do fluir da vida e quando ele promove uma limpeza é um sinal de retirar o inconsciente da estagnação, de purificar a alma, de um renascimento anímico.

                        Euristeu, quando determinou este trabalho, queria claramente humilhar a Héracles, supondo que ele se emporcalharia ao carregar os dejetos. Por sua vez, ele foi extremamente eficiente e ainda viu a oportunidade de auferir lucros com esta empreitada.

                        Todas estas características nos remetem ao signo de Virgem: método, engenhosidade, praticidade, comércio, limpeza e purificação. Além disto, os virginianos preferem empregar suas energias em organizar o mundo exterior para não se preocupar com o caos interior.

                        Neste trabalho de Hércules, o Deus derruba barreiras e simboliza destruir velhos conceitos. A limpeza dos estábulos pode ser associada à limpeza que devemos fazer em nossas estruturas humanas, tanto no nível mental quanto físico e emocional. 

                        Significado: Esse trabalho é muito importante no processo evolutivo de todos os nascidos sob o signo de Virgem. Ele mostra que é preciso se proteger e nutrir bons pensamentos. Hércules nos mostra que é preciso compreender profundamente nossa missão espiritual, mesmo que já se tenha obtido aquilo que buscava.




                        Libra e o Cinturão de Hipólita – De 23 de setembro a 22 de outubro

                        Conquistou o Cinturão de Hipólita, rainha das Amazonas, que era desejado por Admetes, filha de Euristeu.  O cinturão havia sido dado a Hipólita pelo deus Ares como prova de poder temporal que ela exercia sobre seu povo.

                        As Amazonas eram temíveis guerreiras que tinham este nome porque extirpavam um dos seios para melhor manejar o arco, tanto que a palavra amazona significa “sem seio”. Nenhum homem podia viver na comunidade amazona, mas uma vez por ano elas visitavam tribos vizinhas a fim de ter relações sexuais e engravidar.
                        As crianças do sexo masculino que nasciam destas relações enviadas de volta para os seus pais, enquanto as crianças do sexo feminino eram mantidas e criadas por suas mães, treinadas na caça e nas artes da guerra.

                        Héracles reuniu alguns guerreiros, entre os quais Teseu, e partiu para Temiscira, terra das Amazonas. Depois de mais uma longa jornada, quando seu navio chegou à foz do rio Thermodon o grupo desembarcou e a princípio as relações foram amistosas, deixando-os surpresos com a recepção calorosa das Amazonas.
                        Até mesmo Hipólita parecia estar encantada com os heróis. 
                        Hércules contou à rainha a razão daquela expedição e Hipólita ofereceu o cinturão como presente.

                        Porém, Hera, disfarçada de uma amazona, semeou a discórdia, dizendo que Héracles iria raptar Hipólita. Seguiu-se uma batalha que culminou com o herói matando a rainha, pois imaginou que ela o havia traído e assim acabou obtendo seu cinturão.

                        O facto de as amazonas serem mulheres independentes e assumirem todo os papeis masculinos em suas vidas, o verdadeiro motivo da expedição é a conquista do cinturão de Hipólita.
                        Como peça que envolve a cintura, o cinto, separava o corpo em duas partes, a inferior, onde se alojam os órgãos genitais, sede dos instintos, da superior, onde se aloja o coração, sede das emoções.
                        O simbolismo do cinturão é muito rico. No momento do nascimento o cinto atado na altura do umbigo religa o indivíduo ao todo, assim como liga a pessoa a si mesma, em uma analogia com o cordão umbilical.

                        Os cinturões dão uma ideia de união, de poder, assim como de submissão, de dependência. 
                        Atados na altura dos rins, órgão relativo ao signo de Libra, eles podem trazer o medo, função de Saturno, ou a coragem, porque ali ficam as glândulas supra renais, a fonte da força e do entusiasmo, função de Marte.

                        Não custa lembrar que a regência de Libra está a cargo de Vênus, a deusa do Amor e da beleza, e o cinturão é um adereço. Saturno está em exaltação neste signo, sua máxima força enquanto Marte está em queda, onde ele se expressa mais debilmente.

