quarta-feira, 12 de setembro de 2018

E o que é afinal evoluir?





A maior parte de nós foi educado para cumprir uma série de leis e regras “terrenas” que quando seguidas fariam de nós seres “semi-perfeitos” e dessa maneira garantiríamos a paz, o amor, a alegria e a abundância que tanto ansiamos.

Temos regras para as dinâmicas sociais, profissionais, familiares e amorosas. Temos regras de trânsito, regras de cozinha, regras de saúde, regras e leis para gerir dinheiro, compras, impostos e todo o tipo de burocracias e até a religião tem os seus compêndios de exigentes regras a cumprir. Temos regras para aprender, para brincar, para escrever, para comportar e até arranjámos profissões que garantem que se essas regras não forem cumpridas, pesadas consequências nos esperam…

Poucos de nós fomos educados quanto à nossa existência espiritual e ao propósito que traz o espírito à matéria. Ou seja qual a nossa intenção de vir à Terra e que regras e leis cósmicas já nos regiam ainda antes de encarnarmos num corpo?

Tenho observado ao longo dos anos, principalmente nas pessoas da meia idade embora o veja já em jovens, que por trás das mais variadas emoções pesadas, depressões, frustrações, desânimos e sentido de desorientação, estão todos os que se dedicaram anos a fio a cumprir as ditas regras terrenas e a procurar atingir os impossíveis e irrealistas níveis de perfeição, apenas para descobrirem que, mesmo depois de cumpridas todas as leis e regras na perfeição, elas simplesmente não devolveram a tal paz, o amor, a alegria e a abundância.

– E porquê?

Precisamente porque vivemos ignorantes, resistentes, fechados ou descrentes desse mesmo propósito espiritual anterior ao propósito terreno.

Enquanto o lado espiritual da nossa existência não é levado em conta na fórmula da nossa vida terrena, a paz, o amor, a alegria e a abundância não acontecem.

Claro que estou a falar de estados de SER, e não estados de TER…

Num mundo cheio de tralha tentadora, é muito fácil iludirmo-nos com o brilho exterior e confundirmos o TER com o SER.

Das mais variadas maneiras, mais cedo ou mais tarde, a máquina cósmica irá boicotar todas as tentativas de compensação que consciente ou inconscientemente fazemos para mascarar o enorme desequilíbrio que se esconde dentro de nós.

Infelizmente e mais uma vez a nossa ignorância não nos permite ver que toda a perda é um convite a evoluir, é uma oportunidade de tornar consciente o que vive inconsciente.

São muitas as maneiras com que nos iludimos a acreditar que finalmente já atingimos o tão ansiado patamar superior… poder, dinheiro, cargos e títulos, filhos, carros, marcas de luxo e todo o tipo de ostentação que não é mais do que ilusão e brilho externo para esconder o drama interno. Infelizmente e mais uma vez a nossa ignorância não nos permite ver que se harmonizarmos o interior com o exterior, a história terrena com a história espiritual, a perda deixa de fazer sentido e a abundância surge sem esforço.

– Então afinal que propósito é esse ou que peça do puzzle é essa que tanto falta ao mundo para começarmos a subir os degraus da paz, a alegria e a abundância?

Simplesmente mantendo consciente em nós o propósito de evolução a cada momento.

– E o que é afinal evoluir?

Lembrando que a experiência terrena é uma experiência emocional, será sempre a superação das emoções mais pesadas em direcção às emoções mais leves que nos irá aos poucos libertando e permitindo evoluir para estados mais leves, amorosos e abundantes.

Imagina uma escala emocional desde a mais fria indiferença, medo, revolta, tristeza, às mais leves alegria, esperança, confiança e amor incondicional.

Evoluir é então a consciência de que cada um de nós é responsável por libertar as bolas de ferro provenientes de experiências passadas que nos prendem aos velhos dramas.

Evoluir é permitirmo-nos acompanhar e fluir no movimento rumo ao amor.

Tal como nos mostra a Natureza no processo da semente até à flor, evoluir é sempre abrir, desbloquear, crescer, maturar, permitir a viagem da terra para o céu, sair da prisão da semente em busca da beleza, cor e aroma da flor. É sair da densidade escura da Terra para a luz do Sol.

Evoluir podemos então resumir que será sempre passarmos de um determinado estado interno de ser para outro mais leve e mais amoroso e deste ponto de vista, todo o desafio, confronto ou perda são oportunidade de dar uma nova, mais positiva e amorosa resposta às velhas energias, independentemente se o resto do mundo concorda ou entende. A validação do processo de evolução jamais estará dependente do exterior mas apenas de uma escolha nossa…

A Humanidade não chegou ainda ao ponto de viver o seu expoente espiritual aqui na terra ou seja, a vivência permanente da paz, do amor, da alegria e da abundância.

Depois de séculos desligados da Luz a dar poder às energias menos positivas do medo, da vitimização e da culpa, estamos todos em peso num imenso processo de ajustes kármicos, equilíbrios internos, libertação de densidades e limpezas internas que infelizmente ainda não nos permitem viver esse tão ansiado estado.

Mas será nas minúsculas, pequenas e invisíveis escolhas pessoais que cada um está a fazer dentro de si, de superação das suas próprias energias, que iremos mudar o todo…

Tal como a semente os faz por si até chegar a flor.



Vera Luz






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