quinta-feira, 12 de outubro de 2017

CRESCE, AMADURECE





Somos um pacote de energia, a ciência finalmente já o comprovou. No entanto, há séculos ou mesmo milénios que as antigas sabedorias esotéricas o afirmam e procuraram entender essas mesmas energias.

Os Mestres Taoístas com o seu Yin / Yang. A Numerologia com os seus 9 Números. A Astrologia com os 12 Signos. A literatura indiana védica com os 7 Chakras. Acredito mesmo que em todas as culturas iremos encontrar outras interessantes e diferentes maneiras de explicar o mesmo fenómeno.

Em todas estas ancestrais ciências ou sistemas filosóficos encontramos algo comum a todas: a dualidade. Polos negativos e positivos. Energias femininas e masculinas. Aspectos luz e aspectos sombra. A Mãe Terra, o Pai Céu. E tudo se comprova quando olhamos para a Natureza, que na sua maravilhosa diversidade, nos mostra como a dualidade pode ser extraordinária e maravilhosa.

Depois de séculos de amnésia em que acreditámos que Deus e a vida seriam apenas o lado positivo / amor / feliz / poderoso / ativo / luz, estamos finalmente a começar a aprender a aceitar e a integrar o lado negativo / medo / triste / desempoderado / sensível / sombra com parte complementar do Todo e não algo a rejeitar.

Aos poucos vamos percebendo que o desafio da vida não nos pede conquistas exteriores ou que impressionemos quem nos rodeia, ou mesmo Deus, com todos os aspectos positivos. O grande e mais nobre desafio é interior, ou seja, o reconhecimento de quem já somos; esta bela mistura de duas energias complementares que não são mais do que a individualização de Deus.

A partir desta visão maravilhosa, vamos então encontrar a dualidade em tudo e de todas as maneiras. Não só dentro de nós nas nossas energias, mas também nas nossas necessidades exteriores e interiores obviamente.

Aliás, tenho mesmo observado que um dos maiores desafios diários é precisamente gerir as necessidades básicas do corpo, como alimento, segurança, proteção, conforto, descanso e todos os imensos movimentos diários que precisamos fazer para as satisfazer como desenvolver e manter fontes de rendimento saudáveis que permitam então construir fundações saudáveis.
Mas também as necessidades do espírito: amor próprio, paz interior, sabedoria, consciência do nosso propósito espiritual, responsabilidade pela nossa energia, liberdade de sermos quem somos, espaço e tempo para sentir, meditar, aprender, amadurecer e servir.

Quanto mais consciência temos deste imenso e permanente trabalho pessoal duplo, mais nos responsabilizamos por ele. Até que nasça esta consciência, vivemos em estado de carência, completamente inconscientes e incapazes de nos auto gerirmos e equilibrarmos, vivendo em estado de exigência e cobrança permanente a quem nos rodeia, tal como faz um bebé no berço.

No entanto, o processo de maturidade começa no nascimento e irá sempre acompanhar-nos pela vida fora convidando-nos a crescer e a amadurecer de maneira a que um dia consigamos “desmamar” as nossas dependências e aprender que somos capazes de crescer e caminhar sozinhos.

Porque não nos foi ensinado este processo, porque o nosso sistema filosófico não nos incutiu responsabilidade por quem somos, ou sequer pelo nosso trabalho interno, a compensação passou a ser feita no exterior, no mundo lá fora, nas relações com outros e no poder material. Ou seja, as nossas necessidades básicas tanto interiores como exteriores mantêm-se as mesmas, mas em vez do trabalho estar a acontecer dentro, passou a ser feito fora. Por esta razão vemos adultos imaturos, dependentes, carentes, exigentes, cobradores que apenas o são porque nunca fizeram o seu processo de maturidade emocional interior.

Para conseguirmos manter uma energia equilibrada e relações de qualidade, precisamos então amadurecer. Voltar ao passado dentro de nós e resgatar a nossa criança a quem não foi ensinado o processo de responsabilidade e maturidade emocional.

Para conquistarmos essa autonomia e liberdade, precisamos tomar consciência de onde, com quem e de que maneiras sobrevivemos no estado de imaturidade e dependência do “bebé”. Onde ainda fazemos “birras”, a quem cobramos o que precisamos. De que maneiras manipulamos para termos o que queremos.

Não será difícil de identificar onde precisamos amadurecer, pois serão obviamente as áreas de vida e relações onde a maturidade nunca chegou e por isso o conflito, a dor e a perda surgem como consequência e proposta de amadurecimento.

Serão essas as áreas de vida onde nos será pedida maturidade e uma nova atitude de responsabilização e libertação do outro. Quanto mais percebemos o fenómeno, mais fácil se torna de identifica-lo por isso deixo-te com algumas questões de maneira a encontrares na tua vida, onde a imaturidade e irresponsabilidade ainda reinam e onde obviamente terás que amadurecer e responsabilizar-te por criar uma nova realidade.

1- Ainda acreditas que o teu relacionamento é a fonte dos teus problemas?
Então o que estás a fazer para decidir como pretendes resolver essa área de vida?
2- Ainda acreditas que o teu emprego te desgasta e não tem nada a ver contigo?
Então que investimentos estás a fazer para criar uma nova realidade que te faça mais sentido?
3- Ainda acreditas que as tuas maiores dores vêm do amor que os teus pais não te deram?
Então o que tens feito para perceber porque os escolheste?
4- Ainda acreditas que a culpa dos teus problemas é a falta de dinheiro?
Então o que estás a fazer para te valorizares mais e investires mais em ti de maneira a atraíres mais abundância?
5- Ainda acreditas que se tivesses escolhido diferente no passado serias feliz hoje?
Então o que estás a fazer para fazeres as pazes com a vida que escolheste?
6- Ainda acreditas que tudo te corre mal e que não tens sorte?
Então o que estás a fazer para descobrir que tudo na vida está exatamente como deve estar para a nossa evolução e que te cabe a ti superar os desafios?
7- Ainda acreditas que se os teus filhos te respeitassem mais, fossem mais maduros e fizessem melhores escolhas que tudo seria mais fácil?
Então o que estás a fazer para lhes mostrares limites e os inspirares a seguir o teu exemplo?
8- Ainda acreditas que és uma vitima das circunstâncias?
Então o que estás a fazer para perceberes melhor a lei do karma?

Tudo começa e acaba connosco. 
As interações com o mundo e com os outros servem para nos descobrirmos e nos tornarmos capazes de evoluir e amadurecer emocional e espiritualmente.
Quando voltamos ao ponto interior de responsabilidade pessoal, podemos então fazer atrair quem já esteja nesse processo também e será dessa nova postura que nascerá uma nova forma de relacionar onde a responsabilidade, a maturidade e a liberdade serão a base do verdadeiro amor tanto individual como a dois.


Vera Luz




Sem comentários:

Enviar um comentário