                        Enquanto estava com Hipolita o cinturão tinha o poder castrador, pois através dele ela exercia seu poder. Entegue a Admeta, que se tornou uma sacerdotiza de Hera, o cinturão assume um papel de continencia, de repressão dos instintos, porque ela tinha que se manter casta.

                        Neste trabalho, Hércules se depara com o mal feito por ele à Hipólita. Surpreendido por um monstro das profundezas, o remorso toma conta dele, que se recorda com amargor do mal que havia feito e das palavras que havia dito. 

                        No sétimo trabalho, Hércules enfrenta uma grande batalha antes de seguir seu caminho. Se deparando com amores e mortes, Hércules busca seu equilíbrio. 
                        Este trabalho destaca o desenvolvimento que devemos ter na capacidade de controlar nossos desejos através da força do pensamento. 

                        Significado: O símbolo de Libra é uma balança e, apesar de simbolizar o equilíbrio, é preciso ter cuidado, pois os librianos costumam oscilar entre a justiça e a injustiça e entre a ignorância e a sabedoria. 






                        Escorpião e a destruição da Hidra de Lerna – De 23 de outubro a 21 de novembro

                        Matou a Hidra de Lerna, filha de Tiphon e Equidna, que vivia em um pântano próximo a fonte Amimone. Era uma serpente com corpo de dragão, que possuía nove cabeças, sendo a do meio imortal, que se regeneravam mal eram cortadas, e exalavam um vapor que matava quem estivesse por perto.

                        Héracles combateu-a atracando-se com ela e a arrastando para fora do pântano, que era coberto por uma densa neblina. Perdendo o contato com a água e exposta à luz, o monstro foi perdendo suas forças.
                        Então ele matou-a cortando suas cabeças enquanto seu sobrinho Iolau impedia sua reprodução queimando suas feridas com archotes. Quanto a cabeça imortal, Héracles cortou-a e a enterrou, colocando um enorme rochedo sobre ela.

                        Durante a luta, a deusa Hera enviou um enorme caranguejo para ajudar a serpente, mas Héracles matou-o com um pisão, então Zeus converteu-o na constelação de Câncer. Por fim, o herói banhou suas flechas com o sangue da serpente, que era extremamente venenoso.

                        O pântano é um local onde a água está parada, pútrida e sem vida, multiplicando-se ali vermes e animais peçonhentos. Pode ser considerado um símbolo de nossos vícios, daquilo que não conseguimos nos livrar, aquilo que não é purificado.

                        Enquanto a vaidade e o egoísmo não forem dominados, os vícios permanecerão. Herácles venceu a Hidra usando a espada e o archote, ou seja, cortando o mal e o purificando pelo fogo. Porém, existe uma cabeça que é imortal e ela está enterrada, recalcada e pode vir a nos afetar a qualquer momento.

                        O prefixo grego Hidra refere-se à água. O signo do elemento água que tem a modalidade fixa é Escorpião, numa perfeita analogia com o pântano. Quando o Sol o atravessa no Hemisfério Norte fica mais intensa a ação das forças outonais, com a queda das folhas e sua decomposição no solo.

                        O signo de Escorpião pode ser caracterizado com o signo da morte e do renascimento, assim como o da sexualidade. Sentimentos intensos e profundos são percebidos na estrutura psíquica de seus nativos, sendo que a confiança e a desconfiança também ali ocupam seu lugar.

                        Estas duas características, água e fixidez, traz aos nativos do signo paixões, ideias fixas, obsessões, recalques, rancores, que vão tomando corpo e o dominando, mobilizando-o na direção da satisfação dos seus desejos, principalmente através da sedução e vampirização da energia daqueles que estão a sua volta.

                        Neste trabalho, Hércules enfrenta três serpentes que simbolizam a paixão, o ódio e o desejo de poder. As três também fazem referência a três importantes aspectos interiores do ser humano: o físico, o astral e o mental.

                        Significado: O trabalho destaca a luta diária dos escorpianos com as personalidades emocional e material.




