sábado, 29 de junho de 2013

Na cama com o melhor amigo do marido


Estava eu, no meu momento orgásmico do dia (comprei uma Bola de Berlim com creme…daquelas com açúcar em pó, tirei as meias e os saltos altos, e fui lambê-la toda à beira mar) e passam duas línguas maldizentes…só ouvi a parte de que a amiga de uma delas tinha sido apanhada na cama com o melhor amigo do marido.
Pareceu-me um cliché de infidelidade…

A tentação está sempre a um palmo da nossa cara, e não é só no frigorífico.
Está a menos de um metro com um colega que trabalha connosco, com um amigo em quem nunca tínhamos reparado, com o PT do nosso ginásio, com o rapaz simpático da secção de CD’s da Fnac, com o médico que nos trata da saúde…
Às vezes basta um sorriso, um suspiro, um gesto, um apanhar de alguma coisa que caiu ao chão, um mail que sempre terminou com um “atentamente” e, de um dia para o outro, lá acaba com um “Beijinho”.
Pode não ser nada ou o início de uma tórrida amizade.
A tentação passou a estar ao virar da esquina, porque percebemos que não há muito a perder.
Acaba-se e começa-se de novo, portanto porque não tentar ou deixarmo-nos tentar?

A minha dúvida é:
Como se gere uma vida assim?
Segurar as pontas da relação estável e marcar jantares e saídas com outros/as?
Como se vive assim?

É verdade que, não conhecendo mulheres apanhadas na cama com o melhor amigo do marido, conheço sobretudo homens que fazem esta vida dupla de tentações.
Gente que tem uma (aparente) vida boa de casado, mas que a “equilibra” com aventuras curtas de tardes de hotel e, no extremo, uma viagem de fim-de-semana.
Ser apanhado é o motor de adrenalina.
Normalmente, estas pessoas arriscam a vida que têm como garantida, e essa sensação dá-lhes uma força maior.
Não vamos armar-nos em púdicos ou conservadores (até porque os maiores traidores são os mais caretas e mais conservadores…).
Todos gostamos da atenção dos de fora, sobretudo quando, por rotina, a que vem de casa começa a ser mais do mesmo.
E de repente, lá estamos nós a valorizar uma pergunta de cuidado ou um elogio ao ego.
Eu gosto, vocês não?
Perguntava-me um Amigo (com quem falo de tudo, mesmo tudo!!!) se a curiosidade não é o início do flirt.
Quando temos sede de perguntas é porque algo já despertou essa torrente. Pensando que as perguntas raramente se esgotam (enquanto mantemos a chama), onde é que isto vai acabar depois?
A mulher apanhada com a boca na botija (do melhor amigo do marido), provavelmente foi saciar a curiosidade . Ele, o amigalhaço, tratava-a sempre tão bem. E um dia, um dia como os outros, foi um braço atravessado nas costas dela que a fez sentir tão bem, tão aconchegada.
Do braço ao abraço foi um instante.

Na parte que me toca, homens casados, não muito obrigada!
Não me presto a esse papel!
Muito menos trair...amigos, família, namorados...
Mas entendo que haja pessoas que tenham essa necessidade.

"Os jardins ao abandono ficam secos e neles cresce todo o tipo de ervas daninhas (por sinal, com muito viço).
Nas relações acontece o mesmo: não crescendo o amor, crescem sentimentos menos bons que dão lugar a muitas desconfianças, dúvidas, dependência, insegurança, possessão, falta de auto-estima e medo de perda. E isto nada tem de amor…e tudo tem de doentio e falta de coragem e de iniciativa.
Todos têm o direito de procurar uma felicidade qualquer, mesmo que pareça uma miragem.
Os filhos fazem ficar muitos em relações longas e cansativas, quando muitas vezes os filhos seriam muito mais felizes com os pais separados, e ambos a tentarem uma nova sorte."

Quanto a mim, lá estava eu a lamber as bolas, e a pensar:
Aos poucos e poucos fui-me libertando de estigmas e hoje não julgo nem condeno ninguém.
Cada um é livre de fazer as suas próprias escolhas.
E aguentar à bomboca com as consequências.

Por isso, minhas lindas, independência acima de tudo!
Para que nada nem ninguém vos faça reféns!
O Amor só é Verdadeiro quando não há dependência nem qualquer tipo de interesse subjacente.
Só assim o amor cresce e vale por si só!!!!
Só assim o Amor é Eterno, seja por um dia, um mês, um ano ou para o resto da vida!

p.s.- Quanto às Bolas de Berlim...de vez em quando cometo os meus pecados...e por isso me sabem tão bem. Já dizia o Mário Cesariny:
"Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício, e cair verticalmente no vício!"





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