                        Sagitário e a morte dos pássaros de Estinfale – De 22 de novembro a 21 de dezembro

                        Matou centenas de aves do lago Estinfale, criaturas monstruosas que se alimentavam de carne humana, cujas asas, cabeça e bico eram de ferro. Elas utilizavam as penas das asas como dardos para atingir os transeuntes, além disto, devastavam os campos férteis.
                        Sua quantidade era espantosa, havia milhares delas, pois haviam se proliferado descontroladamente, tanto que sua revoada obscurecia a luz do Sol. O lago com suas águas plácidas estava se deteriorando devido aos dejetos das terríveis aves.

                        Para obrigá-las a sair de seus esconderijos na floresta utilizou címbalos de bronze, feitos por Hefestos e dados por Palas Atena, que produziam um ruído infernal. À medida que saiam voando, abateu-as com seu arco e suas flechas envenenadas.
                        As que ele não conseguiu matar fugiram para uma ilha no mar Negro, dedicada ao deus Ares, que as tinha criado e nunca mais voltaram.

                        As aves na mitologia grega sempre representam algo espiritual, com exceção das Harpias e das aves do lago Estinfale. As flechas também têm este símbolo devido ao voo que fazem antes de atingir o alvo.

                        O signo de Sagitário é representado por um ser meio cavalo, meio homem que empunha um arco municiado com uma flecha, simbolizando os três níveis do ser humano, sua parte animal e instintiva, sua parte humana intelectual e sua parte espiritual, aqui representada pela meta a ser atingida pela flecha.

                        Neste signo encontramos as figuras do guru, do mestre, do ensinamento superior, mental ou espiritual. É o ser humano superando sua parte animal, dando vazão a seus instintos emocionais e querendo superar a normalidade através de uma ligação com o sagrado.

                        Neste trabalho, Hércules consegue ver o verdadeiro objetivo de sua vida. Através de dificuldades enfrentadas e muitas lições aprendidas, consegue deixar as nuvens de pensamentos mais limpas e claras, eliminando palavras mal ditas e os pensamentos criados por elas.

                        Significado: O trabalho mostra que os nativos de Sagitário devem se libertar da ilusão da mente inferior e se aprimorar na mente superior. Só assim será possível alcançar plenitude e liberdade.





                        Capricórnio e os Bois de Gerião– De 22 de dezembro a 21 de janeiro

                        Roubou os Bois de Gerião, filho de Crisaor e, portanto, neto da Medusa, um gigante de três cabeças que se apoiava num corpo tríplice, mas somente até aos quadris. Ele habitava a ilha de Eritia que ficava onde o Sol se punha, após o estreito de Gibraltar.

                        Possuía um grande rebanho de bois vermelhos e Euristeu pediu que Héracles trouxesse o gado até Micenas. O rebanho era guardado pelo pastor Eurition e por Ortro, um monstruoso cão de duas cabeças, irmão de Cérbero e da Hidra de Lerna.
                        Para chegar lá, Héracles teve que atravessar o deserto da Líbia, onde os raios do Sol eram tão quentes e o calor inclemente, que o herói ameaçou atirar suas flechas contra o deus Hélio, o condutor do Sol.
                        Este, apavorado, lhe emprestou sua Taça de Ouro, um meio de transporte gigantesco que o conduzia do ponto onde o Sol se punha até o local onde ele nasceria novamente.

                        Chegando a ilha de Eritia, enfrentou o cão bicéfalo Ortro, filho de Tiphon e Equidna, que foi morto com golpes de clava, sendo que o mesmo aconteceu com o pastor Eurition.
                        Por fim, surge Gerião brandindo três lanças e três escudos, mas no confronto ele foi morto a flechadas. Então Héracles reuniu o gado e o colocou na Taça de Ouro para cruzar o oceano e chegar em terra firme, quando iniciou seu caminho de volta.

                        No estreito que separa a Europa da África, nosso herói ergueu duas colunas, uma de cada lado, que passaram a ser chamadas as “colunas de Héracles!”. Ele foi atacado por bandidos várias vezes durante o trajeto e a duras penas chegou a seu destino.

                        No Lácio, por exemplo, ele foi atacado por Caco, filho de Hefestos, um ser hediondo que vivia numa caverna no monte Aventino. Ele roubou dois touros e quatro novilhas durante a noite e os levou para sua caverna. Héracles foi procurar o gado e ouviu seu mugido, então penetrou na caverna e matou Caco.
                        Quando chegou no Peloponeso, Hera enviou um enxame de moscardos que enlouqueceu o rebanho e os bois se dispersaram. Hercules os perseguiu e cercou de todos os modos, mas só logrou capturar uma parte, que entregou a Euristeu.

                        Aqui vemos nosso herói transportando um rebanho para o rei e sendo acossado por ladrões que cobiçavam o gado. Naquela época o gado era muito valioso, tanto que a palavra pecúnia (dinheiro, riqueza) tem como radical “pecu”, que significa rebanho.

                        O gado era utilizado para pagar o dote de donzelas das cortes, algo que trazia elevação de status social. O signo de Capricórnio tem seu início no Zenith, lembrando ascensão social, ambição, conquistas materiais, tudo isto com cautela, trabalhando a médio e longo prazo.

                        A ascensão social quase sempre provoca o esquecimento da família, do cônjuge e até de seu próprio corpo, de sua condição física. Estes componentes só serão lembrados se forem úteis para ajudar a manter o status quo, como um jantar em sua casa para alguém importante.

                        Sendo signo de elemento terra da modalidade cardinal, todas as suas ações serão voltadas para questões práticas e objetivas, buscando a eficiência e a excelência, visando a manutenção ou elevação de sua posição nos meios profissional e social.

                        O homem de três cabeças presente nesse trabalho simboliza os desejos inferiores de todo nós. Ao matar o cão de duas cabeças, Hércules mostra que é possível controlar o psíquico e o emocional. 

                        Significado: o trabalho mostra que é preciso descer aos infernos para salvar a humanidade. Hércules mostra aos capricornianos que, apesar das dificuldades encontradas para lidar com sua personalidade, é preciso enfrentá-las para se conseguir aquilo que deseja.





                        Aquário e o Javali de Erimanto – De 21 de janeiro a 19 de fevereiro

                        Capturou vivo o Javali de Erimanto, um monte na região da Arcádia, que devastava os arredores. A tarefa consistia em trazer vivo o animal e antes de partir, nosso herói aconselhou-se com o deus Apolo quanto à melhor maneira conseguir seus intentos.

                        O deus lhe falou que o animal era do deus Ares, sendo também muito caro à sua irmã, a deusa Ártemis. Disse-lhe Apolo que a melhor maneira de enfrentar o monstro e de vencê-lo era a de lutar sem lutar.
                        Ele atravessou toda a Arcádia e antes de chegar a Erimanto, atingiu as florestas de Fóloe, um local habitado por centauros. Ali foi gentilmente recebido pelo centauro Folo que lhe ofereceu carne e vinho.

                        Os centauros eram filhos de Ixion e de Nephele, a Nuvem, com exceção de Quiron (filho de Cronos e de Filira) e de Folo (filho de Sileno e de uma ninfa Melíade), que se distinguiam dos outros, o primeiro por sua grande sabedoria e o segundo por sua grande bondade. Os demais eram todos selvagens.

                        O cheiro do vinho atraiu outros centauros, que após beberem ficaram ensandecidos, o que provocou uma luta feroz entre eles e Héracles. Este os perseguiu até a caverna de Quiron, que foi acidentalmente ferido por uma de suas flechas envenenadas.
                        Como era imortal, Quiron, filho de Cronos e Filira, não poderia morrer, mas ele também não conseguiu curar a ferida apesar de toda sua sabedoria e conhecimento, então o grande mestre ficou conhecido como o curador ferido, sofrendo dores terríveis.

                        Em outra ocasião, Héracles encontra o Titã Prometeu acorrentado no Cáucaso por ter roubado o fogo dos deuses e o entregado aos homens. Todo dia um abutre comia seu fígado, que se reconstituía a noite para ser devorado no dia seguinte e assim por diante.
                        Nosso herói pede a seu pai Zeus se poderia ser feita uma troca, com Quiron indo para o mundo dos mortos e Prometeu retornando ao mundo dos homens, no que foi atendido pelo Senhor dos Deuses.

                        Voltando para seu trabalho, Héracles lembra-se do conselho de Apolo e sobe o monte Erimanto. 
                        Por fim, ele localizou o javali em seu covil. Com gritos poderosos fê-lo sair de sua toca e o javali passou a persegui-lo.
                        Ele foi recuando e subindo ao mesmo tempo, somente se defendendo e atraindo o animal para uma região nevada que cobria o alto do monte. O Javali acabou atolando na neve, exausto, então Héracles conseguiu capturá-lo e o transportou até Micenas.

                        Euristeu, ao ver o animal no ombro do herói, teve tamanho medo que foi se esconder dentro de um caldeirão de bronze. As presas do animal foram mostradas no templo de Apolo, em Cumas.
                        O javali é um animal extremamente agressivo, basta lembrar Adonis, um jovem belíssimo e amante de Afrodite. Ele insistiu em ir à sua caça e acabou morto, para desespero da deusa do Amor e da beleza. No local onde morreu nasceram anêmonas.

                        Este animal também está relacionado com a tradição hiperbórica, com o paraíso perdido da Ilha dos Bem Aventurados. Neste sentido, o javali configuraria o poder espiritual em contraposição com o urso, símbolo do poder temporal.

                        O signo de Aquário é representado por um aguadeiro celeste, aquele que derrama a sabedoria sobre a humanidade. Ideais de liberdade, de fraternidade, de igualdade, de camaradagem, de um grupo identificado com um ideal são de Aquário.

                        Sendo um signo do elemento Ar, sua grande força está na inteligência, tanto que neste trabalho ele não usa a força física e sim a astúcia. Por outro lado, é um signo gregário, tanto que ele foi muito bem recebido pelo centauro Folo.

                        Significado: é preciso modificar conceitos. Os aquarianos devem, constantemente, limpar conceitos antigos. Baseados na iluminação espiritual, na percepção intuitiva e no amor fraternal, devem desenvolver a capacidade de identificar o que é bom e puro.






                        Peixes e a captura do Cérbero – De 20 de fevereiro a 20 de março

                        Trouxe do mundo dos mortos o cão Cérbero, filho de Tiphon e Equidna, um imenso cão de três cabeças que guardava a entrada do mundo inferior, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem.

                        Por ordem de Zeus, ele recebeu a ajuda de Hermes, o deus psicopompo, o único que tinha permissão entrar e sair do reino de Hades. Por sugestão de Palas Atena, ele já havia procurado informações no Santuário de Eleusis, onde tomou conhecimento que as almas que lá chegavam passavam por um julgamento para saber qual seria o seu destino.

                        Os juízes eram Minos, Radamanto e Eaco e decidiam para qual parte do mundo inferior a alma iria: caso fosse um criminoso, iria para as profundezas do Tártaro; caso tivesse tido uma vida medíocre iria para o Érebo, onde ficaria vagando eternamente e caso tivesse tido uma vida venturosa, iria para os Campos Elíseos.

                        A iniciação de Héracles nos mistérios de Eleusis era imprescindível para que ele pudesse ter outro entendimento sobre a morte, aceitando-a como um facto natural e não algo aterrorizante.

                        Héracles desceu por uma caverna no cabo Tênaro, na Lacônia, enfrentou o barqueiro Caronte que, vencido, foi obrigado a transportá-lo pelo rio Aqueronte até chegar ao portal do reino subterrâneo.
                        Ao desembarcar encontrou os espectros da Medusa e Meleágro, que contou sua história a nosso herói, o que o comoveu, tanto que ele se comprometeu a desposar sua irmã Dejanira quando voltasse.

                        Prosseguindo, Héracles encontrou Teseu e Piritoo, que se encontravam aprisionados nas cadeiras do esquecimento por terem tido a ousadia de tentar raptar Perséfone. Nosso herói arrancou seu amigo Teseu de forma tão violenta da cadeira que pedaços de suas nádegas permaneceram grudados. Piritoo, filho de Ixion, pai dos centauros, ficou por lá.

                        Finalmente chegam ao local onde se encontravam Hades e Perséfone. Ele expôs a Hades sua pretensão, que o autorizou a levar Cérbero para a superfície da Terra sob a condição de tentar dominá-lo sem usar suas armas e sem feri-lo.
                        Héracles lutou com ele só com a força dos seus braços, quase o sufocou, o sacudiu tão violentamente que o cão se aquietou e acabou por segui-lo. Depois levou-o a Euristeu, que, apavorado, ordenou-lhe que o devolvesse e nunca mais aparecesse em Micenas.

                        A respeito da descida de Héracles ao mundo inferior, a catábase, sabemos que isto se evidencia com um rito iniciático. A catábase é uma condição indispensável para uma subida, uma anábase, uma escalada em busca da anagnorisis, o autoconhecimento, a transformação do homem velho em homem novo.

                        Peixes é o último signo do Zodíaco, o fim do ciclo. Neste momento, temos a redenção da alma após passar por inúmeras privações, a ascensão de um novo ser já livre do peso de suas ações negativas, a remissão dos pecados.

                        O signo de Peixes se situa no limite entre dois universos, um que está deixando ser e outro que ainda não é.  Por isso, o símbolo do signo, dois peixes nadando em sentido contrário, expressam tão bem esse setor do Zodíaco.

                        Neste trabalho, três coisas são necessárias para Hércules: purificar-se, atravessar o próprio inferno e enfrentar as tentações. Durante o percurso, o herói luta para libertar-se da irritabilidade e do egoísmo, atravessa o inferno coletivo e ainda é seduzido por Medusa. 

                        Significado: As batalhas enfrentadas neste trabalho mostram aos piscianos que é importante valorizar o interior de nossa alma. Que, mesmo com as dificuldades e provações encontradas no caminho, após uma boa dose de coragem, é possível se manter intacto quanto aos seus valores e princípios. 


                         

                        Cumpridos os doze trabalhos, Héracles passa a usar com toda a justiça o epíteto de Calinico, o “glorioso vencedor”. Ele estava livre da responsabilidade sobre sua falta grave e pronto para ter uma nova vida. Então ele vai à procura de Dejanira.



                        Héracles

                        Héracles, nascido Alcides, havia cometido um crime horrível após ser arrebatado por Lyssa, a Raiva e matado sua esposa Mégara e seus três filhos.

                        O Oráculo de Delfos vaticina que ele deveria se colocar à disposição de seu primo Euristeu, rei de Micenas, por doze anos.

                        Neste período ele executa o que ficou conhecido como os doze trabalhos de Héracles para que pudesse se redimir de sua falha grave.

                        Após cumprir essas doze tarefas, desobrigou-se de servir seu parente Euristeu e se dirigiu a Calidon nas terras do rei Eneu, pai de Meleagro, conforme promessa feita quando se encontraram no Hades.

                        Eneu tinha uma filha encantadora chamada Dejanira e Héracles anunciou que pretendia desposá-la, porém o deus rio Aquelóo, filho de Oceano e Tetis, também havia se encantado com a moça.

                        Eneu não queria contrariar nenhum dos dois poderosos seres e propôs que se enfrentassem num duelo, prometendo a mão de sua filha ao vencedor.

                        Aquelóo tinha o dom de se metamorfosear e transformou-se em diversos animais durante o combate com Hércules. Quando se transformou num touro, Héracles quebrou o seu chifre, então o deus rio se rendeu e concedeu ao herói o direito de desposar a princesa.

                        Porém Aquelóo quis seu chifre de volta e o recuperou entregando a Héracles o chifre de Amaltéia, também chamado de Cornucópia, que tinha o poder de produzir comida ou bebida em abundância.

                        Héracles desposou Dejanira e foi feliz durante vários anos, tendo um filho com ela, Hilo. Tempos depois, numa viagem com a família, chegou às margens do rio Eveno cujas correntezas eram muito fortes.

                        Ali o centauro Nesso se oferecia para atravessar as pessoas no rio montadas em seu dorso. Nesso se ofereceu para levar Dejanira até à outra margem e depois retornaria para buscar Héracles.
                        Confiando em Nesso, Héracles colocou sua mulher sobre o dorso do centauro que imediatamente iniciou a perigosa travessia. Ao chegar na outra margem do rio, o centauro tentou fugir com Dejanira atendendo a um pedido de Hera, esposa de Zeus.

                        Ao ver o centauro em fuga com sua mulher, Héracles disparou suas flechas envenenadas com o sangue da Hidra de Lerna e feriu Nesso. Ferido e agonizante, o centauro disse a Dejanira que recolhesse um pouco de seu sangue e guardasse.
                        O intuito era para que caso algum dia Héracles se interessasse por outra mulher, ela deveria impregnar uma túnica com aquele sangue e para ele vesti-la, assim, ele voltaria para ela. Héracles atravessou o rio nadando e quando chegou à outra margem, Dejanira nada comentou sobre os conselhos do centauro Nesso.

                        Tempos depois, Êurito, rei da Ecália, considerado o mais hábil dos mortais no manejo do arco, desafiou a todos os guerreiros gregos, prometendo a mão de sua filha Iole a quem o vencesse.  Héracles competiu com ele e o venceu.

                        Porém Êurito não cumpre sua promessa e Héracles resolve cobrar sua dívida, terminando por raptar Iole, trazendo-a para sua casa. Dejanira imaginou que seu marido estava se desinteressando dela e lembrou-se das recomendações do centauro Nesso.

                        Então, ela deu a seu esposo uma túnica impregnada com o sangue de Nesso. Héracles a vestiu e sentiu seu corpo queimando com dores terríveis. Sentindo que ia morrer, Hércules deu seu arco e flecha para seu amigo Filoctete e pediu que ele preparasse uma pira no alto do monte Eta.

                        Após isto, determinou que Iole se casasse com seu filho Hilo e subiu cambaleando o monte Eta. Filoctete colocou-o sobre a pira e prestou todas as honras fúnebres. Aceso o fogo, e uma nuvem de fumaça cobriu a pira, enquanto trovões soavam no céu.

                        Quando seus companheiros buscaram os restos do herói nas cinzas da pira, nada foi encontrado, o que serviu como prova que seu corpo havia ascendido ao Olimpo.  
                        Dejanira compreendeu o grande mal que fizera ao marido e morreu de pesar.

                        Os Doze Trabalhos tem seu ápice na escalada do herói até os píncaros do monte Eta, onde ele realiza o décimo terceiro, a vitória sobre Thanatos, a morte, e abre o caminho para sua Apoteose, que consiste em elevar alguém ao status de divindade.

                        O que somente os deuses viram foi uma nuvem dourada descer dos céus sobre o fogo da pira e dela sair um carro puxado por magníficos cavalos, no qual Héracles subiu e foi transportado ao Olimpo.

                        Lá chegando, foi recebido pelos deuses e levado a presença de Zeus, que estava sentado em seu tono ao lado do da sua esposa Hera. Ali aconteceu a reconciliação entre Héracles e Hera, sendo que ela aceita ser sua mãe divina.

                        Em seguida, Hera, a deusa protetora dos casamentos, oferece sua filha Hebe, a deusa da juventude a Héracles, que prontamente a aceita. É celebrado então o casamento que nosso herói se fez merecedor, por sua bravura, sua determinação e seu sofrimento.

                        A respeito disto canta o poeta Homero:

                        “Ele agora é um deus, suas desgraças e trabalhos acabaram, vive onde vivem os outros habitantes do Olimpo, imortal e eterno, e possui Hebe, filha de Zeus e Hera.”



                        O decimo terceiro trabalho 
                        pode ser considerado como 
                        o ponto de intersecção dos doze signos, 
                        o centro do círculo, 
                        que é acima de tudo 
                        a Consciência do Ser Humano 
                        em descobrir o Caminho da Evolução 
                        e atingir seu objetivo.





                        Fontes:  
                          
                        Trigueirinho  
                        in, HORA DE CRESCER INTERIORMENTE  

                        Alice A. Bailey 
                        in, OS TRABALHOS DE HÉRCULES  

                        Dr. Helio Holperin
                        in, Geocities  

                        Douglas Marnei


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